Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
11/04/2023 às 15h02min - Atualizada em 11/04/2023 às 14h27min

A história por trás do álbum Electra Heart

Em 2012 era lançado o segundo álbum da cantora Marina, também conhecida como “Marina and the Diamonds”, que tem em suas letras uma grande crítica ao sonho americano e ao machismo enraizado na sociedade.

Caroline Dantas - Revisado por Danielle Carvalho
Marina em photoshoot para o álbum Electra Heart (Foto: Reprodução / Casper Balslev)

Quem é Marina?
Marina and the Diamonds é o nome artístico da cantora e compositora galesa Marina Lambrini Diamandis. Ela nasceu em 10 de outubro de 1985 em Abergavenny, no País de Gales, e cresceu em uma família de origem grega.

Desde jovem, Marina mostrou interesse em música e começou a escrever suas próprias canções. Em 2005, ela se mudou para Londres para estudar música na Universidade de Londres, mas acabou abandonando o curso para se concentrar em sua carreira musical.

Além da música, Marina também é conhecida por sua forte presença nas redes sociais e por sua defesa de questões como a saúde mental e a igualdade de gênero. Ela é considerada uma das artistas mais influentes e originais de sua geração e continua a cativar seus fãs com sua música e personalidade única.

O Electra Heart
O álbum “Electra Heart“, lançado no dia 27 de abril de 2012, foi um grande marco na carreira de Marina. Possuindo inspirações do mundo pop como Britney Spears, Christina Aguilera, Madonna e Katy Perry, o trabalho foi categorizado como electropop. A obra apresenta muita originalmente e trouxe um estilo de construção, que naquela época não era tão comum.
 
Dona de casa, rainha da beleza, destruidora de lares e adolescente desocupada: Electra Heart mostra quatro “estereótipos” femininos ao mesmo tempo que critica o machismo na sociedade.

Em um lado, referências à mitologia grega, desde o seu próprio nome (uma alusão ao Complexo de Electra, relacionado à mitologia assim como Complexo de Édipo). Do outro, o cinema hollywoodiano dos anos 30 a 70, em filmes como “Valley of the Dolls” (1967), cujo título inspirou uma das faixas do álbum.

As personagens do álbum são uma referência de tudo que Marina não é, desde a loira oxigenada idealizada pela mídia americana, até a uma
 dona de casa, típica mulher que se dedicou ao marido, foi abandonada por ele e agora vive sofrendo.



Do que se trata as faixas de Electra Heart? 

O álbum segue a linha dos quatro arquétipos criados por Marina, são eles: Teen Idle, Primadonna, Su-Barbie-A e Homewrecker.
A primeira faixa do CD, "Bubblegum Bitch", contém referências a dois arquétipos que aparecem ao longo do álbum, como Primadonna e Teen Idle, enquanto reforça a importância da imagem visual na era. A música é a única no CD a mencionar o título do álbum, e sua duração de 2 minutos e 34 segundos pode ser um reflexo da rapidez dos relacionamentos contemporâneos. Escrita em colaboração com Rick Nowels, a música tem uma vibe ensolarada da cidade de Santa Mônica, na Califórnia, e apresenta a sagacidade, inteligência e acidez de Marina Diamandis, apesar de sua aparência provocante com cabelos loiros e vestidos chamativos. A música segue o arquétipo Teen Idle. 



"Primadonna" foi lançada como primeiro single do álbum e é uma das músicas mais conhecidas de Marina até hoje. Ela fala sobre o desejo de ser a melhor, alcançar o topo e ter todos aos seus pés. A personagem Primadonna, apresentada pela cantora, é uma mulher que nunca assume a culpa por nada, sabe que causa problemas, mas não vê isso como algo ruim. A canção foi escrita por Marina em colaboração com Julie Frost, Dr. Luke e Cirkut, e produzida por Luke e Cirkut. É uma música extremamente dançante e similar às músicas pop mais populares nos charts internacionais. A faixa alcançou o sucesso comercial, atingindo o top 5 em países como Nova Zelândia, Irlanda e Áustria, e alcançou a posição #11 na parada musical do Reino Unido. O arquétipo abordado na música é Primadonna.

" Lies" é uma canção profundamente pessoal e impactante que apresenta o arquétipo de Su-Barbie-A/Housewife, uma mulher com o coração partido. A letra fala sobre o doloroso sentimento de amar alguém que não corresponde aos seus sentimentos. Marina expressa momentos de compreensão e aceitação de que seu relacionamento é inevitavelmente destinado ao fracasso, como na linha "Você nunca vai me amar, então qual o sentido em jogar um jogo em que você vai perder?", mas também mostra seu desejo de viver em uma ilusão, como em "Eu não quero admitir que não vamos dar certo. Que eu não sou o tipo que você gosta. Então, por que não fingimos?". A canção revela a dor de Marina por não ser amada por quem ela é verdadeiramente, como na linha "Você só me toca no escuro", deixando-a sofrendo por não conseguir deixá-lo ir embora. "Lies" foi escrita por Marina, Dr. Luke, Cirkut e Diplo, este último um renomado DJ que já trabalhou com artistas como No Doubt, Beyoncé e Usher, e produzida pelos três últimos.

"Homewrecker" é uma música que Marina descreve como uma resposta à faixa anterior. Nessa quarta música, a cantora apresenta seu quarto e último arquétipo: Homewrecker. Diferentemente de Su-Barbie, que lamentava por não ter seu amor correspondido, Homewrecker age de maneira diferente, não perdendo tempo em chorar. "Eu não pertenço a ninguém. Eles me chamam de destruidora de lares." Essa personagem representa a força feminina, usando os homens sem ser usada por eles. "Eu parto um milhão de corações por diversão", ela é irônica, sedutora e está conformada em saber que o amor nunca dará certo para ela. "Mas lá, no fundo, tudo o que você quer é amor/O tipo puro que todos sonhamos, mas nós não podemos escapar do passado. Então eu e você nunca daremos certo." Em contraste com a faixa anterior, onde era o homem que controlava a situação, em Homewrecker é Marina quem tem o controle. Ela é a típica femme fatale. "Homewrecker" foi escrita por Marina e Rick Nowels, produzida por Nowels.

As músicas, os personagens, os arquétipos, tudo representado durante o álbum, tem por trás uma ironia aos padrões americanizados de como uma mulher deve ser e até mesmo trazendo uma forte crítica ao que esses esteriotipos e expectativas em cima das mulheres na sociedade pode gerar. 

Tanto na parte visual quanto na parte musical Electra Heart foi um marco na música pop, apesar de muitos críticos na época de seu lançamento terem o descartado, hoje ele é um álbum atemporal onde poderíamos ficar por muito tempo aqui analisando todas as suas profundidades. Mas o fato é que Marina, ex Diamantes, soube criar personas peculiares e um tanto intrigantes em músicas icônicas. 


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »