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02/01/2023 às 12h18min - Atualizada em 02/01/2023 às 12h18min

Morre Pelé, maior gênio da história do futebol

Em 18 anos de carreira, jogador transformou o futebol brasileiro com as conquistas de títulos mundiais e gols geniais

Paulo Octávio - labdicasjornalismo.com
O maior de todos os tempos: Foto: Instagram/Pele
Maior nome da história do futebol mundial, Pelé, faleceu na última quinta-feira (29), às 15h27, vítima de falência múltipla de órgãos causada pelo câncer de cólon que o acometera em 2021. Assim que a notícia circulou em plantões nas várias emissoras televisivas, o mundo entrou em luto e começou uma série de homenagens a Edson Arantes do Nascimento. Essas vindas de colegas de time, clubes, políticos, artistas. Todos sentem a perda do ídolo e do homem que mudou para sempre a história do nosso futebol. Citar apenas suas conquistas esportivas, é pouco para explicar o tamanho de sua importância. Além dos títulos, Pelé revolucionou o esporte e fez com que o nosso país fosse conhecido no exterior. Uma matéria do Fantástico, da TV Globo, de 2007, mostrou que os americanos demoraram 16 segundos para reconhece-lo na Quinta Avenida, em Nova York. Prova de como ele era querido até mais pelos estrangeiros do que por seus conterrâneos.  

Nascido em Três Corações (300 km de Belo Horizonte), o jovem recebeu o nome de Edson por uma homenagem de seu pai, João Ramos do Nascimento, o Dondinho, ao inventor da eletricidade, Thomas Edison. E o menino quis seguir os passos de Dondinho, que foi jogador. Ao vê-lo chorar após o Maracanazo, o então jovem pediu calma e prometeu ganhar uma Copa. Fez mais: venceu três. Pegou um país comovido pela derrota em casa para o Uruguai e triste pela eliminação em 1954, nas quartas de final (em outro formato), e o transformou no maior campeão da história com cinco títulos. 

E ele foi um símbolo da era de ouro do futebol, anterior a do marketing e dos contratos milionários. Em entrevista para revista Placar, disse que na época do Santos recebia cinco mil  de salário "não sabia de que moeda" e só ganhou milhões no Cosmos. E sua carreira foi construída  no Brasil. De 1956 a 1974, no Santos, Pelé revolucionou o clube e o colocou como um dos melhores da história com a conquista de duas Libertadores, dois Mundiais e seis campeonatos brasileiros e dez estaduais. O gênio conseguiu até quebrar a rivalidade. A sua camisa é a única de um rival que está no memorial do Boca Juniors, derrotado por ele em 1963.  Ainda atuou pelo Cosmos, dos EUA, para ajudar a popularizar o esporte em solo americano, bem antes da consolidação da MLS

Pelé tem marcas históricas. Ganhou 37 títulos oficiais, fez 92 hat-tricks na carreira e foi 11 vezes artilheiro do Paulistão. Neste torneio fez jogos memoráveis como goleada de 11 a 0 em cima do Botafogo com oito gols do gênio. E no Rio-São Paulo de 1958 fez  o único clássico paulista com mais gols na história: foram 13 tentos na vitória por 7 a 6 sobre o Palmeiras. Nesse jogo que o Peixe abriu 5 a 2 no primeiro tempo, o Verdão  virou  para 6 a 5 e o time da baixada virou de novo para fechar o placar. E até os seus não gols foram memoráveis, como o drible na vaca no goleiro sem tocar na bola e o chute do meio-campo ambos na icônica Copa de 70. 

Seus jogos eram acompanhados em tempo real pelo rádio, pois a televisão ainda não dispunha de condições técnicas para transmitir todas as partidas como hoje. Por isso, não há imagens do gol contra o Fluminense, que ganhou o nome gol de placa após Pelé driblar oito jogadores, e o tento contra o Juventus (SP), na Rua Javari, considerado o mais bonito.  

Seu milésimo tento virou uma saga também para a imprensa que o acompanhara em todos os jogos. E coube ao Maracanã receber o fim dessa epopeia. E assim que marcou deu essa declaração:

“Nesse momento de viva emoção para mim, afirmo que devo tudo o que sou ao povo brasileiro. E faço um apelo para que nunca se esqueçam das crianças pobres, dos necessitados e das casas de caridade. Vamos defender os pobres, vamos defender as criancinhas necessitadas. Vamos ajudar todo mundo, pelo amor de Deus. O povo brasileiro não pode esquecer das crianças.” 

Pelé apoiou os direitos das crianças em várias partes do mundo. Foi Ministro do Esporte durante primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 1998), foi convidado pela ONU para ser o embaixador da Boa Vontade da Conferência Rio 92 sobre meio ambiente e recebeu título de Cavaleiro da Coroa Britânica.  

Pelé desafiou uma máxima. Uma matéria do jornal Folha de São Paulo, no dia seguinte ao gol mil, disse que o jogador poderia ser esquecido com o tempo. O prognóstico está completamente errado. Mesmo com as polêmicas sobre o não reconhecimento da filha Sandra Regina e algumas declarações que soaram mal, Pelé superou essas adversidades e será sempre lembrado. Aos 82 anos, ele deixa a vida e vira uma marca de genialidade que rompe gerações. 

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