“Estou em férias. O meliante, um clássico "cidadão de bem", achou por bem perseguir e intimidar um pai e uma mãe que passeavam distraídos com uma criança de 3 anos em um carrinho de bebê. Estamos bem, depois do susto.”, contou em seu perfil no Twitter.
No site do The Intercept Brasil, Demori explicou como ocorreu a abordagem. Após saírem de uma mercearia, o editor-executivo e a família estavam indo para casa buscar um cartão de crédito. Ao andarem cerca de meia quadra, “uma pessoa chegou pelas nossas costas – ela nos seguiu desde a mercearia, saberíamos depois –, colocou a mão no meu ombro e me disse para eu “me ligar” porque “a vida do teu filho depende de ti”. O tom foi, inequivocamente, de ameaça.”, detalhou.
Em outra publicação no Twitter, o jornalista expôs um vídeo de câmera de segurança, no qual mostra exatamente o momento da perseguição e da abordagem. Na legenda, Leandro enfatizou que se ocorrerem novos casos como esse último, não medirá esforços para identificar e buscar punições para o agressor.
Segundo o relatório, os números de 2021 não cresceram com expressividade em relação ao ano anterior - que continua sendo o mais violento desde o início da contagem em 1990. Entretanto, “A constância da violência contra jornalistas de um ano para outro está diretamente associada a três fatores: à sistemática ação do presidente da República, Jair Bolsonaro, para descredibilizar a imprensa; à ação de seus auxiliares e apoiadores contra veículos de comunicação social e contra os jornalistas; e à censura estabelecida pelo governo Bolsonaro aos profissionais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).”, explica o levantamento.
Os dados divulgados mostram também que o Presidente Jair Bolsonaro é o maior agressor dos profissionais da comunicação, representando cerca de 34% de todas as agressões registradas. Ele foi responsável por 129 episódios de descredibilização da imprensa e 18 agressões verbais a jornalistas.
A forma como Bolsonaro se dirige aos jornalistas, abre liberdade para que cidadãos comuns - principalmente a camada que apoia o Presidente - repitam os atos e tratem os profissionais com a mesma violência. “Os manifestantes bolsonaristas foram responsáveis por 20 ataques diretos a jornalistas, o que representa 4,65% do total. Os internautas cometeram nove agressões (2,09%), que somadas aos seis ataques de hackers (três a sites considerados progressistas e três a atividades sindicais) totalizam 15 ocorrências (3,49% do total).” detalha o relatório.