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25/03/2023 às 14h41min - Atualizada em 25/03/2023 às 12h54min

Após 10 anos, bolsas de mestrado e doutorado terão aumento

Bolsas de iniciação científica também serão reajustadas

Maria Eduarda Alcantara da Silva - Editado por Bruna Nunes
Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou no dia 16 de fevereiro o aumento nos valores das bolsas de pós-graduação e iniciação científica, além da quantidade de bolsas a serem concedidas. Os benefícios dos reajustes já serão pagos a partir de março, atendendo a mais de 250 mil bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Ministério da Educação, e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

 

O último reajuste nos valores das bolsas ocorreu em abril de 2013, durante o governo Dilma Rousseff. O aumento deve significar, na prática, um aporte de R$ 2,38 bilhões em recursos do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência e Tecnologia, destinados à CAPES e ao CNPq. A correção foi de 40% para os alunos do mestrado, que passou a ser R$2.100, a de doutorado R$ 3.100, e de 25% para pós-doutorandos, que passaram a receber R$ 5.100.

Segundo a estudante Heloise Barreiro, mestranda em Comunicação pela UFPE e bolsista do CAPES desde junho de 2022, o reajuste é bem-vindo. “Esse novo valor ainda não permite que eu viva apenas de pesquisa, mas com certeza me permite diminuir a carga de trabalho em outra empresa para que eu possa me dedicar cada vez mais à vida acadêmica, e isso é muito animador!"

Barreiro também comentou sobre o atraso da bolsa durante o fim do governo Bolsonaro. "Recebia geralmente no quinto dia útil do mês, mas no final recebi com muito atraso. E o pior foi não saber sequer se receberíamos, houve uma incerteza muito grande e fiquei realmente preocupada de não dar conta de pagar o aluguel e outras despesas do mês.”

  
No caso das bolsas de iniciação científica, o aumento do valor foi de 75%. Além disso, a 
Bolsa Permanência teve o primeiro reajuste desde a criação do auxílio. O programa é voltado a estudantes quilombolas, indígenas, integrantes do Prouni e alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica matriculados em instituições federais de ensino superior. Os percentuais de aumento vão variar de 55% a 75%. Atualmente, os valores variam de R$ 400 a R$ 900. 
 

A aluna de Jornalismo Ana Florencia relatou ao Lab Dicas sua experiência como bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). “Eu passei a receber os 700 reais, e sim, me ajudam bastante nos custos. Inclusive, é muito bom que a ciência tenha voltado a ser mais valorizada. A bolsa nunca atrasa. Eu recebo pelo CNPq, então eles pagam bem direitinho. O aumento vai me ajudar na manutenção da minha estadia em Recife. E não somente isso, vai me permitir mais conforto.” Perguntada se o aumento a influenciou a tentar o mestrado após a graduação, Florencia respondeu: “Eu sempre quis fazer mestrado, o aumento das bolsas me influenciou a querer ainda mais correr atrás dessas oportunidades, pois caso seja selecionada de mestrado, sei que vou conseguir pesquisar com o mínimo de segurança financeira.”

 

O governo federal também vai recompor a quantidade de bolsas oferecidas. No caso do mestrado, por exemplo, em 2015 havia 58,6 mil bolsas, número que caiu para 48,7 mil em 2022, redução de quase 17%. Agora, a estimativa é de que sejam ofertadas 53,6 mil. Isso demonstra um avanço na valorização da ciência no país após cortes e congelamento de investimentos, conseguindo assim tentar diminuir a chamada “fuga de cérebros". É importante lembrar que é graças à ciência que conseguimos ter avanços para a geração de conhecimento e para o desenvolvimento. Os investimentos em pesquisa nos países em desenvolvimento são importantes ferramentas para sua independência dos países de primeiro mundo.


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