Foto: Reprodução/ Portal Norte de NotíciasUm chamado para os adultos voltarem a ajudar seus heróis de infância. Foi a jogada de marketing realizada pela Netflix ao convidar os antigos atores de Mighty Morphin Power Rangers para o episódio especial com quase uma hora de duração.
O tom infantil do clássico permanece presente na versão atual da série, logo nos primeiros minutos é possível perceber com qual público o programa está conversando. Embora tenham trazido de volta os atores do Power Ranger de 1993, o intuito não foi dialogar com as pessoas que na época eram crianças e hoje são adultas. Pelo contrário, utilizam dos aspectos infantis para criar a narrativa da história e pouco se aprofundar no universo dos Rangers.
A homenagem realizada aos atores que já faleceram no final do episódio, pode encher os olhos dos fãs mais velhos, ao repassar cenas da série clássica, além de ser um modo interessante de recorrer a nostalgia e garantir uns pontos para a antiga audiência do programa, que decidiu assistir o episódio por saber da participação especial.
Os gráficos deixam a desejar, porque embora estejamos em 2023 o CGI apresentado consegue ser pior que a versão de 1993 devido a qualidade da imagem atual, que consegue evidenciar a falsidade dos gráficos e trazendo, assim, um ar mais “tosco” para Power Rangers. Mas este traço não é necessariamente negativo, porque o seriado original também apresentava esse tom em seus episódios com roupas de pano que soltavam faíscas, o que pode agradar uma parte do público que entende os Rangers como algo que não se deva levar a sério.
O desenvolvimento narrativo também não traz grandes revoluções para o episódio, na verdade, segue o modelo já conhecido de Power Rangers. Inclusive garante pontas soltas, o que pode abrir espaço para continuações como deseja David Yost, o ranger azul.
Outro problema a se destacar é a falta de apresentação dos personagens para o novo público, que parece ser o foco deste especial (também para os esquecidos, que viram a série há um bom tempo), auxiliando na sensação da história acontecer de forma rápida e pouco conexa.
Mesmo apresentando esses defeitos é inegável a nostalgia que se tem quando assiste o longa, com o formato padrão, referências aos bonecos que alucinavam a infância dos fãs, a construção do Megazord e o momento que se escuta a música de abertura, faz até o coração falar um pouquinho mais alto para cantar no ritmo.
A nova personagem inserida em Power Rangers, filha da ranger amarela, é bem adaptada e serve com link entre os personagens já estabelecidos e o novo público, sendo utilizada de modo sútil para explicar certos acontecimentos do seriado de 93 para a nova geração, embora não com muita profundidade. E o momento que consegue ocupar o lugar de sua mãe como ranger, recupera o sentimento de todo fã ao escutar a tão famosa frase: “É hora de Morfar”!
Nota: 4,5/10
Sinopse oficial:
Após uma tragédia, uma jovem heroína assume seu lugar de direito entre os Power Rangers para enfrentar a rival mais antiga da equipe.
