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24/02/2023 às 21h19min - Atualizada em 21/02/2023 às 14h30min

Bolsonaro diz que voltará ao Brasil em breve após invasão ao Congresso repercutir internacionalmente e pressão por extradição aumentar

Deputados americanos seguem posicionando-se contra a permanência do ex-presidente nos EUA

Victor Cunha - Editado por Bianca Lourenço
Foto/Divulgação @jairmessiasbolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou durante um evento em uma igreja na Flórida que voltaria ao Brasil nas próximas semanas mas não mencionou nenhuma data específica. Bolsonaro vem sendo alvo de pressão dos deputados americanos pela sua extradição, que se intensificou após a invasão ao Congresso Nacional no dia 8/1/23.

 

 

“Por melhor que esteja em qualquer lugar do mundo, não existe algo melhor do que a nossa terra […] Pretendo retornar ao Brasil nas próximas semanas.”

 

- Jair Messias Bolsonaro

 

 

Mas apesar de sentir falta do Brasil, Bolsonaro não deixou para trás suas falas de quando era presidente: ainda durante sua fala na palestra, ele voltou a atacar o TSE. Sem provas, Bolsonaro afirmou ao público —formado majoritariamente por apoiadores que as eleições presidenciais de 2022 foram fraudadas.

 

Invasão ao Congresso Nacional

O presidente Joe Biden comentou sobre a invasão ao Congresso Nacional Brasileiro; líderes mundiais de vários países, inclusive sul-americanos, também vieram à público, posicionando-se sobre o ocorrido. Isso culminou no aumento da pressão dos deputados americanos pela extradição de Bolsonaro dos Estados Unidos, que vem sendo um assunto de destaque desde pouco tempo depois do ex-presidente ir embora do Brasil, em 30/12/22.


O ex-embaixador dos EUA no Panamá, John Feeley, afirmou que ter o visto revogado significa uma grande ameaça a Bolsonaro e que isso o deixará à deriva no cenário internacional. Vale lembrar que Feeley foi embaixador de 2016 a 2018, quando o Panamá pediu a extradição do seu ex-presidente, Ricardo Martinelli, dos EUA.

 

Outros nomes da política mundial também se pronunciaram sobre a invasão. Alberto Fernández, presidente da Argentina, publicou em seu perfil do Twitter sobre a invasão e até falou sobre rejeição da comunidade internacional:

 

"A democracia é o único sistema político que garante as liberdades e nos obriga a respeitar o veredicto popular.

Aqueles que tentam desrespeitar a vontade da maioria ameaçam a democracia e merecem não só a sanção legal correspondente, mas também a rejeição absoluta da comunidade internacional.”


Mas apesar da tensão causada pelo movimento dos deputados americanos em mandar Bolsonaro embora e pelo desgaste da imagem dele diante de políticos estrangeiros, o professor, historiador e acadêmico de direito Isac Araújo afirma que as chances de Bolsonaro ser de alguma forma punido quando voltar ao Brasil são bastante remotas.

 

“Há várias razões para isso acontecer. A primeira delas é pelo fato de haver toda uma estrutura a nível de judiciário, a nível de Ministério Público, para evitar um confronto. Eles ainda têm um certo receio. As provas e os fatos estão dados, mas há um certo cuidado para não avançar o sinal e lá na frente a condenação dele ser revogada e ele sair de ‘bonzão’.”

 

 

 


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