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19/12/2019 às 09h45min - Atualizada em 19/12/2019 às 09h45min

​Genes emprestados de bactérias permitiram plantas migrassem da água para a terra

Segundo novo estudo, a transferência horizontal de genes foi o que possibilitou o primeiro passo para a vida terrestre

Isabelle Miranda - Editado por Thalia Oliveira
Divulgação
Um artigo publicado na Revista Cell mostra que uma “engenharia genética natural”, realizada por meio da troca de genes entre espécies, foi o que permitiu às plantas saírem do ambiente aquático para viver em terra firme.

De acordo com Gane Ka-Shu Wong, professor da Faculdade de Ciências e Faculdade de Medicina e Odontologia na Universidade de Alberta, no Canadá, a transição é um dos eventos mais importantes na história evolutiva da vida do planeta - sem o qual nós, humanos, não existiríamos como espécie. “O movimento da vida saindo da água para a terra, chamado terrestrialização, começou com plantas e foi seguido por animais, o que, obviamente, levou aos seres humanos. Esse estudo explica como esse primeiro passo ocorreu”.

Wong explica que essa passagem da água para a terra foi possível quando genes de bactérias do solo foram transferidos para algas através de um processo chamado transferência horizontal de genes – processo em que o organismo transfere seu material genético para outra célula que não é sua descendente.

Michel Melkonian, professor da Universidade de Duisburg – Essen, na Alemanha , diz que por centenas de milhões de anos, as algas verdes viveram em ambientes de água doce que periodicamente secavam, como pequenas poças, leitos de rios ou cachoeiras, e esses seres vivos acabaram por misturar-se com bactérias terrestres e receberam delas alguns genes que as ajudaram a lidar com o ambiente terrestre e, eventualmente, a evoluir para a flora de plantas terrestres que conhecemos hoje.

O estudo faz parte de um projeto internacional focado no sequenciamento de genomas de mais de 10.000 espécies de plantas. A descoberta se deu no processo de sequenciamento de duas algas em particular, sendo delas, uma nova espécie descoberta por meio desse estudo, a Spirogloea muscicola.

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