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27/06/2019 às 23h56min - Atualizada em 28/06/2019 às 00h49min

General Santos Cruz diz não saber o que motivou sua saída do Governo

Ex-ministro participou do Congresso de Jornalismo Investigativo em São Paulo

Bárbara Moreira - Editado por Naryelle Keyse
(Foto: Abraji/Instagram)
O General Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria do Governo, foi o entrevistado que abriu o Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, nesta quinta-feira (27), em São Paulo. O militar, terceiro integrante demitido do alto escalão do governo, participou do evento no lugar de Hamilton Mourão. O vice-presidente da república cancelou a participação no evento, devido a viagem de Bolsonaro à reunião do G20, no Japão.

Entrevistado pelos jornalistas Daniel Bramatti (Estadão) e Julia Dualibi (GloboNews), Santos Cruz afirmou não saber o motivo da sua demissão, mas que acha absolutamente normal a troca de pessoas no governo, e complementou: “O meu caso é mais um, é banal”, parafraseando Reginaldo Rossi e arrancando risos da plateia.

Sua saída está relacionada a uma crise envolvendo a Secretaria de Comunicação do Governo (Secom). Ele disse que não foi consultado sobre a escolha de Fabio Wajngarten por Bolsonaro: “solicitou que eu colocasse o atual chefe da Secom naquele posto, e ele é o Presidente, ele tem direito de pedir”, disse. A demissão também envolveu um print que supostamente continha mensagens do ex-ministro criticando o Presidente e defendendo que o vice, Mourão, assumisse a presidência da república. O general afirmou que se trata de uma montagem criminosa, e que estava no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) na data e intervalo de tempo presente na conversa.

A relação de Santos Cruz com Carlos Bolsonaro e o guru da extrema direita, Olavo de Carvalho, se tornou insustentável. Perguntado sobre isso, o general afirmou: “bom, em primeiro lugar eu não vou discutir sobre essas personalidades públicas né, porque senão eu teria que baixar muito o nível do meu palavreado (risos)”

 
Os aspectos que tornaram Santos Cruz favorável ao governo de Jair Bolsonaro foram as propostas e o momento vivido pelo País. "O Brasil vinha traumatizado com tanto escândalo de corrupção. (...) O que eu vi de dinheiro desperdiçado e dinheiro jogado pelo ralo é impressionante. Então tinha a proposta de estancar essa corrupção que é uma hemorragia no Brasil. A outra é a parte de segurança pública. Segurança pública é mais complicado porque a polícia é a última instância. Na realidade, a gente chegou nesse ponto por irresponsabilidade governamental histórica. Não é do governo que passou não, é histórica. E também eu não tinha nenhuma afinidade com o outro candidato. O presidente Bolsonaro não foi eleito só por bolsonarismo, foi eleito também por uma massa anti PT”.

O ex-ministro afirmou não existir ala militar no governo. "Não existe isso ai. Nunca houve uma reunião com os todos os militares que faziam parte do governo para ter um pensamento militar, para representar um grupo militar. Isso não existe, mas a sociedade vê assim e é normal ver assim”.
 
Santos Cruz disse que sua presença no evento foi uma forma de agradecer a imprensa pela forma que tem se relacionado com ele. O general afirma que saiu do governo sem ressentimentos e que mesmo de fora, está torcendo positivamente.

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