"Em alguns casos ocorrem descargas papilares, podendo sair através do mamilo um líquido, sanguinolento ou bem clarinho, também é necessário ficar atenta aos gânglios axilares, linfonodos palpáveis na axila", relata.
"Eles não tem exame de rastreamento para realizar, então normalmente ocorre através do apalpamento", completa.
“Existem poucas amostras de homens, mas mesmo assim, sabe-se que neles, a doença tende a ser mais agressiva e não responder tão positivamente ao tratamento”, relatou.
“O câncer de mama está aumentando bastante em mulheres mais jovens, principalmente naquelas que possuem menos de 40 anos, a cada oito mulheres, uma tem câncer de mama”, afirmou Bruna.
“No caso dos homens e das mulheres o que nós sabemos que aumenta a possibilidade de desenvolver a doença é o consumo de bebida e cigarro em excesso”, garantiu.
“Nem todo mundo faz tudo, mas a cirurgia é obrigatória, pode ser uma retirada de toda a glândula mamária ou só de uma parte, isso será definido pelo tipo de tumor e tamanho da mama, vai depender de cada caso”, finalizou.
“Quando recebi o diagnóstico do câncer meu mundo caiu, fiquei angustiada e deprimida, mas com a ajuda dos médicos, amigos e família consegui enfrentar esta doença”, contou.
“Nós temos algumas doadoras frequentes que nos ajudam a pagar o correio, esse fator é o que pesa na nossa ONG”, finalizou a fundadora da ‘Mamas do Amor’.
“Comecei com quimioterapia, depois fiz uma cirurgia de quadrantectomia e radioterapia. No total, foram oito meses de tratamento, passei todo o período bem e trabalhando, com poucas adaptações”, completou.
“Na época de 2010 e 2011, a internet não era nada do que é hoje, eu vi que podia com a ajuda dos médicos e com minha experiência, ajudar as pessoas com o que eu passei e traduzir o conteúdo informativo”, justificou a ideia de ter criado a conta ‘Mão Na Mama’.
“Ainda existem muitas campanhas deficientes por ai, o autoexame por exemplo, não é eficiente em todos os casos. Além disso, muitas mulheres não sabem realizá-lo da maneira correta”, finalizou.
“Sabemos que se a castração em cadelas for realizada antes do primeiro cio, a chance dela ter um tumor quando ela for mais idosa é de 0,5%, praticamente nulo, se for realizado entre o primeiro e o segundo cio, sobe para 8%, mesmo assim, é algo baixo, entre o segundo e o terceiro cio ela apresenta 25%, após os dois anos de idade, a castração não cria mais um efeito protetor sobre o tecido mamário, pode até prevenir o benigno mas o maligno pode aparecer”, declarou Juliana.
“Temos estudos mostrando que tanto em cadelas quanto em gatas quando não são castradas, a chance de desenvolver tumor de mama é sete vezes maior”, disse.
“Principalmente em raças de porte maior é interessante sempre deixar o tutor do animal avisado que eventualmente essa castração precoce pode aumentar a incidência de problemas ortopédicos, mas em relação a prevenção do tumor de mama, em cadelas e gatas, ainda seria o método mais eficaz”, afirmou a especialista em oncologia veterinária.
“O próprio tutor do animal pode ter esse hábito de estar apalpando essa região da glândula mamária da cadela ou mesmo das gatas, mas o que sugerimos é que ao fazer a consulta de rotina no veterinário é papel dele fazer um exame físico completo no pet, por mais que não exista a queixa de ter notado alguma alteração na região das mamas, principalmente se não for castrado”, expôs.
“O tamanho do tumor é um fator prognóstico, não é só porque ele tem meio centímetro ou um centímetro que ele não é maligno, muitas vezes ele pode estar avançado e agressivo mas num estágio inicial. Para animais jovens até os seis e sete anos de idade uma visita anual no veterinário é importante e após a saída dessa idade a cada seis meses”, destacou Juliana.
Diferença entre gatas e cadelas
Segundo a veterinária especialista em Oncologia, a principal diferença é que nas cadelas cerca de 50% a 70% nos tumores de mama são malignos, no entanto, a maioria tem um baixo potencial metastático, enquanto que nas gatas cerca de 85% são malignos e com comportamento bastante agressivo.
“Quando pensamos em prognósticos a sobrevida acaba sendo bem diferente, como nas gatas esses tumores tendem a ser mais agressivos e infiltrativos, vemos um índice muito alto de metástase para linfonodos regionais e metástase pulmonar, enquanto que nas cadelas essa frequência não é tão alta, vai depender muito do tipo de tumor”, relatou Juliana.
De acordo com ela, em cadelas, dependendo do tipo histológico do tumor e de uma série de fatores prognósticos que devem ser avaliados, muitas vezes o tratamento é apenas cirúrgico, removendo a cadeia mamária junto com os linfonodos regionais, sem precisar passar por quimioterapia. Já nas gatas, ela diz que quase todas acabam passando por um tratamento quimioterápico e mesmo assim, muitas acabam evoluindo para um quadro de metástase pulmonar e vem a óbito pela doença.
Cuidados
Ela lembra que é necessário ficar atento também a região dos linfonodos regionais, eles normalmente são o primeiro foco de metástase de um tumor de mama.
O primeiro fator etiológico considerado para a doença é o fator hormonal, por isso indicam a castração precoce “tanto o estrógeno como o progesterona são hormônios que participam do desenvolvimento da glândula mamária e geram um estimulo de proliferação. Primeiro falamos em castração para cortar esse estímulo e depois sobre a obesidade”, afirmou Vieira.
Uso de anticoncepcionais
“Falamos muito da fêmea, mas não podemos esquecer que o macho pode ter tumor de mama, é raro isso acontecer, mas pode ocorrer em 5% dos cães e 1% dos gatos e nesse caso, vemos relacionado a administração de anticoncepcionais, muitas vezes isso acaba predispondo ao aparecimento do tumor e acaba causando em uma grande maioria um comportamento também muito agressivo”, revelou.
Segundo Vieira, gatos e gatas que recebem aplicação de anticoncepcional podem gerar grande alteração na região da glândula mamária, tanto benigna, sendo vista em gatos e gatas mais jovens ou acabar aumentando a incidência do desenvolvimento de tumores malignos em uma idade mais avançada, entre dez e 12 anos de idade. “É muito importante o tutor estar ciente, porque as vezes ele pensa em fazer a administração do anticoncepcional e não sabe a consequência que isso pode ter, atualmente, a indicação é realizar a castração porque será algo muito melhor”, disse.
Sintomas
Se apresenta de maneira relativamente assintomático, muitas vezes o animal tem o nódulo mas não apresenta sensibilidade na região, não coça, não apresenta secreção. Já em alguns casos mais agressivos em que normalmente se tem um crescimento mais rápido podendo apresentar ulceração da pele e criando uma ferida, o tutor acaba notando. Além disso, existe um tipo mais agressivo que recebe o nome de carcinoma inflamatório, é um tumor que vem acompanhado de muita inflamação, dor no paciente, normalmente indicando um estágio mais avançado da doença.
“Muitas vezes é um paciente que não vai apresentar nenhuma alteração clínica, ele não necessariamente perderá peso, perda de apetite, os próprios exames podem estar normais, eu até diria que a maioria dos casos são assim”, relatou.
“Só começamos a ver esses efeitos quando tem sinal de metástase, apresentando cansaço fácil, tosse”, exemplificou Vieira.
Tratamento
“É cirúrgico, essa sempre será nossa primeira opção, existem diferentes técnicas, mas normalmente, mesmo que o animal tenha apenas um único nódulo na glândula mamária, recomendamos as mastectomias, que podem ser unilaterais ou bilaterais, retirando as duas cadeias mamárias, fora isso, indicamos realizar o procedimento em duas etapas cirúrgicas diferentes, sempre com a remoção do linfonodo regional. Após isso, esse material tem que ser enviado para análise histopatológica, tanto o tumor quanto o linfonodo, e de acordo com esse resultado e outros dados que pegamos do animal, será decidido se ele vai ou não precisar da quimioterapia”, explicou a especialista em oncologia veterinária.
Ao falar sobre o processo de quimioterapia na veterinária, ela afirma ocorrer de forma diferente do que é observado na oncologia humana, pois as doses utilizadas são adaptadas para o animal e infinitamente mais baixas.
“Os efeitos colaterais podem ser apresentados em apenas 10% a 40% dos pacientes que realizam a quimioterapia, o que notamos é que como as doses que usamos são mais baixas, esses efeitos colaterais quando ocorrem, são mais brandos, por isso, existe todo um tratamento de suporte exatamente para evitá-los, entramos com protetor gástrico, medicações para controle da náusea, do vômito. Dessa forma, a maioria dos pacientes passam bem pelo tratamento e conseguem ter uma vida normal”, contou Juliana Viera Cirillo.
REFERÊNCIAS:
https://www.inca.gov.br/estimativa/introducao
FRAGA, Marcelo. Câncer de mama também atinge cães e gatos Encontro BH. 1/10/2019. Disponivel em: https://www.revistaencontro.com.br/canal/pet/2019/10/cancer-de-mama-tambem-atinge-caes-e-gatos.html. Acesso em: 19/10/2020.