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18/06/2022 às 11h24min - Atualizada em 18/06/2022 às 09h45min

Comunidades ribeirinhas produzem alimentos livres de agrotóxicos

Ações integram edital do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), lançado em 2020, pela Campanha Nacional de Abastecimento, do Governo Federal.

Rafaela Moreira - Editado por: Gabriela Gouveia
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), pela Campanha Nacional de Abastecimento do Governo Federal, Maria das Neves de Azevedo: Secretária de assistência e promoção social de Altamira
Portal amazonia
A biodiversidade da Reserva Extrativista Rio Xingu, no Pará, é fonte direta para produzir alimentos a partir dos saberes amazônicos e nutrir milhares de famílias por meio do manejo das comunidades locais. Criada em junho de 2008, a Resex tem uma área de 303 mil hectares, ou seja, duas vezes maior que a cidade de São Paulo. Hoje, segundo a Associação de Moradores do Médio Xingu, 51 famílias ribeirinhas vivem na reserva.

Toda a produção ribeirinha e indígena é sem agrotóxicos, feita nas roças tradicionais, e o excedente é enviado para Altamira, já que as associações de moradores das reservas extrativistas se organizaram e decidiram acessar um edital do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na modalidade Compra com Doação Simultânea, lançado em 2020 pela Campanha Nacional de Abastecimento (CONAB) do Governo Federal.

Até agora, mais de 10 toneladas de alimentos produzidos a partir dos saberes da cominidades já foram distríbuidos com a ajuda de parceiros e, até o fim de 2022, o número deve chegar a 50 toneladas. O fato é que este excedente de produção poderia chegar com mais frequência a cidade para combater a fome. O munícipio apresenta uma realidade dura: segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), há cerca de 1.500 (mil e quinhentas) famílias cadastradas em estado de vulnerabiliade social.

 
A secretária de Assistência e promoção social de Altamira, Maria das Neves Azevedo, diz: "A nossa região é perfeita, não falta nada em relação à terra aqui nesse nosso Estado, sobretudo aqui no Xingu. O que falta são incentivos, são investimentos que respeitem tudo isso e façam com que todas as pessoas tenham o direito de fato". A secretaria coordenada por Maria das neves, parceira dos ribeirinhos, vem recebendo e distribuindo os alimentos de suas roças para os Centros de Referência de Atendimento Social (CRAS), porta de entrada das familias para receber atendimento da Prefeitura. 
"O que precisa, talvez, seja mais consciência para que se tenha mais, para que se produza mais, para que se partilhe mais." - continua Maria.
"Altamira é o maior munícipio brasileiro com 95% de área rural, mas, mesmo assim, as pessoas no centro da cidade passam fome. Conseguir acessar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é uma forma de resistência na Amazônia. O Agroextrativismo só vai permanecer lá se ele tiver condições de produzir com uma assessoria técnica que tenha condições de escoar e vender sua produção. A preservação também só vai conseguir ter êxito com pessoas que tenham consciência ambiental, mas também pessoas que tenham condições de permanecer naquele local." - enfatiza a secretária.

A marca coletiva da rede se chama "Vem do Xingu" e vende para as empresas, comércio local, outros estados, além de comercializar para a merenda escolar dos minícipios das regiões. O grupo também decidiu atuar no combate à fome nos centros urbanos, com a possibilidade de valorizar as roças dos ribeirinhos e garantir uma nova fonte de renda para a população. A força e insistência do (PAA), e outras Políticas Públicas para a produção alimentar, mesmo com todas as suas dificuldades, serve como exemplo a ser seguidos por outros estados brasileiros no intuito de melhorar a qualidade dos alimentos que consuminos e suprir a fome de quem necessita. A iniciativa também mostra que é boa para quem produz e indispensáveis para quem recebe os alimentos. 

  

 

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