Vivendo no século da tecnologia, nos deparamos com tudo ao nosso redor sendo disposto na internet. Em meados de 1997, esse fenômeno chegou aos livros. Uma aliança foi formada entre a tradição da leitura e o mundo virtual.
Uma das maiores empresas de tecnologia, a Amazon, pegou a deixa para revolucionar essa aliança. Jeff Bezos, conhecido não só por ser o fundador, presidente e CEO da Amazon, também carrega a fama de ser metódico e calculista. Bezos observou o potencial dos livros digitais e decidiu que iria agitar um pouco as coisas. As exigências do CEO era um dispositivo que pudesse ser usado com apenas uma das mãos e trouxesse facilidade na hora de baixar livros. Ouso dizer que seus engenheiros foram um pouco mais além. Com o seu nome tendo significado de “acender um fogo”, o Kindle surgiu em 2007 e se tornou o e-Reader mais famoso do mercado.
Desse momento em diante, o mundo das livrarias, dos sebos e dos livros físicos mudou completamente. O mercado editorial mudou. Os e-Books, juntamente com o Kindle, criaram o hábito de comprar um livro a hora que quiser, com um simples toque, e poder ler em qualquer lugar. Não só isso, como há também as promoções e os descontos. Comprar um livro na Amazon hoje em dia pode te dar um desconto de até 80%. Ótimo quando se fala de preço, mas ler um exemplar material tem um valor a mais.
Não desmereço os livros digitais e o Kindle, de jeito algum! Há uma certa estética muito agradável nesse e-Reader e na praticidade que ele dispõe. Mas onde foi parar a beleza de ficar horas em uma livraria ou em um sebo, passando a mão pelas estantes, abrindo páginas aleatórias de livros quaisquer para finalmente achar aquele que te acompanhará até em casa? Onde está a excentricidade de ir no sebo e levar livros que guardam histórias suas para trocar por livros que carregam marcas de outra pessoa?
Um sebo ou uma editora não podem dar 80% de desconto em seus livros, caso contrário, a cadeia de produção será desvalorizada. Então eles são esquecidos. Uma série de sentimentos e prazeres ficam perdidos em nossas memórias, ou obscuros ao nosso sentir.
Há algo que a Amazon e os e-Books não podem oferecer. A experiência do toque e de estar cercado por vários livros. Entrar em uma livraria vai muito mais além do que comprar um livro. É o caminhar pelas prateleiras, tocar a lombada de livros distintos lendo seus títulos e analisando suas histórias, folhear rapidamente perto do nariz e sentir o cheiro da página, ser surpreendido por se encantar com histórias diversas; até que enfim chega o momento em que você escolhe um. Senta no sofá disposto no local e fica horas ali sem nem perceber. Às vezes até decide comprar um cafézinho. Vivência que a internet não proporciona.
Cada qual com sua beleza, cada um com suas particularidades; e, em todos os casos, elas não devem ser esquecidas. Livrarias e sebos muitas vezes funcionam como oásis, e agora estão se tornando fantasmas.