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25/09/2023 às 21h39min - Atualizada em 24/09/2023 às 19h04min

São Luís completa 411 anos: 5 poemas inspirados na capital maranhense.

Marvio Araujo - Malu Figueiredo
Vista do Palácio dos Leões, prédio do Governo do Maranhão. Foto: Dino/Terra

A cidade de São Luís completou 411 anos no dia 8 de setembro. Fundada em 1612 pelos franceses Daniel de La Touche e Fraçois de Rasilly, a capital maranhense possui pouco mais de 1 milhão de habitantes.

 

Bastante procurada por suas praias, São Luís apresenta grande riqueza cultural, com as expressões artísticas do Bumba Meu Boi, Tambor de Crioula e Cacuriá de Dona Teté. A cidade também é reconhecida como a Capital Nacional do Reggae.

 

Apelidada como "Ilha do amor" e "Jamaica brasileira", São Luís também carrega a alcunha de "Atenas brasileira", devido ao grande número de escritores ligados à capital, como Aluísio Azevedo, Graça Aranha, Ferreira Gullar, Gonçalves Dias, entre outros.
 

Homenageando os 411 anos de São Luís e os poetas que construíram sua história, foram selecionados 5 poemas inspirados na capital maranhense.

 

1 - Hino de Louvação a São Luís - Bandeira Tribuzi.

 

Nascido em 2 de fevereiro de 1927, Bandeira Tribuzi foi poeta, jornalista e escritor, e é dono de uma vasta e diversa bibliografia, reunida em 11 livros, peça e novela.


Considerado o introdutor do Modernismo no Maranhão com a publicação do livro de poesias "Alguma Existência", Tribuzi também é o autor de Louvação a São Luís - hino oficial da cidade. O poema possui melodia, e exalta as belezas e encantos da capital maranhense em uma verdadeira declaração de amor, versando sobre o passado, presente e futuro da cidade.

O hino Louvação a São Luís foi apresentado pelo autor em 1977. Meses depois, em uma coincidência do destino que só reafirma o laço umbilical de Tribuzi com a capital maranhense, o poeta faleceu no dia que a Ilha do Amor completava 365 anos. Para homenagear o escritor, Louvação a São Luís foi instituída hino oficial da cidade ainda no ano de 1977.

Poema completo:
Hino e brasão - Prefeitura de São Luís (saoluis.ma.gov.br)

 

2 – Poema Sujo – Ferreira Gullar


 

O ludovicense Ferreira Gullar é imortal da Academia Brasileira de Letras e autor de vasta obra poética e teatral, considerado um dos fundadores do concretismo e do neoconcretismo.

Ao longo de sua carreira, filiou-se ao Partido Comunista, quando lutou contra a ditadura militar de 1964.
Por conta de sua atuação política, foi preso e, posteriormente, exilado em Moscou, na Rússia, e depois em Santiago, no Chile, e em Lima, Buenos Aires. Enquanto esteve na capital argentina, o poeta escreveu, em 1976, o Poema Sujo, que é considerado sua obra-prima.

Com traços autobiográficos, os mais de 2 mil versos escritos na solidão exílio é um clamado à liberdade, ao passo que também passeia por memórias desde a sua infância vivida em São Luís do Maranhão, rememorando os parentes próximos, o pai, o tio, o primo, o seu Neco,
até os ideais políticos.

Poema completo: Ferreira Gullar – Poema sujo – singularidade – poesia e etc. (singularidadepoetica.art)

 

3 - José Chagas – Os Canhões do Silêncio


 

Provavelmente ninguém se empenhou tanto em descrever as belezas de São Luís como José Chagas. Nascido na Paraíba, em 29 de outubro de 1924, mas com coração maranhense, Chagas foi poeta, jornalista e é membro da Academia Maranhense de Letras.
 

Dono de uma vasta bibliografia, fez grande sucesso com o livro Os Canhões do Silêncio, ganhando em 1978, o prêmio no Concurso Literário Bandeira Tribuzi, promovido pela Sociedade de Melhoramentos e Urbanismo da Capital (São Luís).

Com um livro composto de um único poema de quase 300 páginas, Chagas usa o mirante e o bairro do Desterro, além de janela, mar e vento (elementos que compõem o cenário de São Luís) como seres atuantes, fazendo uma reflexão sobre o Ser e o Tempo. Através desses dois conceitos, ele fala sobre a brevidade do tempo e da existência.

Fragmento do poema:

 

[…]

São Luís se mostra à vida

para quem queira ou não queira,

como coisa consumida

em luz, em glória, em poeira.

 

E nunca se mostra igual,

nem é só uma, são três:

mistura de Portugal

e Holanda, em sonho francês
 

 

4- Nauro Machado – Pequena Ode a Tróia


 

Nauro Diniz Machado nasceu em São Luís, MA, no dia 2 de agosto de 1935. Autodidata, tinha grande conhecimento de filosofia, literatura e cinema. Comparado por especialistas a Fernando Pessoa, possui alguns de seus poemas traduzidos para o alemão, o inglês, o francês e o catalão.

Diferente de seus contemporâneos, como Ferreira Gullar, José Chagas e Bandeira Tribuzzi, Nauro utiliza a linguagem poética para
questionar a própria essência e destinação do ser humano de uma forma real e visceral, como no poema Pequena Ode a Tróia, do livro O Cavalo de Tróia, 1982.

Poema completo: 
Pequena Ode a Tróia - Poema de Nauro Machado (escritas.org)

 

5- Eloy Melonio – Enlevo.


 

Eloy Melonio é professor, compositor, escritor e poeta ludovicense. Foi membro da Academia Poética Brasileira, da Academia Ateniense de Letras e Artes, da Sociedade de Cultura Latino-Americana e da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Como autor, escreveu A Verdade Que Liberta (religioso, 1999), Os Dois Lados da Cruz (novela, 2000) e Dentro de Mim (poemas, 2015). 

No livro Dentro de Mim, Eloy derrama todo o seu amor por São Luís no poema Enlevo. Carregado de referências, o poeta passeia pelos belos casarões da capital maranhense, dá um mergulho nas suas belas praias, exalta nomes como João do Vale e Gonçalves Dias, e descansa no começo de tudo: a aparição da ilha de Upaon-Açu nas retinas de Daniel de La Touche.

Poema completo:
Poesias Escolhidas. (facetubes.com.br)

 

 

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