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01/11/2021 às 16h34min - Atualizada em 27/10/2021 às 23h47min

"Poesia que transforma" serve como terapia para os dias atuais

O poeta Bráulio Bessa traz reflexões e conexão com a cultura nordestina nos versos do livro.

Paulo Victor Alves dos Reis - Revisado por Isabelle Marinho
Poeta Bráulio Bessa. (Foto: Reprodução/ Site Flica)

O livro "Poesia que transforma" foi lançado no dia 16 de julho de 2018, segundo livro escrito pelo poeta nordestino Bráulio Bessa, que conquistou o Brasil com seus cordéis no programa Encontro com a Fátima Bernardes.

Com ilustrações do artista baiano Elano Passos, o livro conta com mais de 30 poemas que aquecem a alma para dias melhores, Bráulio fala brevemente de sua história, a do garoto de Alto do Santo, no interior do Ceará, que se tornou poeta e referência cultural brasileira.

Desde o primeiro encontro com a obra de Patativa do Assaré, aos 14 anos, até a fama na televisão, ele descreve como a poesia transformou sua vida.

Atemporalidade dos poemas

O livro, apesar do seu lançamento em 2018, tem uma atemporalidade com o atual cenário de ansiedade enfrentada pela sociedade, seus poemas são como curativos para ter esperança em dias melhores.

A variação de assuntos mencionados na obra do nordestino faz com que ele sempre tenha uma palavra de conforto para nossos corações se manterem calmos e o choro ir embora, dando lugar para um sorriso estampado no rosto.

Os versos citam o sentimento saudade, recomeço, redes sociais, recomeço, amizade, mudanças. Escritas com maestria, durante a leitura é possível notar o sotaque nas palavras, como se o autor estivesse ao nosso lado declamando. O poema "Sonhar" faz com que se tenha boas expectativas para realizar objetivos tão almejados. Confira o trecho a seguir:

Sonhar

Sonhar é verbo, é seguir,
é pensar, é inspirar,
é fazer força, insistir,
é lutar, é transpirar.
São mil verbos que vêm antes
do verbo realizar.
Sonhar é ser sempre meio,
é ser meio indeciso,
meio chato, meio bobo,

é ser meio improviso,
meio certo, meio errado,
é ter só meio juízo.
Sonhar é ser meio doido
é ser meio trapaceiro,
trapaceando o real
pra ser meio verdadeiro.
Na vida, bom é ser meio,
não tem graça ser inteiro.
O inteiro é o completo,
não carece acrescentar,
é sem graça, é insosso,
é não ter por que lutar.
Quem é meio é quase inteiro
e o quase nos faz sonha


Conexão com o Nordeste
 
A cada capítulo, os versos da obra trazem o Nordeste para perto daqueles que não o conhecem, já aos pertencentes da região, ativam memórias de vivências cotidianas e orgulho da cultura. O sotaque que foi tão zombado ou virou motivo de piada (mangando com se diz no Nordeste), se torna melodia para os leitores a cada rima das estrofes.

Sem dúvidas, este livro é um cartão postal para deixar seu preconceito e xenofobia de lado e vir conhecer os costumes desse povo tão generoso e acolhedor que não foge à luta. Que tem grande contribuição para literatura, arte, cinema, teatro e música do Brasil.


Terapia Literária
 
Em tempos tão caóticos de sofrimento e com notícias cada vez mais alarmantes e despedidas inesperadas, devido ao cenário pandêmico, a leitura das prosas serve como terapia para recomeçar e dar valor às coisas simples da vida. Como dito no trecho: “Acredite no improvável, acredite no impossível, enxergue o que ninguém vê, perceba o imperceptível e enfrente o que, para muitos, parece ser invencível”.

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