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18/02/2021 às 21h04min - Atualizada em 18/02/2021 às 20h51min

A história de Louis Braille: o cego que criou uma maneira de ler o mundo

Criador do sistema braile , Louis trouxe autonomia e uma grande conquista para os cegos

Karen Belém - Editado por Andrieli Torres
Reprodução/Google
O braille é um sistema reconhecido de leitura e escrita tátil para cegos, baseado em 64 símbolos em relevo. O que muitas pessoas desconhecem é a história do homem que o criou e leva o seu nome – Louis Braille.
 
Sua história se inicia em 4 de janeiro de 1809 em Coupvray, na França, a cerca de quarenta e cinco quilômetros da cidade de Paris. Seu pai, Simon-René Braille, era um conceituado fabricante de arreios e selas.
 
Aos três anos, enquanto brincava na oficina do pai, acabou perfurando o olho esquerdo com um objeto pontiagudo causando grave hemorragia que gerou uma infecção. Apesar de ter recebido ajuda médica, algum tempo depois a infecção acabou atingindo o outro olho e a cegueira total adveio quando Louis estava com cinco anos.
 
Apesar das limitações, o garoto se destacava pela facilidade em decorar os conteúdos passados por seus professores e por sua grande inteligência. Nesse tempo conseguiu uma bolsa de estudos no Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris, a primeira escola para cegos do mundo. Nesta instituição, os estudantes cegos tinham acesso à leitura somente através do processo de Valentin Hauy, que consistia em arrastar o dedo ao longo de letras em relevo, processo muitas vezes lento e pouco eficaz.
 
Louis foi inspirado por Charles Barbier de La Serre, Capitão de Artilharia do Exército de Luís XIII que desenvolveu um sistema de “escrita noturna” para militares usando pontos em relevo no objetivo de transmitir ordens aos soldados no período da noite sem fazer nenhum som. O sistema porém, era bastante complexi, sendo assim, Braille decidiu estuda-lo se dedicando para deixa-lo mais simples, funcional e superior ao já existente. Em 1824, aos 15 anos, concluiu a base do seu sistema, no entanto, continuou a aperfeiçoar- lo e em 1829, publicou o método exclusivo de comunicação que hoje possui o nome dele.

Apesar do grande sucesso do método, principalmente entre as pessoas cegas, muitas instituições e professores tiveram resistência em adotar o método. Foi somente em 1843 que o sistema Braile foi oficialmente aceito, quando o Instituto Real para Jovens Cegos foi transferido para um novo prédio, caminhando a partir daí para uma aceitação geral. Por efeito desse acontecimento, Louis declarou  que era a terceira vez na vida dele em que chorava. "A primeira quando fiquei cego; a segunda quando ouvi falar na escrita noturna e agora porque sei que minha vida não foi um fracasso".
 

O que forma um determinado idioma no braile são as combinações das letras, já que os pontos são universais. Por conta dessa fácil adaptação não demorou para seu método começar a expandir na Europa e em todo o mundo. E, hoje, embora tenha passado por aperfeiçoamentos, o sistema permanece basicamente inalterado.
 
Braille que já lutava contra a tuberculose, acabou tendo uma recaída em seu estado de saúde, falecendo em 6 de janeiro de 1852. O trabalho de Braille  trouxe autonomia e uma grande conquista para os cegos, proporcionando inclusão e conhecimento. Ainda assim, existe um longo caminho pela frente procurando sempre deixar esse metódo mais acessível e à disposição para a alfabetização e ensino desse coletivo.  
 

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