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10/04/2023 às 15h48min - Atualizada em 10/04/2023 às 15h07min

Com trama leve e temas importantes, ‘Vai na Fé’ se torna sucesso da Globo

Nova queridinha do horário das sete emplaca ótimos picos de audiência e alcança grande público

Ramon de Paschoa - Revisado por Flavia Sousa
Sheron Menezzes como Sol em '‘Vai na Fé' / Reprodução: Globo

A novela ‘Vai na Fé' se tornou o mais novo sucesso dos horários da sete da Globo e já marca ótimos picos de audiência. Rosane Svartman, autora de Totalmente Demais e Bom Sucesso, comanda o roteiro e qual seria a fórmula mágica usada para atrair tanto público?

 

As histórias contadas neste horário são bem mais leves comparadas com a trama das nove e com a família reunida no sofá nos é apresentado temas como desigualdade social, racismo e religião de uma forma bem simples para que todos possam compreender.

 

A protagonista da vida real

 

A autora leva seu público diretamente para o Rio de Janeiro onde conhecemos nossa protagonista Sol, vivida por Sheron Menezzes, e somos introduzidos à sua vida, seus sonhos e suas batalhas do dia a dia vendendo quentinhas ao lado de sua amiga Bruna (Carla Cristina Cardoso).

 

Nada melhor do que ser representado na tela da TV, acompanhar o Sol, uma mulher preta lutando pelo o que acredita e que ajuda sua família, mostra a realidade de muitas espalhadas pelo país. Assim como a letra da música tema interpretada por Negra Li e MC Liro, nada de ficar para baixo, levanta a cabeça e bora seguir em frente. 

 

É importante lembrar que esta é a primeira vez de Sheron como protagonista desde sua estreia na casa, na novela 'Esperança' de 2022. Em sua entrevista para o G1, a atriz conta que se identifica com a personagem e que ter uma novela onde todos possam se identificar era algo extremamente necessário e que precisávamos disso.

 

Representatividade e religião

 

‘Vai na Fé' traz uma diversidade única, no núcleo principal temos a família de Sol que representa um lar com pessoas pretas que vivem na região norte do Rio, em Piedade, e a religião é um tópico importantíssimo para eles. Em diversos capítulos acompanhamos a família de Sol indo aos cultos, vemos a protagonista conversando com o pastor sobre suas aflições e também cantando no coral da igreja.

 

A autora revelou para Veja que a temática da fé deixou-a curiosa e queria saber quem são as pessoas por trás das estatísticas. De acordo com um estudo feito pelo demógrafo José Eustáquio Alves, o número de brasileiros que seguem o evangelho cresce desde 2010 no Brasil. 

 

“Se a gente tem uma família, periférica, preta, multigeracional, não seria estranho essa família ser evangélica. É um tema ou uma característica? Uma novela com esse nome, Vai na Fé, remete a um valor importante aos brasileiros”. 

 

Para quem achou que Svartman só iria tratar da religião evangélica está muito enganado, avançando alguns capítulos temos Ben (Samuel de Assis) procurando as vítimas do acidente e é ali que o personagem tem seu primeiro contato com a religião de matriz africana, o candomblé. 

 

Além da religião, o núcleo jovem nos mostra a pluralidade de pessoas que podemos encontrar por aí. É aqui que seguimos Jennifer (Bella Campos), uma das filhas da Sol, que consegue uma vaga para cursar Direito com bolsa de estudos e lá entramos em uma realidade bem diferente da vivida pela personagem. 

 

A faculdade é um dos primeiros passos para entrarmos na vida adulta, mas não são todos que conseguem ingressar em uma. Bella conta em uma entrevista que Jennifer possa servir de inspiração para que mais jovens não desistam de realizar aquilo que desejam. 

 

Nostalgia musical

 

Revisitar sons do passado se tornou algo comum para inúmeros cantores e não seria diferente por aqui. Na trama somos levados por flashbacks dos personagens e de suas histórias da juventude ambientadas nos anos 90 e 2000, algumas cenas acontecem diretamente de bailes funk do subúrbio do Rio e claro que não poderiam faltar as músicas que marcaram essa época.  

 

O funk melody tem sua presença marcada na trama, já que Sol quando jovem era conhecida como “princesinha do baile funk”, dentre elas temos ‘Glamurosa’ e ‘Garota Nota 100’, ambas do MC Marcinho. As batidas mais melosas e românticas escolhidas pelo produtor musical da novela, Daniel Musy, com direção artística de Paulo Silvestrini foram realmente um grande acerto.

 

 


 

O cantor Pop

 

Joana me enganou, mas não me engana mais!” Um clássico do horário das sete são as músicas produzidas exclusivamente para os personagens da novela. Assim como as canções de ‘Cheias de Charme’ (2012), Lui Lorenzo (José Loreto) tem seu próprio repertório composto por Cassiano de Andrade e Daniel Musy

 

A dupla já trabalhou junta em outros projetos da casa, em ‘Segundo Sol’ (2018) eles escreveram músicas de Beto Falcão, vivido por Emílio Dantas, e também para outros personagens da novela.

 

“O pop tem uma forma, mas não é uma fórmula. Ou todo mundo faria um hit. Em algumas músicas acertamos de primeira, em outras tivemos que refazer por inteiro [...] Gosto de ver a repercussão e o pessoal reconhecendo. É engraçado quando você diz que é o compositor, as pessoas ficam loucas”, diz Cassiano ao Extra. 

 

 

 

Referências a outras novelas

 

Todo cantor precisa de um manager e esse trabalho fica por conta de Wilma, mãe de Lui, interpretada pela icônica Renata Sorrah. A personagem volta e meia relembra seus tempos de brilhantina estrelando novelas e lotando teatros entre seus diálogos na novela.

 

Já foram citadas ‘Anjo Mau’ onde os flashbacks são relembrando seu amor do passado com Fabio Lorenzo (Zé Carlos Machado), pai de Lui, no qual contracenam, outra foi ‘Por Amor' em um diálogo entre Wilma e Carlão, e a ganhadora de citações vai para ‘O Clone’ onde a veterana cita que foi uma das mulheres do Tio Ali, mas que nunca foi reconhecida no folhetim por estar de véu e que perdeu o papel de Jade para Giovanna Antonelli.


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