A Guiné, localizada na África Ociedental, decretou nova epidemia do ebola. Essa é a primeira vez que a doença ressurge no país desde o surto global do vírus, que ocorreu entre 2013 e 2016. A situação traz uma nova pressão ao sistema de saúde do local, que também lida com casos da Covid-19. Até o momento, quatro pessoas já morreram de ebola, segundo o ministro da saúde, Remy Lamah. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que irá enviar 11 mil doses de vacinas para o país neste domingo (21).
Confira aqui a tradução do comunicado do Ministério de Saúde da Guiné traduzido pelo Poder360.
No dia 14 de fevereiro, em comunicado oficial, o Ministério de Saúde da Guiné informou que os primeiros casos surgiram após um enterro de uma enfermeira no centro de saúde de Gouécké, cidade na região de N’Zerekore da Guiné. As primeiras vítimas mostraram sintomas de diarreia, vômitos e sangramento. Na última quinta-feira (18), a OMS declarou que há um risco alto do surgimento da doença em outros países da região, como Serra Leoa e Libéria, pois não se sabe a duração nem as origens do atual surto.
Além desse do ebola o país também sofre com a pandemia da Covid-19. Até então, o país registrou 14.895 infectados e 84 mortes pelo novo coronavírus. A professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE), doutora em Biologia Humana e especialista em virologia, Maria Fátima Teixeira, ressalta que o país deve seguir recomendações semelhantes às orientadas para o combate do coronavírus, entre elas estão:
Surto mundial
Entre 2013 e 2016, a ebola foi responsável por mais de 11 mil mortes por todo mundo, sendo a região da África Ocidental a mais afetada. Durante esse período, vacinas foram desenvolvidas e são utilizadas até os dias de hoje. Após o fim da epidemia, a doença ressurgiu na República Democrática do Congo em junho de 2020. Em novembro do mesmo ano, o Congo declarou o fim da epidemia. No total, foram 130 pessoas atingidas, com 55 mortes, de acordo com a OMS.
Entretanto, poucos meses depois, a Guiné registra novos casos. A virologista Maria Fátima explica que há a possibilidade do vírus se espalhar pelo continente africano, "haja vista que lá o vírus já tem se manifestado e que o ambiente é mais propício". Segundo ela, os macacos, que são os mais implicados na transmissão, podem estar naturalmente infectados. "Se houver mudanças no ecossistema, sobretudo a invasão do habitat deles pelo homem, promovendo o contato entre as duas espécies, isto pode se espalhar", destaca.
Em relação às chances do vírus chegar ao Brasil, ela aponta que, apesar de remota, existe a possibilidade. A principal maneira de disseminação da doença é por meio da importação de primatas não humanos para compor a fauna ou para a realização de pesquisas. Em especial, o comércio ilegal pode ser uma grande forma de transmissão.
Maria ainda acrescenta que "só um acompanhamento sistemático temporal poderá ser o indicador da ocorrência ou não de surtos e das possibilidades epidêmicas''. Por isso, há medidas preventivas, de acordo com a virologista, para evitar futuras epidemias da doença, tais como:
Ebola
O Centers for Disease Control and Prevention (CDC), centro do Departamento de Saúde e dos Serviços Humanos dos Estados Unidos da América, informou que os sintomas do ebola podem surgir entre dois e 21 dias após a exposição ao vírus. A pessoa infectada só se torna contagiosa quando apresenta os sintomas como: febre, dores de cabeça fortes, fadiga, dores musculares, fraqueza, diarreia, vômito, dores no estômago e hemorragias ou hematomas sem explicação.
A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) aponta que o vírus pode matar mais de 90% das pessoas que o contraem.A doença não é transmitida pelo ar nem pela água.
Confira os principais tipos de transmissão: