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05/07/2023 às 13h37min - Atualizada em 17/06/2023 às 20h12min

Inteligência Artificial: aliada ou inimiga?

Letícia Cleto - Revisado por André Pontes
Estamos no futuro e a inteligência artificial já é uma realidade. (Foto: Reprodução / Exame)
 
Muito se fala sobre a inteligência artificial e o futuro que nos reserva com essa inovação tecnológica. Esse recurso permite, numa definição geral, fazer com que o sistema tecnológico simule uma inteligência similar à humana, transformando esse tipo de mecanismo em um dos mais celebrados ao redor do mundo desde que sua funcionalidade foi confirmada. Desde então bilhões são investidos para a evolução e a implementação dessa tecnologia em empresas ao redor do mundo, mas, ao mesmo tempo que grandes quantidades são investidas nessa tecnologia, outros aspectos são deixados de lado e deixam de ser notados, como é o caso da educação.
(Foto: Reprodução/ Ideia no ar)

(Foto: Reprodução/ Ideia no ar)

Os altos investimentos em inteligência artificial geram debate.

 
Em uma pesquisa realizada pelo MEC, 56,4% das crianças do 2º ano do ensino fundamental não estavam alfabetizadas em 2021, e ao redor do mundo esse número é ainda mais assustador. De acordo com essas estatísticas conseguimos fazer um paralelo e comparar os altos investimentos feitos em um setor que gera um maior retorno aquisitivo desconsiderando medidas urgentes que precisam ser tomadas para a melhoria da educação. 
 
Segundo um estudo da organização não governamental Instituto de Estudos Socioeconômicos, os gastos públicos com educação apresentaram uma queda nos últimos cinco anos trazendo perdas em vários cenários, como: no transporte escolar; atrasos de construção de novas unidades escolares; não aquisição de equipamentos e recursos técnicos, pedagógicos e tecnológicos; na alimentação e por fim, nos livros didáticos.

Ao mesmo tempo em que observamos o declínio dos investimentos em educação,
a inteligência artificial recebe cada vez mais capital para aprimorar ainda mais sua tecnologia. Visto que, em pesquisa realizada pela Accenture compartilhada com a EXAME, cerca de 73% das empresas ao redor do mundo têm o investimento em IA como prioridade, enxergando a importância da aquisição da IA como vantagem competitiva. Por outro lado, também conseguimos imaginar esse mecanismo como uma forma positiva aos problemas relacionados ao analfabetismo, por exemplo.

 
De acordo com Bill Gates, fundador da Microsoft, mesmo tendo ressalvas em relação à inteligência artificial, ele alega que sua implementação na educação poderá ajudar na educação infantil auxiliando na leitura e na escrita. "A IA terá essa capacidade, de ser um tutor tão bom quanto qualquer ser humano jamais poderia. [...] No início, ficaremos surpresos com a forma como um assistente de pesquisa de leitura pode ajudar a dar feedback sobre a escrita”, conta.
 
Visto isso, um dos trunfos da inteligência artificial é conseguir analisar grandes quantidades de informações podendo encontrar certo padrão relacionado ao resultado dos alunos, fazendo com que professores possam elaborar estratégias específicas para cada aluno e auxiliando-o no melhor entendimento daquilo que foi apresentado em sala de aula. 

No entanto, como já foi relatado, a falta de investimentos diretamente na educação sempre causou um déficit muito grande no aprendizado dos jovens, principalmente no Brasil - país com alto índice de analfabetismo. Outro problema é a falta de professores em escolas públicas, que nos leva a crer que os investimentos feitos na IA, que são consideravelmente mais caros, são mais prioritários do que um professor em sala de aula de uma forma geral.


(Foto: Reprodução / Época Negócios)

(Foto: Reprodução / Época Negócios)

Analfabetismo resiste no Brasil e no mundo do século 21.
 
A falta de profissionais da educação em sala de aula é um problema recorrente no Brasil, dificultando assim a aprendizagem e causando certo desinteresse dos estudantes. Com essas questões voltamos ao início da matéria. O presente em que vivemos está completamente preenchido para podermos apostar nossas fichas em um futuro, que de certo modo ainda é incerto?  Além disso, muitas pessoas não têm acesso total e são restritos à internet , promovendo ainda mais disparidade em relação a diferentes classes sociais.

O Fórum Econômico Mundial também aponta outro aspecto que precisa de atenção. Com o avanço da IA grandes impactos irão acontecer na força de trabalho, já que a automação pode substituir, até 2025, em média de 50% dos empregos existentes. Por isso os alunos precisarão dominar as facetas desse novo mundo enquanto estudam e o mercado dos educadores, que não é nem um pouco escasso, sofrerá inúmeras consequências.  

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