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24/06/2019 às 21h10min - Atualizada em 24/06/2019 às 21h10min

Transtorno bipolar: consequências e tratamentos

O transtorno bipolar é considerado uma das principais causas de incapacitação entre todas as doenças

Ana Júlia Bastos - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto/Reprodução: Internet
Todo mundo vive dias de tristeza e de euforia, mas pra algumas pessoas essa variação de humor é muito intensa e imprevisível. Elas sofrem do chamado Transtorno Bipolar. Até chegar ao diagnóstico o paciente padece demais. A instabilidade emocional dificulta a convivência, e a pessoa se vê sozinha e pior, sem entender o que está acontecendo. Mas com o tratamento dá pra retomar a vida. Segundo a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA), o transtorno bipolar afeta cerca de 140 milhões de pessoas no mundo e 50% desses portadores, tentam suicídio ao menos uma vez na vida e 15% cometem o ato. Ainda segundo a associação, o transtorno acomete quase sempre antes dos 30 e com mais frequência entre os 18 e 25 anos de idade.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o transtorno bipolar afetivo atinge cerca de 2% da população e é considerado uma das principais causas de incapacitação entre todas as doenças. Em média, o paciente demora 13 anos para receber o diagnóstico correto, devido a tratamentos equivocados e desconhecimento sobre como a doença se manifesta.

A psicóloga clínica Mayra Reis, elucida as consequências do transtorno. “O transtorno bipolar tinge o biopsicossocial do sujeito, causando reflexos prejudiciais nas atividades intelectuais, trabalho, no financeiro, nos relacionamentos afetivos e interpessoais podendo haver tentativa de suicídio, em casos mais graves”, explica. A psicóloga orienta como ajudar uma pessoa em caso de crise. “É necessário manter a tranquilidade da comunicação, evitar discussões ou situações de conflitos e observar se a pessoa está apresentando comportamentos que coloquem a sua vida e a de terceiros em risco. Em casos mais extremos, o ideal é que busque ajuda e orientação profissional imediatamente e certifique-se que o paciente siga em ambiente seguro”, acrescenta.

O estudante Thiago Rodrigues, foi diagnosticado há quatro anos com a doença e conta que chegou a pensar em suicídio. “Tem momentos que o estresse mental e muito grande e você deixa de acreditar em si mesmo. Nessas horas, eu começava a achar que o suicídio era uma fuga pra eu ter paz”. O estudante relata que foi na terapia onde encontrou forças. “Foi quando eu comecei a terapia que eu encontrei forças para fugir desses pensamentos. O psicólogo me ajuda, pois consigo conversar sem medo de julgamento e em troca recebo conselhos e caminhos adequados para a minha cabeça”, finaliza.

A terapia como grande aliada

O tratamento do transtorno bipolar inclui o acompanhamento com psiquiatra completando com a terapia comportamental. “O controle do transtorno é feito com anticonvulsivantes, estabilizadores de humor, antidepressivos e antipsicóticos, junto com acompanhamento psicólogo que visa trabalhar a aceitação da doença, melhorando a integração do paciente em seu meio social e auxiliando no processo de enfrentamento dos fatores estressantes que estejam interferindo no tratamento”, explica à psicóloga, Mayra Reis.

A especialista ainda ressalta. “A pessoa diagnosticada com o transtorno tende a apresentar resistência à adesão do tratamento, contudo, o processo de aceitação é essencial para melhores resultados pois dessa maneira, a própria pessoa passa a ter um olhar mais atento aos seus sintomas e assim, tende a ter iniciativa de buscar ajuda quando necessário”, completa.

Tratamento alternativo

Referência no tratamento para pessoas com grave sofrimento psíquico, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de saúde mental, abertos e comunitários do Sistema Único de Saúde (SUS) e foram concebidos como a principal estratégia do processo de Reforma Psiquiátrica. A psicóloga Mayra Reis, explica. “Os cuidados são oferecidos através de uma equipe multiprofissional com prática interdisciplinar que inclui médicos, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas, assistentes sociais entre outros profissionais”. Os CAPS têm por objetivo promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, assistência social, saúde, trabalho, esporte, justiça, habitação, cultura e lazer, sempre de acordo com projetos Terapêutico Singular.



Editora-chefe: Lavínia Carvalho

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