Reprodução / Instagram / @crisalidabauruEm meio às discussões sobre poluição e meio ambiente, a indústria da moda, considerada uma das mais poluentes do mundo, tem crescido cada vez mais. Para a empreendedora Julia Landim, colaboradora no Projeto Crisálida, "a moda não é feita para ser sustentável, é feita para ser passageira".
Indo contra essa ideia e a cultura do consumo e desperdício, o Crisálida, localizado dentro da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Bauru, em São Paulo, mescla economia circular e artesanato, a partir da gestão de resíduos e capacitação dos colaboradores, promovendo mais sustentabilidade.
De acordo com o relatório da Ellen MacArthur Foundation, o ciclo de vida curto das coleções pode resultar em cerca de US $500 bilhões perdidos em descarte de roupas nos aterros. Por isso, o projeto foi criado a partir de uma grande identificação de demanda têxtil, com a possibilidade de reuso, porém sem um destino correto.
"Essa mudança de ponto de vista e consumo tem que ser uma necessidade da sociedade como um todo e não, apenas, responsabilidade de uma pequena parcela que rege os bens de consumo e produções. Abrir a mente para possibilidades reais com o que já temos em mãos e não utilizamos, pode transformar vidas financeiramente e moralmente", destacou Júlia.
Atualmente, com mais de dois anos de história, o Crisálida acompanha cerca de seis mulheres durante o ano, que desenvolvem habilidades artesanais e vendem suas produções. Luana Crispim, uma das representantes legais da iniciativa, afirma que a capacitação dos colaboradores vai além de ensinar artesanato.
"A ideia de capacitação não é apenas ensinar a técnica, mas levar para os grupos que atendemos um conhecimento sobre o valor do desenvolvimento e do fazer artesanato, além de como precificar isso dentro de uma lógica de mercado de moda".
Na economia circular, o tratamento mais ecológico para materiais têxteis é mantê-los circulando na indústria, evitando o descarte final, aumentando seu ciclo de vida útil.
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