Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
17/09/2020 às 12h51min - Atualizada em 17/09/2020 às 11h30min

“Cada estilo tem uma história por trás e representa algo”, afirma doutora em comunicação

Em entrevista, Marina Agustoni explica como as pessoas estão adequando a imagem ao propósito

Franciele Oliveira - Editado por Larissa Barros
Reprodução / Agência Brasil
As roupas e acessórios escolhidos para composição de um look sempre comunicam algo sobre a personalidade de cada pessoa e muitas vezes podem estar ligadas à sua posição na sociedade. Em entrevista à reportagem, a professora de teorias da comunicação, Marina Agustoni, afirma que as pessoas estão procurando mais informação sobre como deixar sua imagem completamente adequada ao seu propósito.

Ao escolher uma vestimenta, o consumidor pode estar comprando uma imagem de si mesmo. Para Marina, as cores possuem um grande poder simbólico, mas precisam ser trabalhadas em conjunto com outros elementos para que realmente seja criado um discurso. Caso contrário, terá apenas uma ou outra indicação de ideia, de caminho, mas não um discurso propriamente dito.
 

“Tudo comunica algo, com nossa indumentária não é diferente, cada peça de roupa, capa acessório que usamos diz algo sobre nós. Cada peça, cada cor, cada estilo tem uma história por trás e representa algo. É um sistema de códigos infinito, tudo é signo e um signo sempre representa algo” – analisa.


A professora explica também que os indivíduos estão cada vez mais em busca de informações, a fim de construir uma imagem mais precisa e apropriada sobre si e do grupo social ao qual faz parte.
 

“As pessoas sempre buscaram isso [criar a própria imagem], o que acontece agora é que vivemos a era da imagem, então as pessoas estão dando mais importância para isso e procurando mais informação sobre como deixar sua imagem completamente adequada ao seu propósito”, comenta. 


A identificação das pessoas e suas lutas estiveram bastante presentes em manifestações, neste ano. Como por exemplo as roupas na cor preta usadas pelos integrantes dos movimentos sobre Black Lives Matter [vidas negras importam], nos Estados Unidos.
 

“Você pode escolher vestir preto por ser gótica, por estar de luto ou apenas porque emagrece e te deixa elegante, o que vai fazer as pessoas entenderem a diferença é o contexto e os outros signos que acompanham sua roupa”, explica.


Por fim, Marina destaca que os símbolos se ligam a algo através de uma lógica ou convenção social. Para ilustrar essa relação, ela aponta que por conta dessas convenções se tem observado bastante extremismo.

 

“Temos visto extremismos como, ‘se você usa vermelho é petista’, ‘se usa amarelo é bolsonarista’, isso é uma grande bobagem. Posso usar vermelho apenas porque me cai bem ou porque é sensual e passa sensação de energia ou por ser um uniforme. Do mesmo modo, posso usar amarelo por ser um uniforme, porque me cai bem, ou porque é setembro e quero chamar atenção para o suicídio” - finaliza Agustoni.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Marina Agustoni (@marinaagustoni) em


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »