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24/06/2019 às 14h34min - Atualizada em 24/06/2019 às 14h34min

Sustentabilidade no automobilismo: o piloto de turismo elétrico, Sérgio Jimenez, fala sobre essa realidade

O piloto brasileiro da eTrophy é um dos pioneiros na categoria e sonha em trazer o primeiro título para o Brasil

Lucas Neves - Editado por Paulo Octávio
Piloto Sérgio Jimenez. Foto: Divulgação/Jaguar Racing
A preocupação com temas que envolvem sustentabilidade vem crescendo e os esportes a motor não estão fugindo deste debate. Existe duas categorias automobilísticas que utilizam carros 100% elétricos: a Formula E, criada em 2014; e a Jaguar I-Pace eTrophy, de 2018. A primeira faz o uso de monopostos e a segunda utiliza carros de turismo.

O Brasil não ficou de fora dessa novidade e tem esportistas nas duas categorias. As últimas corridas da temporada 2018/19, tanto da Formula E quanto da eTrophy, vão ser nas ruas de New York, nos EUA, nos dias 13 e 14 de Julho. O piloto Sérgio Jimenez corre pela eTrophy -- assim como Cacá Bueno. Ele concedeu uma entrevista para Lab Dicas de Jornalismo e contou um pouco mais sobre essa realidade e sua carreira na categoria.


– Sérgio, quando surgiu o interesse pela categoria de turismo elétrico?

SÉRGIO: 
Quando fiquei sabendo do campeonato, imediatamente comecei a procurar empresas que tinham esse perfil do novo mundo: sustentabilidade. Nesse quesito, a ZEG, do grupo Capitale,  encaixou-se perfeitamente e abraçou o campeonato, sendo o nosso principal patrocinador ao lado do iCarros e da Jaguar Brasil. Estou muito contente de poder estar participando, e não somente isso, mas também por estar liderando o primeiro Campeonato Mundial de Carros Elétricos de Turismo. Teremos a última etapa em Nova York e tenho grandes chances de trazer esse primeiro título para o Brasil.

– A diferença de guiar um carro movido a combustão e um carro movido exclusivamente a eletrecidade nos circuitos é muito grande ou são poucas coisas que mudam?

SÉRGIO: Muda bastante. Começa pelo peso do carro, que por causa das baterias, é muito pesado, chegando aos 2000 kg. Os pneus são mais parecidos com pneus de rua, tendo menos aderência, e o torque quando você toca o acelerador é imediato, chegando a 100% de potência. Por isso, tenho que mudar o estilo de pilotagem.

– A Formula E, criada em 2014, foi a pioneira nas corridas de carros elétricos. Você pensa em migrar para a categoria de monopostos? Quais são seus planos para o futuro dentro do esporte?


SÉRGIO:  Vamos passo a passo. Tenho esse desejo sim. A Formula E hoje é a segunda maior categoria de Monoposto do mundo e poder fazer parte desse grid seria um sonho. Vamos esperar essa final para depois pensar nisso. Temos um plano de dois anos nesse projeto fantástico com a ZEG, iCarros e Jaguar Brasil.

– Você acha que pode demorar muito para que mais categorias do automobilismo adotem os motores elétricos?


SÉRGIOÉ uma tendência. Não acredito que os carros a combustão vão acabar, mas teremos mais categorias de carros elétricos. Já está sendo desenvolvida a ETCR, que também vai usar carros de turismo, e deve ser disputada na Europa, em autódromos, e está para ser lançada em 2020. 

– Hoje, somando os pilotos brasileiros na eTrophy e na Formula E, temos quatro esportistas competindo em carros totalmente elétricos. Como você acha que foi a recepção do público daqui, que está acostumado a assistir as provas ouvindo o ronco dos motores a combustão? Muitos brasileiros te acompanham nas provas de turismo elétrico?


SÉRGIO: Assistir uma corrida de carros elétricos é diferente. Não temos nenhum barulho, é impressionante. Porém, as corridas são todas em circuitos de rua, o que dá uma emoção maior. A Formula E e a eTrophy são fantásticas com propósito de sustentabilidade, tanto para os adultos quanto para as crianças e adolescentes. Acredito que temos espaço para tudo.

–  O que você acha que falta para os carros elétricos se tornarem tendência no Brasil?


SÉRGIO: Não é mais uma tendência, já é uma realidade. É questão de tempo para vermos muitos carros rodando. O grande gargalo com certeza será a infraestrutura, porém, novos prédios já estão nascendo com locais para carregar as baterias dos carros movidos a eletrecidade. Acredito que no Brasil pode demorar um pouco mais que nos EUA e Europa, mas vai acontecer.


Sérgio Jimenez, #10, liderando a etapa de Roma na eTrophy, em Abril de 2019. Foto: Divulgação/Jaguar Racing

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