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21/12/2022 às 02h45min - Atualizada em 21/12/2022 às 02h45min

Caos atrapalha caravana dos argentinos campeões

Acidente em um viaduto força o fim da passagem dos jogadores e gera discussão entre presidente da AFA e ministro da segurança; público recorde foi às ruas para festejar

Paulo Octavio - labdicasjornalismo.com
Passagem dos jogadores da Argentina arrastou multidões; horas depois desse storie do Rodrigo de Paul, dois torcedores tentaram pular para dentro do ônibus em outra ponte. Foto: Instagram/Rodridepaul
Argentina viveu a maior mobilização popular de sua história no dia da chegada do elenco campeão do mundo de 2022. Segundo agência de notícias AFP, de cinco a seis milhões de pessoas estiveram nas ruas do país a espera da caravana, o que corresponde a 10% da sua população de quase 48 milhões. Mas quem esperava um dia de festa viu uma sequência de caos e uma série de tumultos e problemas. Um homem de 24 anos morreu após despencar de um telhado. Trinta e uma pessoas ficaram feridas, semáforos foram arrancados e um acidente interrompeu a celebração precocemente. 

Dois rapazes pularam da grade de um viaduto para dentro do ônibus em que estavam os jogadores. Um se chocou com o jogador Lautaro Martinez, mas ambos não tiveram ferimentos. Já o outro bateu no teto do carro, desequilibrou-se e caiu aparentemente de ponta-cabeça; ele se machucou sem gravidade.

Após esse incidente, os órgãos de segurança solicitaram o fim da caravana e os atletas saíram do local de helicóptero até a sede da AFA (Associação do futebol argentino) onde foram liberados para descansar com suas famílias. 

Segundo jornal Clarín, o presidente da confederação, Claudio Tapia,  não gostou do pedido do encerramento das celebrações e discutiu  no telefone com ministro da Segurança, Aníbal Fernández. “Não nos deixam chegar a cumprimentar todas as pessoas que estavam no Obelisco, os mesmos órgãos de segurança que nos escoltaram, não nos deixam seguir em frente. Mil desculpas em nome de todos os jogadores", disse no Twitter. Já a porta-voz do governo, Gabriela Cerruti, afirmou que "os Campeões do Mundo estão a sobrevoar todo o percurso em helicópteros porque ficou impossível continuar por terra devido à explosão de alegria popular. Vamos continuar a festejar em paz e a mostrar-lhes o nosso amor e admiração!".

E mesmo com o fim antecipado da festa, milhares de pessoas continuaram nas ruas.  No começo da noite, alguns subiram até o topo do Obelisco e ficaram com o corpo pendurado a uma altura de 67 metros. Quando a polícia chegou para dispersar a multidão, houve confronto que deixou 18 feridos e um rastro de lixo nas ruas. Até a equipe do canal A24 foi agredida.

CRISE POLÍTICA NA EXPECTATIVA PELA CHEGADA DOS CAMPEÕES

No começo da noite de segunda, quando o avião com jogadores ainda estava para chegar no aeroporto de Ezeida, em Buenos Aires, as emissoras televisivas repetiam inúmeras vezes a imagem da entrega da taça para o Messi. E as ruas começaram a encher quando se aproximava da hora do pouso, ainda mais com a declaração de um feriado nacional cedido pelo presidente Alberto Fernández. A medida não agradou à oposição e algumas províncias não concederam a folga.

Alheios a essa "crise política", os vencedores chegaram às 2h23 da terça, mas só tocaram o solo meia hora depois. Nesse meio tempo, dois jatos de água formaram um arco que "iluminava" o boeing. O primeiro a descer foi Messi com a taça na mão, ao lado do técnico Lionel Scaloni. Eles foram recepcionados por um pocket show da banda La Mosca, interprete da canção "Muchachos", que virou hino da torcida para essa Copa.

A partir daí começou a caravana que varou a madrugada. No começo da tarde, havia pessoas que andaram a pé ou de carro por inúmeras distâncias com desejo de ver a equipe. Alguns ficaram quatro horas na estrada. Porém, devido ao tumulto, não conseguiram acompanhar os jogadores nos pontos que foram marcados para festa. Pela primeira vez, a seleção não passou por pontos históricos de celebração como a avenida 9 de julho e a casa rosada, sede do governo argentino.

Até que após 18 horas de celebrações, Messi foi para a sua cidade natal, Rosário (300 KM de Buenos Aires), descansar com a família e ficar próximo de seus amigos.

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