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25/06/2019 às 19h50min - Atualizada em 25/06/2019 às 19h50min

Síndrome de Burnout: adoecimento emocional

O transtorno entrará no Código Internacional de Doenças (CID), a partir de 2022

Tadeu Marques - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto/Reprodução: Arquivo Pessoal - Francielle que foi diagnosticada com o transtorno, hoje leva uma vida normal.
Exaustão prolongada, diminuição do interesse pelo trabalho ou simplesmente esgotamento profissional. Associado a um distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional, a Síndrome de Burnout acomete profissionais de qualquer faixa etária. Para a monitora de informática, Francielle Stainer Costa, 27 anos, o cansaço excessivo e as dores de cabeça frequentes, fizeram com que ela acreditasse ser um estresse normal do dia a dia. “Demorei a entender o que estava acontecendo comigo. Repentinamente no meu trabalho tive fortes dores pelo corpo, taquicardia com a sensação de que iria enfartar”, conta. Foi aí que ela resolveu procurar um serviço médico de urgência e após exames, foi diagnosticada com a Síndrome de Burnout. O transtorno pode afetar profissionais em qualquer faixa etária com a maior incidência relacionada ao tipo de atividade que a pessoa exerce prevalecendo entre os profissionais cujas atividades envolvem cuidados com pessoas.
 
“A Síndrome de Burnout é muito mais um fenômeno advindo de várias condições capaz de provocar o estresse crônico no ambiente de trabalho, do que uma doença. E analogicamente ao associarmos o Burnout ao estresse, este último também não é considerado uma doença, mas sim, um esforço de adaptação do organismo a desafios e a percepção de risco que o trabalho pode estar relacionado tanto às condições ambientais quanto as condições emocionais que provocam desgastes. Quando não devidamente cuidadas e monitoradas podem levar o trabalhador ao adoecimento”, explica a Psicóloga e Consultora de Carreira, Yonnara Nascimento.
 
Saúde mental no trabalho
 
A saúde mental e principalmente o adoecimento emocional ainda é muito estigmatizado no mercado de trabalho. De acordo com a psicóloga, as empresas precisam investir de forma mais intensa em programas de qualidade de vida no trabalho, que possam servir como orientação, quanto à prevenção ao agravamento dos fenômenos relacionados ao estresse crônico e a outras condições de sofrimento laborativa. “Muitas vezes uma desmotivação, uma queda de produtividade e um isolamento do trabalhador, podem ser percebidos como preguiça, fraqueza, falta de vontade e até mesmo problemas de caráter”, afirma. 
O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia além de atividades físicas regulares e exercícios de relaxamento que são altamente recomendados para ajudar a controlar os sintomas.
 
A relação de boa convivência com os colegas é o que ajuda Francielle no ambiente de trabalho. “Tenho laços no meu local de trabalho que me ajuda a reduzir e combater os efeitos do esgotamento. Ter amigos para conversar e distrair durante o dia me ajuda a aliviar o estresse do um trabalho, me ajuda a melhorar o desempenho e superar esse desgaste durante um dia difícil”, completa.
 
A Síndrome de Burnout foi incluída na próxima edição do Código Internacional de Doenças (CID), que entrará em vigência a partir de 2022. Atualmente o transtorno não é caracterizado como condição de saúde, portanto, é vista como um fenômeno de ordem ocupacional que afeta a saúde do trabalhador e pode leva-lo ao adoecimento físico e emocional.


Tratamento alternativo

Referência no tratamento para pessoas com grave sofrimento psíquico, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de saúde mental, abertos e comunitários do Sistema Único de Saúde (SUS) e foram concebidos como a principal estratégia do processo de Reforma Psiquiátrica. A psicóloga Mayra Reis, explica. “Os cuidados são oferecidos através de uma equipe multiprofissional com prática interdisciplinar que inclui médicos, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas, assistentes sociais entre outros profissionais”. Os CAPS têm por objetivo promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, assistência social, saúde, trabalho, esporte, justiça, habitação, cultura e lazer, sempre de acordo com projetos Terapêutico Singular.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho
 
 
 

 
 
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