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05/02/2021 às 17h28min - Atualizada em 05/02/2021 às 17h14min

A banalização das cirurgias plásticas

Gabriela Pereira - Editado por Ana Paula Cardoso
Neste domingo (24) a influenciadora digital Liliane Amorim, 26, morreu após complicações decorridas de uma lipoaspiração. A morte causou grande comoção nas redes sociais e trouxe o debate sobre a banalização e a omissão dos riscos das cirurgias plásticas.

O Brasil é o país que mais realiza plásticas no mundo. Além disso, o país também lidera o ranking de plásticas de adolescentes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o número de cirurgias realizadas em adolescentes cresceu 141% na ultima década.


Ditadura da beleza e pressão estética

Marcela Melo, estudante de direito conta como foi sua experiência ao realizar uma cirurgia plástica com apenas 17 anos: “Sempre sofremos comentários maldosos ou desnecessários durante a vida, em algumas áreas acabam nos afetando mais, e em outras nem tanto, esses comentários atrelados a milhares de defeitos que nos colocamos diariamente, acabam influenciando a pensar em intervenções estéticas”.

 
“Se não houvesse um padrão que nos atormenta desde que nascemos não sentiriamos a necessidade de realizar uma cirurgia plástica mesmo tendo uma deficiência, meu corpo estaria como deveria ser naturalmente”, destaca. 

As mulheres como maiores consumidoras desse tipo de cirurgias são constantemente pressionadas por um padrão de beleza inalcançável. A morte da influenciadora Liliane gerou uma discussão extremamente importante que reforça que o padrão de beleza pode levar a morte.

Riscos à saúde

O cirurgião plástico, Fernando Bianco afirma que: "cirúrgia não é você fazer no meio da semana e já poder ir pra uma festa no sábado. Infelizmente tem público que acredita nessas promessas. Existe todo um cuidado no pós-operatório, que pode durar semanas ou até meses e é preciso seguir à risca, para que a cirurgia tenha o resultado esperado”, declarou em entrevista cedida ao portal Terra.

A influenciadora digital Thaynara OG decidiu falar
 sobre sua experiência para alertar o público. “Nunca mais eu quero voltar para aquilo. Me senti culpada, presa naquela cama me perguntando por que fiz isso comigo”. A influenciadora que foi parar na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) após complicações decorrentes de uma Lipo HD em março de 2020 fez um desabafo em suas redes sociais. 

É comum navegar nas redes sociais e encontrar uma infinidade de personalidades contando as maravilhas das cirurgias, existe uma romantização gigantesca na busca do corpo perfeito. Entretanto, é uma irresponsabilidade que esses procedimentos sejam indicados sem expor os reais riscos e danos que eles podem causar.

A sociedade oprime as mulheres desde pequenas, ensina a odiar seus corpos e a não se aceitarem da forma que são, e é por isso que esses procedimentos totalmente invasivos e perigosos são cada vez mais procurados.

Casos específicos

De toda forma, é de extrema importância conhecer o profissional antes de tomar decisões. “A cirurgia plástica é uma especialidade muito séria, em que existem riscos de complicações que podem ser impossíveis de corrigir. A cirurgia só pode ser feita em último caso, sempre em condições ideais, por um superespecialista naquilo que o paciente deseja e se houver um incômodo muito significativo com a área do corpo”, afirma Alan Landecker, presidente da SBCP em entrevista cedida ao Metrópole.

 
“A busca desses profissionais deve ser através de meios oficiais ou de conhecimento próprio, nunca se guiando através de mídias sociais. O número de likes de determinado post ou número de seguidores em determinada mídia social, não é atestado de competência profissional”, alerta. 













REFERENCIAS 
L.CATARINA. SINAL DE ALERTA: ESPECIALISTAS CONDENAM BANALIZAÇÃO DA CIRURGIA PLÁSTICA.30 DE JANEIRO DE 2021. METROPOLE. DISPONIVEL EM
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