Continuação da franquia derivada de Invocação do Mal, A Freira 2 chegou aos cinemas em setembro com alta expectativa do público. O longa se passa na França, em 1956, quando uma série de assassinatos de padres e freiras revela uma presença maligna. Para assumir a tarefa de combater o mal, Irmã Irene (Taissa Farmiga) é convocada mais uma vez.
O filme tem o seu ponto forte na criatividade, mas peca ao trazer jumpscares cansativos e um enredo fraco que faz o público se questionar: “será que vale a pena?”
O Diretor
Diretor Michael Chaves em divulgação do filme A Freira 2 / Reprodução: Warner Bros
Em entrevista para o UOL, o diretor comenta sobre o seu apego à estrutura do terror clássico com a típica câmera em terceira pessoa, a jornada do herói e uma linha narrativa bem definida. "Acho que um retorno à tradição é revigorante, representa um ciclo de volta aos cinemas com um elemento familiar."
Entretanto, apesar das boas intenções de Chaves, A Freira 2 é uma obra esquecível para o público justamente pelo medo previsível.
O Enredo
A história do longa se passa na França dos anos 50 com Maurice (Jonas Bloquet), possuído pela freira demoníaca Valak (Bonnie Aarons) no primeiro filme. Assim, a entidade deixa vários mortos na estrada até um internato para meninas, que abriga um artefato escondido com o poder de ampliar os poderes do demônio.
Enquanto isso, Irmã Irene (Taissa Farmiga) vive em um convento afastado ensinando noviças. Uma delas se destaca por não acreditar em milagres: Debra, interpretada por Storm Reid. A noviça tem uma história marcada pelo racismo e conservadorismo que apagaram a sua fé em Deus.
Quando o mal se alastra pela Europa, Irmã Irene e a noviça Debra partem para combatê-lo. A partir desse momento é que a narrativa de fato se desenrola, trazendo mortes frenéticas de personagens secundários (que nem fazem muita falta na história).
De jumpscares cansativos a gritos e muita correria, os sustos tomam todo o espaço de tela do enredo. A violência é um ponto forte do filme, mas não há a construção do medo como em Terrifier 2 (2023). Desse modo, o choque pelo susto fica previsível e o filme, sem graça.
Prós e Contras
Por mais fraca que seja a narrativa do longa, os aspectos visuais ganham vida e colocam a imagem da Freira em qualquer brecha escura. O trabalho de fotografia de Tristan Nyby e a direção criativa de Stephane Cressend não passam despercebidos na trama que dá vida à Valak.
No entanto, é importante lembrar que a premissa do filme é ser um clássico do terror e não um filme de arte com visuais bonitos. A solução seria focar no enredo, explorando melhor a fé (ou a falta dela) a partir da noviça Debra ou a própria história de Valak e suas motivações.
Por fim, se pode concluir que a Freira 2 foca mais em visuais e sustos, enquanto o enredo foi esquecido pelos roteiristas e nem um diretor com boas intenções pôde salvar a trama do fracasso.