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02/11/2019 às 20h53min - Atualizada em 15/11/2019 às 22h49min

Futuro da gestão da cidade de São Paulo diante da doença Bruno Covas

O que pode acontecer no caso de uma possível licença

Francine Ribeiro - Editado por Renato Fragoso
https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/boletins-medicos/Paginas/Boletim-Bruno-Covas-VII.aspx
O prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas de 39 anos, recebeu alta hospitalar nesta quinta-feira, dia 14.  Ele havia sido diagnosticado com um câncer na transição entre o esôfago e o estômago - conhecido como cardia -, com pequenas lesões no fígado e nos gânglios linfáticos, e estava internado no hospital Sírio Libanês, desde o dia 23 de outubro.

Os primeiros sinais da doença apareceram, inicialmente, como uma erisipela. No dia 25, foi diagnosticado com uma trombose das veias, posteriormente descobriu-se ser tromboembolismo pulmonar e câncer.

Por recomendação médica, Covas passará o feriado em casa, retornando ao gabinete da prefeitura na segunda-feira, dia 18. O retorno para realizar novos exames e para a terceira fase da quimioterapia está marcado para daqui 12 dias. A decisão da alta surgiu devido ao fato que o prefeito reagiu bem as duas seções do tratamento, de acordo com boletim divulgado pela equipe médica.

Davi Uip, oncologista do Hospital Sírio-libanês, membro da equipe que realiza o tratamento do prefeito relata que "trombose em pessoas jovens, sem fatores de risco, tais como cigarro, faz com que seja necessário a investigação de outras doenças".

"O câncer de estômago está entre os cinco com maior incidência no Brasil, acometendo a maioria homens", informou a médica Eliza Ricardo, oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

Durante o período de internação, Covas realizou expediente do quarto em que se encontrava e, informou que não pretendia se licenciar do cargo enquanto não recebesse recomendações médicas para isso.

Bruno era vice-prefeito na chapa do partido PSDB que elegeu João Dória, assumiu o cargo quando Dória renunciou para disputar o governo do estado de São Paulo. Logo, como não existe um vice e, caso seja necessário sua licença para seguir o tratamento, quem assume é o atual presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma, também do PSDB.

Além disso, faltando menos de um ano para as eleições municipais, caso o afastamento de Bruno Covas seja necessário, Eduardo Tuma terá 30 dias para convocar eleições indiretas para que algum membro da Câmara de vereadores assuma o cargo - Lei Orgânica Municipal - até o resultado da disputa eleitoral.

 
  • Quem seria o novo prefeito?

Presidente da Câmara Muncipal desde janeiro desse ano, Eduardo Tuma tem 38 anos, e vem de uma família de políticos, entre eles, o ex-senador Romeu Tuma, seu tio; o ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, primo; e seu pai, Renato Tuma, ex-secretario de Administação no governo Celso Pitta. Eduardo é formado em Direito, professor universitário e evangélico. No ano passado, teve seu nome envolvido em denúncias de enriquecimento ilícito, o que motivou o quando o Ministério Público Estadual pediu pedir a quebra de seu sigilo bancário.
 
  • Avaliação 

A gestão Covas não é uma unanimidade. Enfrentou greve de funcionários públicos, liderados pelo Sindicato de Servidores Municipais de São Paulo (Sindesp), criticos ferozes da política de privatização imposta pelo seu governo. Mas, detem simpatia da classe artística após nomear Alê Yossef, em janeiro, como secretário municipal da Cultura, como esclarece o diretor artístico Ivam Cabral, do grupo teatral Satyros, ao portal Yahoo. Dentre outras ações, Yossef planeja no início de 2020, realizar o festival "Verão sem censura em São Paulo", com produções que sofreram algum tipo de repressão em algum local no país.

Um possível afastamento de Covas gera preocupação na categoria artística, sobretudo com a possibilidade de alguém com alinhamento político idêntico ao Governo Federal assumir a prefeitura, este que já anunciou cortes em diversos fundos de financiamento e mantém uma postura austera frente a este grupo, e isso poderia colocar em risco os projetos da Secretaria de Cultura, afirma Ivam.

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