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30/09/2023 às 12h11min - Atualizada em 24/09/2023 às 21h49min

Cultura do milho é forte no Sergipe

Estado é o quarto maior produtor do grão no Nordeste

Beatriz Passos Silva - Malu Figueiredo
Milho. (Foto: Reprodução/ ANEK SANGKAMANEE / Shutterstock.com).

O milho é o grão mais importante do estado de Sergipe, fazendo parte não só da economia, mas também da cultura popular. Plantar milho no dia de São José, 19 de março, para colher no mês de junho, é uma forte tradição. A planta é um dos personagens principais da agricultura sergipana e recebe variadas finalidades, podendo ser utilizada na culinária e resultando em pratos típicos, como cuscuz, canjica e pamonha; para alimentar o gado, por meio da silagem - forragem verde, suculenta, conservada por meio de um processo de fermentação anaeróbica - e também, na colheita dos grãos quando já está seca. Como a região é favorável ao cultivo do milho, muitos sergipanos tiram o sustento de cada dia por meio dessa cultura, o que é passado através de gerações e vem se modernizando com o tempo. 

Levando em conta a importância do grão para a cultura sergipana, todos os anos acontecem, em várias localidades do estado, concursos para a escolha de rei e rainha do milho. Neste ano, foi realizado pela Fundação de Cultura e Arte Aperipê um evento inédito para escolher o casal que representaria a realeza sergipana do milho. Em uma disputa com 11 duplas, na qual os candidatos foram avaliados nos quesitos figurino, coreografia e harmonia, quem levou o título foi Thamyres dos Santos e Júnior Vieira, integrantes da quadrilha Século XX.


Concurso para rei e rainha do milho. Foto: (Reprodução/Agência Sergipe).

Concurso para rei e rainha do milho. Foto: (Reprodução/Agência Sergipe).

Casal vencedor do concurso.


Cultura do milho impacta na economia

Sergipe é o menor estado do Brasil, mas isso não o impede de se destacar na produção agrícola nordestina. Segundo o último levantamento do
Boletim da Safra de Grãos, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estado ocupa o quarto lugar entre os maiores produtores de milho em grãos da região nordeste, ficando atrás apenas da Bahia (1º), Maranhão (2º) e Piauí (3º).  Para este ano, a estimativa é de que a safra chegue a, aproximadamente, 941,1 mil toneladas, o que corresponde a um aumento de 5,4% em relação ao ano anterior, quando o total chegou a 900,1 mil toneladas, ainda de acordo com a Conab. 
 
Muitos fatores influenciam para esta alta produtividade, e dentre eles, estão a introdução de boas práticas cultivares, investimento em tecnologia e insumos adequados, além de condições naturais favoráveis, como o solo e a distribuição de chuvas. A pesquisadora e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal de Sergipe (GEDRUFS), Ana Paula Villwock, explica que Sergipe expandiu a área produtiva de milho nos últimos anos e chama a atenção para inserção de manejos inovadores nas lavouras. “A tecnologia vem crescendo muito no campo do milho em Sergipe, com sementes geneticamente modificadas, maquinários e defensivos agrícolas manejados de forma correta com um especialista”, ressalta a pesquisadora.

Milho. (Foto: Beatriz Passos).

Milho. (Foto: Beatriz Passos).

Milho produzido em lavoura localizada agreste sergipano.

 
O professor e pesquisador do Grupo de Pesquisa em Manejo do Solo e Sustentabilidade da UFS, Alceu Pedrotti, enfatiza que o rendimento por área desta produção se deve às chamadas condições edafoclimáticas, características, como solo e clima. “Essa alta radiação solar associada à ocorrência de precipitações de forma adequada e as características químicas do solo serem bem destacáveis tem garantido produtividades bem elevadas aqui no estado”, destaca.
 
Expectativas do produtor rural 
 
A cultura do milho está presente em 16 municípios sergipanos, principalmente, naqueles localizados no agreste e sertão do estado. Em Campo do Brito, território agrestino, o produtor rural Claudiano Almeida plantou em sua propriedade 200 tarefas - o que equivale a 60 hectares - do grão no mês de abril, e no momento, aguarda a lavoura amadurecer para que seja feita a colheita - o que está previsto para acontecer em outubro. 

Produtor rural no agreste sergipano. (Foto: Beatriz Passos)

Produtor rural no agreste sergipano. (Foto: Beatriz Passos)

Claudiano acompanha o amadurecimento do milho com muito expectativa.
 
O agricultor trabalha com milho há 6 anos e conta que as expectativas para a safra deste ano são melhores quando relacionadas ao ano passado. "Esse ano a chuva foi mais maneirada, não foi um volume muito grande para alagar o terreno. No ano passado eu colhi 30 sacas por tarefa, e neste ano, eu estou com a expectativa de 40 a 45 sacas por tarefa”.
 
Ao todo, serão investidos 350 mil reais, e Claudiano espera obter um lucro em torno de 130 mil reais, se considerado o valor de 60 reais para cada saca de milho (cada saca contém 60kg). 

Capital Sergipana do Milho

 
O município de Carira, localizado no sertão sergipano, é considerado a Capital Sergipana do Milho, de acordo com a Lei Estadual de n° 8.871, publicada no Diário Oficial de Sergipe em 2021, e de autoria da ex-deputada estadual, Kitty Lima (Cidadania). Carira recebeu este título porque possui em torno de 148.289 hectares de produção,  o que gera, aproximadamente, 700 mil toneladas de grão de milho e o torna o maior produtor do estado.

 

 

 
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