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05/07/2021 às 22h23min - Atualizada em 05/07/2021 às 22h12min

Golpes por Pix assustam usuários

"Na área da segurança temos uma frase que é princípio de tudo. Quanto maior o conforto menor é a segurança, quanto maior a segurança menor o conforto.", afirma o especialista

Ariel Vidal - Editor: Ronerson Pinheiro
Febraban
Foto: Golpes usando o Pix crescem após estreia do sistema de pagamentos - Reprodução: TechTudo/Divulgação

Na última semana, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu em flagrante dois homens suspeitos de manterem por cerca de três horas, uma vítima, em um cativeiro móvel para que ela realizasse transferências bancárias via Pix. Daniela* chegava ao seu consultório, quando foi abordada por dois homens armados, enquanto estacionava seu veículo, os quais a obrigaram a passar para o banco do passageiro. Os suspeitos assumiram o volante, e faziam ameaças e agressões físicas à vítima para que ela realizasse a transação para outra chave em seu próprio CPF. Após horas em cativeiro, a médica foi liberada e acionou a Polícia Militar, que prenderam os suspeitos em flagrante e apreenderam munições.

O delegado Adauto Nogueira Gouveia que apura o caso, conta que os trabalhos foram desempenhados por equipes do 101º Distrito Policial da Capital, os quais solicitaram mandados de busca e apreensão a uma terceira pessoa, a quem foi enviado as transferências bancárias, e as prisões aos dois homens que já foram cumpridas. “Com um dos autores nós conseguimos apreender um veículo que era utilizado como verdadeiro cativeiro móvel. Acreditamos que outras vítimas tenham passado por esse carro, permanecendo presas por três ou quatro horas sob ameaça de arma de fogo e agressões físicas, sendo obrigadas a fazer muitas transferências. Até parentes das vítimas eram obrigados a fazer essas transferências.”, explica. 

Segundo a polícia, a vítima ainda foi ameaçada psicologicamente, enquanto estava em Distrito Policial para que transferisse mais valores aos suspeitos, que tinham subtraído um dos seus celulares. Os criminosos subtraíram R$24 mil via PIX da vítima, e a polícia pôde identificar os autores do crime e uma terceira criminosa realizando o trabalho de inteligência.

Outros golpes por PIX  

O Pix nos levou a era dos pagamentos instantâneos e é o jeito mais moderno e eficiente de fazer transferências rápidas para onde e quando o cliente quiser, conforme detalhes do portal da Febraban, que ainda afirma que a ferramenta contribui para a economia do Brasil por evitar a produção logística de cédulas para o dinheiro em espécie. No entanto, eventuais golpes têm ocorrido por meio da plataforma.

“Tentativas de fraudes envolvendo o Pix foram identificadas como ataques de phishing, ou pescaria digital, que usam técnicas de engenharia social e consistem na manipulação do usuário para que ele forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões. Outro tipo de golpe, menos comum, são as centrais falsas oferecendo o cadastramento de chaves do Pix.”, alerta a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O delegado titular do 101º DP, Gilberto Tadeu Barreto, também adverte que para uso dessas tecnologias deve-se ter todo cuidado com os aplicativos. “Essa tecnologia foi recentemente implantada no país e os ladrões estão se beneficiando disso. Por isso, o recomendado é evitar o uso de aplicativos [bancários] no celular, fazendo isso apenas em um computador. Além disso, em caso de sequestro relâmpago, o melhor é ter cautela, não reagir e obedecer aos ladrões para não expor a integridade física.”, conclui.

Visão da segurança da informação 

Com a facilidade dessa ferramenta, os criminosos tentam de todas as formas conseguir o dinheiro fácil, mas segundo o entendimento dos profissionais de segurança, os golpes são baseados em vias de mão dupla, pois são utilizadas certas vantagens como aquelas ofertas tentadoras. “Na área da segurança temos uma frase que é princípio de tudo. Quanto maior o conforto menor é a segurança, quanto maior a segurança menor o conforto, ou seja, usadas sem conhecimento ou prudência expõe pessoas a golpes e outros delitos.”, explica Adalberto Santos, especialista em Segurança da Informação. 

Entre outras atitudes de atenção, Adalberto pontua que são necessários cuidados ao acessar links desconhecidos por e-mail, WhatsApp, ou até dados por telefone. “As ofertas tentadoras, são a melhor isca dos golpistas, e ele sempre irá buscar mecanismos extremamente tentadores para atrair a vítima, até mesmo de comunicação. Por isso nunca fornecer seus dados, para pessoas estranhas.”, esclarece o profissional. Contudo, caso a pessoa perceba que pode estar sendo vítima de um golpe pelos falsos telefonemas, ou por bugs no Pix deve se entrar em contato com o responsável, como por exemplo a agência bancária para bloquear sua conta e receber as instruções que a instituição irá repassar e lavrar um boletim de ocorrência. 

“Em casos de golpes comprovados, as instituições são obrigadas a ressarcir, pois ela é responsável em fornecer ao cliente ferramentas com todos os quesitos de segurança, assegurando que haja um cuidado especial com os mais velhos, que possuem pouco contato com as tecnologias, e possam ser auxiliados para não sejam vítimas de falsas transações ou benefícios.”, afirma Adalberto Santos.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho.


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