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27/02/2023 às 13h02min - Atualizada em 27/02/2023 às 08h15min

Como as relações familiares moldam quem somos? Uma pequena crônica baseada na série This Is Us

A série “This is Us” nos revela o poder da convivência familiar sobre nossa personalidade, escolhas, nossa forma de ser, sentir, agir e até nossa percepção de nós mesmos.

Fiamma Lira - Editado por Nicole Bueno
Divulgação/NBC

As relações familiares moldam a pessoa que somos. Nosso jeito de ser, de falar, de agir, de sentir, a nossa personalidade, as nossas escolhas na vida, a forma como nos relacionamos com as outras pessoas e até nossa percepção sobre nós mesmos, são influenciadas de forma direta pela convivência e criação vinda do pai e da mãe na infância.

 

A série ‘This is Us’ retrata esse tema de forma leve, intensa e realista. A produção tem 6 temporadas e fala da família Pearson. O núcleo central da trama gira em torno do casal Jack e Rebecca junto com seus 3 filhos: Kate, Kevin e Randall. O enredo mostra o desenvolvimento de diferentes fases da vida de cada um dos personagens.

 

Um exemplo nítido sobre a influência familiar na vida de alguém é o problema do Kevin com o alcoolismo desde muito jovem. Muito disso vem de uma projeção do vício que o seu pai, Jack, tinha nas bebidas alcoólicas.

 

Ele observou aquele padrão de comportamento de uma pessoa que não expõe suas emoções facilmente, não expressa seus sentimentos, não fala o que sente e por não saber lidar com os próprios conflitos internos, descarrega tudo isso no álcool.

 

Outro caso é o da Kate. Ela tem frustrações, inseguranças, problemas de autoestima e bloqueios emocionais por conta do seu corpo. Com isso, vive cheia de conflitos com sua mãe, Rebecca, ou seja, ela desconta na mãe suas próprias inseguranças.

 

As atitudes de Kate com Rebeca são um reflexo nítido da infância. Ela observava a mãe magra, com uma aparência que era respeitada e admirada, enquanto ela é gorda e mesmo fazendo dietas, enfrentava dificuldades para emagrecer. 

 

Ela projetou na mente a magreza como o padrão ideal de estética e aparência de uma mulher. Por não atingir isso, briga constantemente com a mãe, se fecha para o mundo e acaba vivendo relacionamentos amorosos muito ruins, que abalam ainda mais sua autoimagem e correm o seu amor próprio. 

 

O terceiro filho é o oposto dos outros. Ele foi adotado pelo casal, Jack e Rebeca, na maternidade e é o único negro numa família de pessoas brancas. Ele sempre se enxergou de maneira distinta pela questão da cor da pele e da adoção. 

 

Diferente de seus irmãos, Randall é emocional, sentimental, fala dos seus sentimentos, expressa suas emoções e chora abertamente, sem pudor. 

 

Apesar de toda sua criação ser repleta de carinho, afeto e amor, ele sente abandono, tristeza, angústia, solidão e por não ter conhecido e convivido com os seus pais biológicos. 

 

Esse trauma o acompanha por toda a adolescência e também na vida adulta, principalmente na criação de suas filhas e quando decide adotar uma menina adolescente.

 

Uma situação delicada e tocante se deu diante da morte do pai, Jack, em um incêndio da casa onde toda a família morava. Todos sentiram e sofreram bastante com o falecimento de um pai e marido amoroso, carinhoso e tão presente. Uma perda terrível que desestabilizou cada um de modos distintos, porém perceptíveis. 

 

O luto vivido e sentido pela esposa e pelos filhos é de, fato, emocionante, sensível e transmite ternura, saudades, boas lembranças, reflexões e mudanças de atitudes e visão de mundo desses personagens. É uma construção de narrativa muito interessante de acompanhar e que possui total conexão com a vida real. 

 

Outro momento marcante do enredo é quando a Rebecca na velhice começa a desenvolver sinais de esquecimento da memória. A maneira madura, forte e gentil como ela lidou com a nova realidade, como conversou com os filhos sobre essa questão, a sua aproximação com a Kate nesse período e sua honestidade e franqueza em abrir o seu coração diante dessa situação, é algo admirável e digno de menção. 

 

Isso demonstra o quanto Rebecca é uma fortaleza emocional e um alicerce de sustentação essencial em manter a família de pé diante das turbulências da vida. Ela traz serenidade, tranquilidade e paz, ao mesmo tempo que confere firmeza, convicção e força nas suas palavras, ações e decisões tomadas. 

 

Mesmo com todas as adversidades, problemas e obstáculos que cada membro da família enfrenta e diante de desentendimentos e conflitos que têm entre si, eles sempre dão apoio, ajuda, conforto, força uns aos outros. Existe uma harmonia e união imensa no relacionamento da família. Isso destaca o quanto a sintonia, a conexão da família Pearson é forte, profunda e duradoura. 

 

Vale a pena acompanhar cada episódio e se emocionar com a trajetória de vida deles. 

 

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