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11/02/2021 às 16h43min - Atualizada em 11/02/2021 às 16h33min

"Pollyanna": o livro que nos ensina a lidar com o sofrimento do isolamento social de maneira mais leve

Publicada há mais de 100 anos, a obra ainda pode ajudar as pessoas olhar a tristeza do isolamento social com outra perspectiva

Hellen Almeida - Editado por Andrieli Torres
Reprodução: capa do livro - Editora: Autêntica Infantil E Juvenil/Saraiva
Caso você fosse uma menina de 11 anos que ansiosamente pediu por uma boneca, mas que ao invés do seu desejo, recebeu muletas? Ficaria triste, não? Pois é, Pollyanna também ficou, mas aquela situação deu a ela um presente ainda mais valioso do que a própria boneca; ela aprendeu o "Jogo do contente", e essa brincadeira aparentemente simples e infantil, foi responsável por mudar não só a vida da menina, mas a de todos ao seu redor.

Em um mundo pandêmico, cercado por medo, perdas e incertezas, se manter positivo é um grande desafio. Porém, para quem teve a experiência de, por meio do virar de páginas, entrar no universo do livro “Pollyanna”, escrito em 1913 por Eleannor H. Porter e traduzido por ninguém menos que Monteiro Lobato, ouso dizer que contornar essas angústias é mais fácil, pois, como afirma Pollyanna “quando procuramos uma razão para estar contente, esquecemos das outras coisas”. Aos 11 anos, após perder seus pais e ir morar com sua amargurada tia Miss Polly Harrigton, a garotinha transforma toda uma cidade quando apresenta aos ;moradores o “Jogo do contente”, onde o objetivo é apenas um; encontrar em toda tristeza uma razão para estar feliz.

Infelizmente, no mundo real, os círculos adultos da sociedade podem enxergar o jogo com olhares relutantes, alegando que tal brincadeira é uma bobagem, que em nada agrega a vida real e que se trata apenas de uma perda de tempo, afinal, estamos falando de uma literatura infantil. Todavia, o que custa tentar? Não é necessário um acontecimento excepcional para estar contente, como Pollyanna demonstra ao falar “me sinto tão contente esta manhã, simplesmente por estar viva!” 

Caso a sociedade praticasse o jogo, possivelmente o aumento de casos de ansiedade e depressão no isolamento social não seriam tão alarmantes. De acordo com uma pesquisa realizada pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) os casos de depressão aumentaram em 50% durante a quarentena por conta da Covid-19, a ansiedade e o estresse em 80%, segundo o site Notícias R7.

Está claro que o isolamento social tem afetado negativamente a vida de muitas pessoas. Então, que mal faria se desafiar a pensar em razões para estar contente? Compreenda, o objetivo do jogo não é envolver a sociedade em uma “redoma de positividade”, há realmente momentos em que estar contente é impossível, adendo da própria Pollyanna quando diz que “tem coisas com as quais não é certo fazer o jogo, e tenho certeza que um funeral é uma delas. Não tem nada em um funeral que possa fazer alguém ficar contente”.

Ao se deparar com as pequenas tristezas e decepções do cotidiano, ela não se deixar abater e pensa em um lado positivo para que elas tenham acontecido, um exemplo é quando alguém está triste, pois o isolamento impede seus amigos de virem ao seu aniversário? Pense que graças a isso, todos que você ama estão seguros, e graças à internet, eles podem mesmo longe, se fazer presente nesse dia.

Uma coisa é certa, o jogo do contente não é fácil, mas quando aprendemos a jogar, a vida se torna algo leve ao ser praticado, e com esse isolamento, a prática se faz quase que essencial. Então, o que acha de entrar para o grupo de Pollyanna e praticar o jogo do contente?

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