Quadrilha junina: origem, passos e roupas

A quadrilha junina é uma dança típica das festas caipiras do mês de junho

Rainha Adriana Dias e as damas da quadrilha Junina Babaçu (Reprodução: @juninababacu - Instagram)

Junho chegou e com ele as festas juninas. Os festejos homenageam os santos: Antônio, São João e São Pedro. As festas são comemoradas por milhares de pessoas, em especial no Nordeste, onde a tradição está inserida e ligada à realidade daquela população. Essas festividades têm uma grande importância tanto cultural quanto econômica no Brasil. Possuem elementos característicos como roupas, comidas típicas, músicas e dança. A quadrilha junina que faz parte da tradição.

 

Quadrilha junina
 

Quadrilha junina, quadrilha caipira ou quadrilha matuta é um estilo de dança coletiva folclórica popular no Brasil e que é realizada geralmente durante o mês junho em meio as festas juninas. É uma dança em pares que tem músicas, passos e vestimentas do universo caipira como elementos principais.

Quadrilha Junina Babaçu (Reprodução: Kiko Barros - Internet)

 

Origem 
 

A quadrilha teve origem na Inglaterra e logo depois foi inserida e adaptada na cultura francesa e foi se desenvolvendo nas danças de salão. Dessa forma, a quadrilha se tornou popular entre os membros da nobreza e com sua propagação pela Europa, chegou a Portugal.
 

Com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, a dança se popularizou. Salões da corte foram espaços que receberam apresentações de quadrilha, as apresentações eram públicas e assim permitiu a propagação da dança no país.
 

Ao longo do tempo a quadrilha sofreu transformações no ritmo e coreografias, assim deixando as características europeias. Ritmos brasileiros, indígenas e africanos foram introduzidos na dança, assim consolidando a quadrilha com elementos brasileiros.
 

Passos da quadrilha
 

O desenvolvimento da dança ocorre com base em um roteiro que conduz os movimentos e os participantes que os executam. A apresentação está relacionada a um casamento e a cerimônia é associada ao Santo Antônio, o Santo casamenteiro. Um orador, que é chamado de marcador ou animador fala algumas frases que determinam os movimentos da dança e ele pode ou não fazer parte da coreografia.
 

• Caminho da festa: início da apresentação, os noivos entram na frente, em seguida os demais pares, de braços dados;
 

• Caminho da roça: os pares se desfazem, ficando um atrás do outro, em uma única fila;
 

• Cumprimento: damas e cavalheiros se separam, e um, de cada vez, cumprimenta seu par com uma flexão de tronco à frente;
 

• Olha a chuva: os participantes mudam de direção (meia volta) e colocam a mão na cabeça;
 

• Já passou: é falado após o “olha a chuva”, assim todos dão meia volta, mudando novamente de direção;
 

• Damas ao centro: elas formam uma roda ao centro, enquanto os cavalheiros formam uma grande roda externa;
 

• Coroa de rosas: passo feito após o “damas ao centro”. Os cavalheiros ficam de mãos dadas e se aproximam da roda das damas, erguem os braços como se fosse uma coroação. Após isso, eles abaixam os braços, passando-os à frente. Assim, todos entrelaçados podem girar em movimento à direita ou à esquerda;
 

• Balancê: todos balançam os braços no ritmo da música;
 

• Olha o túnel: damas e cavalheiros ficam um de frente para o outro e dão as mãos formando um túnel. Os noivos entram no túnel e os casais fazem o mesmo em sequência;
 

• Olha a cobra: todos pulam, gritam e mudam de direção;
 

• Caracol: todos formam uma grande roda. A noiva solta a mão do noivo e puxa os outros para dentro da roda;

Noiva no Grupo Junina Babaçu (Reprodução: Marina Cavalcante - Diário do Nordeste)

 

Roupas coloridas
 

As roupas da quadrilha são muito coloridas e baseadas no estilo caipira. Os homens costumam vestir camisas xadrez, chapéu de palha e bigode no rosto. Já as mulheres costumam usar vestidos coloridos, fazerem maria-chiquinha ou tranças nos cabelos e maquiagem.
 

Os maiores grupos de festa junina do Brasil
 

• Arraiá da Serra (Rio Grande do Norte)

• Arraiá da Claridade (Rio Grande do Norte)

• Arraiá Tradicional Zé Matuto (Rio Grande do Norte)

• Arrocha o nó (Brasília)

• Brasil Caboclo (Paraíba)

• Chapadão do Corisco (Piauí)

• Dona Matuta (Pernambuco)

• Eita Junino (Roraima)

• Explosão estrelar (Piauí)

• Lageiro Seco (Paraíba)

• Luar do São João (Piauí)

• Lumiar (Pernambuco)

• Moleka sem vergonha (Paraíba)

• Sanfona Branca (Paraíba)

• Santa Fé (Alagoas)

• Traquejo (Pernambuco)

• Tradição (Pernambuco)

• Junina Babaçu (Fortaleza)

E aí, vamos aproveitar junho, as festas juninas e as maravilhas da cultura caipira do Brasil?