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26/06/2019 às 13h19min - Atualizada em 26/06/2019 às 13h19min

Depressão: o mal do século

De acordo com a OMS, em 2030 a depressão será considerada a doença mais incapacitante de todas

Eva Oliveira - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto/Reprodução: Site Impi
Humor deprimido, desolação profunda até mesmo um trabalho que não dá prazer. Nem sempre é fácil enxergar a diferença entre a tristeza que faz parte da vida e a depressão. Considerada umas das causas principais de suicídio no mundo, o transtorno acomete desde crianças a idosos. Segundo previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2030 a depressão será considerada a doença mais incapacitante de todas.
 
Diagnosticado com a doença há aproximadamente seis anos, Paulo Santos, começou a apresentar os sintomas após a morte do pai, no qual era muito próximo. Em seguida, buscou ajuda e iniciou um tratamento onde se sentiu melhor por um tempo, mas um segundo baque o que fez perder o chão novamente. Após o término de um relacionamento, Paulo chegou a ter pensamentos de suicídio e encontrou o conforto em uma alimentação nada balanceada que levou a obesidade e a cirurgia bariátrica contra indicada pelo endocrinologista devido ao seu diagnóstico psicológico. "A psicóloga me disse que não poderia operar como estava, pois poderia acabar comendo algo fora da dieta, na busca pelo prazer, e acabar me matando mesmo", contou. Atualmente, se sente um pouco melhor, voltou a estudar, está no 4°período de direito e trabalha num estacionamento, mas infelizmente abandonou o tratamento psicológico.
 
O médico-psiquiatra Dr. Eustáquio de Melo Garcia, explica as diferenças entre a tristeza e a depressão. "A tristeza vem sozinha e a depressão vem com desânimo, anedonia que é falta de prazer, com pensamentos de culpa, ideias de ruínas. Vontade de sumir, pensamentos relativos à morte, dores, humor depressivo. Dificuldades de raciocínio, amnésias, concentração, atenção, memória e percepção. Alteração da voz e audição, entre outros sintomas", diz o especialista. De acordo com o médico é importante observar o comportamento do paciente, pois existem alguns sinais. “O corpo fala através de alterações do rosto - face depressiva com mudanças nos olhos, sobrancelhas e boca. Mudanças no modo de vestir, como roupas cinzentas, pretas e sem cor”, elucida.
 
Infelizmente é muito comum à família enxergar a doença como "frescura" ou uma forma da vítima chamar atenção, o que só agrava o seu estado psicológico. “Comentários do tipo (você tem que reagir) devem ser evitados. É importante quando necessário acompanhar o paciente ao consultório mais de três ou quatro vezes, porque o desânimo impera na pessoa”, alerta o médico. De acordo com levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018, cerca de 6% da população brasileira já sofria de depressão. O Brasil é o campeão na América Latina em número de diagnósticos, num total de 11,5 milhões de pacientes.
 
Os medicamentos utilizados no tratamento ajudam a corrigir as alterações, promovendo o reequilíbrio cerebral. O psiquiatra alerta que o tempo de uso pode variar de acordo com o grau do paciente. “Os medicamentos devem ser tomado por um ano em um primeiro episódio, dois anos após um segundo episódio, e por cinco anos ou mais tempo - por toda a vida como acontece com outros problemas cardiológicos, dermatológicos, renais, pulmonares,  reumatológicos e muitas outras doenças”, completa.


Tratamento alternativo

Referência no tratamento para pessoas com grave sofrimento psíquico, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de saúde mental, abertos e comunitários do Sistema Único de Saúde (SUS) e foram concebidos como a principal estratégia do processo de Reforma Psiquiátrica. A psicóloga Mayra Reis explica. “Os cuidados são oferecidos através de uma equipe multiprofissional com prática interdisciplinar que inclui médicos, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas, assistentes sociais entre outros profissionais”. Os CAPS têm por objetivo promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, assistência social, saúde, trabalho, esporte, justiça, habitação, cultura e lazer, sempre de acordo com projetos Terapêutico Singular.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho
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