Elphaba (Myra Ruiz) e Glinda (Fabi Bang). (Foto: João Caldas/Divulgação)
Sapatos vermelhos, tijolos amarelos, espantalho, leão, homem de lata e a cidade das esmeraldas. Em algum momento você deve ter sido apresentado ao clássico “O Mágico de Oz”. Mas e a história das Bruxas de Oz, alguém já te contou? Esse mistério pode ser revelado na mega produção “Wicked - A história não contada das Bruxas de Oz”.
A peça, original da Broadway já passou pelo Brasil em 2016 e agora retorna em uma nova montagem com rostos já conhecidos e outros novos, sendo uma das versões mais diversas já produzida. Além do cenário fantástico, muitos efeitos especiais e muita música.
O quinto musical mais longevo da Broadway completa 20 anos em cartaz, desde sua estreia em 10 de junho de 2003. O roteiro é baseado no romance de Gregory Maguire, Wicked: a Bruxa Malvada do Oeste (1995), sendo uma reimaginação do filme O Mágico de Oz (1939). Com elenco renomado, a produção inova com diversidade, porém mantém Myra Ruiz e Fabi Bang nos papéis principais de Elphaba e Glinda, respectivamente, como na primeira vez.
O elenco também conta com a participação de Tiago Barbosa como Fiyero; Marcelo Médici é o Mágico de Oz; Diva Menner faz Madame Morrible; Dante Paccola vive Boq, Nayara Venancio dá vida a Nessarose, e Cleto Baccic é Dr. Dillamond.
Mesmo sendo uma montagem nova e inédita criada exclusivamente para os teatros do Brasil, as músicas e texto permanecem os originais de Stephen Schwartz e Winnie Holzman, respectivamente. Preservando a versão de texto e letras de músicas para a língua portuguesa, a tradução ficou por conta de Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler. Já para a parte cenográfica, figurinos, maquiagem entre outros, são totalmente novos, realizados pela produção do Instituto Artium de Cultura, em parceria com o Atelier de Cultura.
A nova temporada de Wicked está em cartaz no Teatro Santander desde o dia 09 de março até o dia 23 de julho. Com sessões de quinta a domingo, os ingressos já estão esgotados na plataforma online de vendas, mas ainda podem ser encontrados na bilheteria física que abre as vendas de lugares extras meia hora antes do início do espetáculo.
Sobre a história
O enredo que dá vida ao musical se passa muito antes de Dorothy ser levada por um tornado ao mundo das esmeraldas. A amizade entre as bruxas Elphaba e Glinda se torna uma das melhores histórias do teatro musical.
Na montagem, Elphaba é uma jovem rejeitada pelo pai por ter a pele verde e ser fruto de um caso extraconjugal de sua mãe. Ao ingressar na universidade, a bruxa é recebida de forma hostil e preconceituosa e acaba se tornando colega de quarto da garota mais popular do local, Glinda.
Após um encontro com o Mágico de Oz, elas se veem obrigadas a tomar uma decisão. Enquanto Glinda está determinada a se manter popular, Elphaba não quer trair seus valores morais. Inevitavelmente, suas vidas tomaram rumos muito diferentes. Uma nascida com pele verde esmeralda, esperta, impetuosa e incompreendida e a outra bonita, ambiciosa e muito popular.
Muito além da amizade, o musical também aborda questões ligadas à empatia, injustiça, conflitos, preconceitos e traz ao público diferentes perspectivas sobre as situações.
Impressões sobre a peça
A peça já deu indícios que seria um grande sucesso quando os ingressos para a estreia se esgotaram em menos de 24 horas, e a temporada foi prorrogada até o final de julho. E tem feito jus a cada sessão.
A história por si só já é incrível, mas a produção, cenários, efeitos e figurinos deixam tudo ainda mais mágico. A peça conta com um painel de LED que traz profundidade e efeitos únicos, deixando tudo ainda mais real. O jogo de luzes ajuda com que o ilusionismo da apresentação convença o público de que cada mágica, cada voo, cada viagem é real.
Trailer de Wicked Brasil. (Reprodução: Atelier de Cultura - YouTube)
O espetáculo arranca gargalhadas, aplausos e até lágrimas do público a cada ato. Com piadas e referências super brasileiras é impossível não rir e não se sentir próximo da história. Os figurinos impecáveis deixam claro a personalidade de cada personagem e dão sentido à história.
Na hora de desafiar a gravidade, o espectador se depara com um dos pontos altos da peça: o voo de Elphaba. Nunca feito antes no Brasil, a realização do movimento e dos efeitos especiais são de tirar o folego, causando o delírio do público e trazendo ainda mais proximidade. Não tem como não se emocionar e se arrepiar com a cena.
Com um discurso político, ético e social sobre a natureza do bem e do mal, a história nos faz pensar sobre as expectativas que colocamos em nossos heróis. Afinal a Elphaba tinha o sonho de conhecer seu maior ídolo, o grande Mágico de Oz, mas tudo muda de figura quando as verdadeiras intenções do Mágico são reveladas. Afinal, as pessoas nascem más ou a maldade é lançada sobre elas?
