Já ouviu falar em Tasha e Traice? As gêmeas do rap estão ganhando grande visibilidade midiática nos últimos anos, mas suas tragetórias já são bem longas tanto na música quanto na moda. Atualmente as Okereke tem um álbum “Diretoria” e dois EPs “Rouff” e “Ying e Yang”, lançamento mais recente, e uma vasta lista de singles e parcerias.
Quem são Tasha e Traice ?
As jovens são de Trindade e do Jardim Peri, Zona Norte de São Paulo, são filhas de Roseane Aparecida do Nascimento, brasileira, e de James Okereke, nigeriano, suas principais influências, tanto musicais quanto visuais.
Começaram suas atividades como blogueiras e ativistas, mas atualmente são DJ’s, MC’s, estilistas, produtoras culturais e diretoras de arte. Na música, Tasha e Traicie juntam o rap com o funk e abordam diversos temas ligados a cultura negra, vivência periférica, sexo e ostentação.
Expansive Sh$t
“Quando nós passou, eles acompanhou com olho” (Lui Lui)
Incentivadas pela rapper Drik Barbosa, em 2014, surgiu o Expensive $hit, espaço em que as gêmeas encontraram para falar sobre moda acessível, cultura preta, periférica e hip hop. O nome do blog veio com o disco do Fela Kuti, 1975, pelas postagens do blog, Tasha e Traice mostravam como era possível gostar de moda e ter estilo com criatividade, autenticidade e pouco dinheiro, dando exemplos de adaptações de roupas e através da sua moda.
Tasha e Traice mostram que não se encaixavam no conceito de It Girl e eram It Favela, pela reunião de referências e vivências que tinham em suas vidas.
Atualmente, são embaixadoras da Adidas, já participaram da campanha da Melissa, foram capas da revista Elle e Glamour Brasil, ganharam visibilidade de marcas como Avon, i-D e UOL, foram as primeiras brasileiras a saírem no Afropunk, em 2015. Além disso, o estilo original e autêncio das gêmeas despertou a atenção do Dapper Dan, estilista do Harlem, de Nova York, conhecido por introduzir a alta costura no universo do hip-hop.
Música
“Tô lançando mais uma pras brabas” (TANG)
A música, assim como a moda, esteve na vida de Tasha e Traicie desde pequenas por influência dos seus pais. A presença da musicalidade vinha dentro de casa e fora, o que construiu uma enorme bagagem cultural com diversas referências dentro da cultura negra que refletiu nas suas produções musicais.
O rap entrou na vida das gêmas através de Britinho, irmão de consideração e um dos fundadores da Batalha de Santa Cruz. Lá começaram a ter mais contato com o rap nacional e a cultura hip hop e também foram como conheceram Drik Barbosa, que as incentivou a criar o Expensive $hit.
Em 2019, lançaram o EP "Rouff", em parceria com a rapper Ashira, mostrando um pouco se suas personalidades e vivências como “MPIF” Mulher Preta Independente de Favela. Em 2021, lançaram o EP “Diretoria” vai detalhar um pouco mais quem são elas, abordando um caráter biográfico ao falar da sua ascensão social, do blog e vivências nas quebradas.
O EP, traz participação de Yunk Vino, feats com a rapper ONNiKA, Febem e Veigh e a produção dos beats são de DJ MF, Pizzol, Devasto, MU540 e CESRV.
“O ROUFF é mais ‘domingo de sol na quebrada’. Já o Diretoria, é mais pra você escutar no carro, de noite” Tasha Okereke.
O último lançamento da dupla de rap foi o EP “Ying Yang”, realizada em parceria com seus parceiros amorosos, as faixas vão trazer polaridade musical.“A gente passou por várias coisas que nos fizeram pensar em parar de fazer música e nos bloquearam criativamente, achamos que não íamos conseguir criar mais nada. Perdemos nossa auto estima como artistas e nossos parceiros fizeram a gente acreditar de novo em nós mesmas e recomeçarmos do zero” disse Traicie Okereke. Atualmente T&T tem se preparado na produção do álbum debut que será dedicado a lovesongs, em que o público poderá ver um lado mais pessoal, romântico e sentimental das rappers.
É possivel enxergar a influência de Tasha e Traice para o cenário da música e moda/estética negra. As gêmeas são sinônimos de autoestima e ousadia, percebe-se isso nas letras de suas músicas e no grande estilo que jã forma suas identidades visualis. É importante pensar na importância que elas têm na vida de meninas negras, crianças e adolescentes da periferia que incentivam a acreditar em si mesmos.
