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27/03/2021 às 12h16min - Atualizada em 27/03/2021 às 12h08min

27 DE MARÇO: RESPEITÁVEL PÚBLICO, O CIRCO CHEGOU

A história que agrega culturas e ultrapassa gerações no mundo inteiro

Isabelle Marinho - Revisado por Mário Cypriano
Créditos: SP Jornal
No dia 27 de março comemora-se o Dia do Circo, data escolhida no território nacional para homenagear essa arte que reúne várias técnicas como o malabarismo, o teatro humorístico, a acrobacia, o ilusionismo, entre outras. O dia escolhido no Brasil homenageia Abelardo Pinto, o famoso Palhaço Piolin, nascido no dia 27 de março de 1897. No mundo, a data é comemorada no dia 15 de março. 

O Palhaço Piolin foi uma importante peça na história do circo brasileiro, e por isso, recebeu o título de Artista Popular na Semana de Arte Moderna de 1922. Abelardo Pinto foi filho de dois artistas circenses e seu pai foi fundador do Circo Americano. Desta forma, o palhaço cresceu em meio às artes, sendo também contorcionista e acrobata. Assim como a família de Piolin, que era de origem circense, diversas outras famílias também nasceram no mesmo ambiente. A vida no circo, que é uma das artes mais antigas do mundo, é conhecida pelo nomadismo e pelas gerações familiares que a compõe, sendo passado o conhecimento circense de “pai para filho”. 

 
(Palhaço Piolin - Reprodução: Galpão do Circo)
 
Há quinze anos, aproximadamente, a atriz e comediante paulista Cintia Rosini, 37, participou da companhia de circo italiana Circo II Florilégio por um ano e meio. Enquanto morava na França e a companhia estava em turnê pela África, Cintia começou como tradutora da equipe, mas logo se juntou aos palcos. A atriz conta que no circo, os membros viviam em comunidade e o ambiente ainda é lugar de muitas famílias: “Tinha duas irmãs gêmeas que tinham, eu acho, 21 anos, e elas trabalham juntas desde os 6. Isso porque os pais trabalhavam no circo, não eram artistas, mas vendiam pipoca. Tinha os colombianos que todos eram de família de circo, então é muito um ciclo geracional – os pais trabalham, treinam eles, para quando eles crescerem, eles trabalharem para ajudar os pais que não tem aposentadoria, não tem benefícios”.

Durante a turnê pela África, passando por Argélia, Gana e Marrocos, Cintia explica como foi difícil se adaptar a cultura dos países, visto que ela é uma mulher LGBTQIA+: “A Argélia e o Marrocos são países muçulmanos, então são países bem fechados, uma cultura muito diferente da nossa. Na Argélia eu não podia sair na rua sozinha por ser mulher. Mulher não pode andar sozinha, eu sou uma mulher lésbica, então é bem mais complicado, porque lá é proibido por lei ser LGBT”, descreve. Por conta desse convívio cultural, nesses países em específico, a companhia precisou mudar figurinos, pois as mulheres não podiam usar roupas muito decotadas, todavia, para ela, o público é parecido em todos os lugares: “as pessoas se encantam muito com o circo”, comenta.

(Circo II Florilegio - Reprodução: Florilegio)

Mesmo diante de muitas diferenças culturais, Rosini acredita que a oportunidade foi uma “experiência de vida”, pois o contato com essa realidade fez com que desse mais valor ao que seu povo tem e ao que conquistou, principalmente ao falar de direitos humanos e sociais. 

Muitas pessoas comparam o circo ao teatro e, embora as artes possuam fatores em comum, há circunstâncias que as diferenciam. Cintia aponta que o teatro é uma arte mais elitista aos olhos das pessoas, remete mais ao culto e a algo classicista, enquanto o circo é mais popular e comum a todas as classes.

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