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24/09/2023 às 10h37min - Atualizada em 22/09/2023 às 23h46min

Amor à primeira vista

Novo filme da Netflix brilha ao misturar destino, números e amor

Abigail Vieira - Editado por Marcela Câmara

Já faz algum tempo que não temos comédias românticas que nos envolvem com casais cuja química é tão avassaladora que nos fazem rir e até chorar nas cenas mais clichês. Até mesmo a Netflix, que nos últimos anos se destacou em produções do gênero, não tem entregado bons romances que dão aquele quentinho no coração. Mas, Amor à primeira vista, lançado em setembro, foge desse triste histórico ao misturar de forma espetacular destino e estatística para falar sobre amor. 

No filme, que é inspirado no livro A Probabilidade Estatística do Amor de Jennifer E. Smith, somos apresentados a Hadley Sullivan que por obra do destino ou consequência de suas escolhas, perde seu voo para Londres e acaba conhecendo o estudante de matemática Oliver Stone, com quem passa as próximas horas no mesmo avião. Durante as horas de voo, vamos acompanhando o surgimento de uma paixão honesta, sensível e muito bem desenvolvida. 

O filme é brilhantemente conduzido pela narradora-participante, interpretada pela Jameela Jamil (She-Hulk), que participa ativamente da história do início ao fim, conversando com o público e trazendo dados sobre relacionamentos. Os protagonistas são apresentados rapidamente, mas de forma concisa, permitindo-nos entender as motivações por trás de suas decisões e ações. O roteiro, que é o ponto alto da obra, constrói a relação deles com diálogos bem elaborados, cheio de boas sacadas e uma engraçada dose de ironia. A incrível química e as boas atuações de Haley Lu Richardson (The White Lotus) e Ben Hardy (Bohemian Rhapsody), transportam para a tela toda curiosidade, sensações e inquietações da descoberta de um novo amor, nos envolvendo desde os primeiros olhares trocados.

O longa abraça os clichês das comédias românticas sem medo de ser brega. Traz um casal que inicialmente aparentam serem opostos: ela é atrasada, ele tem o tradicional pontualismo inglês; ela não acredita em casamentos, ele acredita na força desse compromisso. No entanto, pouco a pouco vemos que eles compartilham semelhanças que os equilibram, seja em suas dores pessoais ou até mesmo no desgosto por maionese. 

A direção de Vanessa Caswill não é algo surpreendente, mas deixa tudo mais redondinho. Ela se destaca nos momentos em que a narradora de Jamil entra em cena, usando a quebra da quarta parede, Caswill nos conduz para dentro da obra, seja criando suspense que nos faz querer saber mais ou dando aquele empurrãozinho nos protagonistas, que geralmente temos vontade.

O filme cresce com uma trilha sonora maravilhosa que melhora o ritmo da história. As músicas acompanham as situações e sentimentos dos protagonistas fechando tudo com chave de ouro. Como na cena do quase primeiro beijo, em que embarcamos no clima romântico ao som do cover de “I Wanna Dance with somebody” de Whitney Houston.

No meio dos clichês, a obra se destaca e se diferencia ao abordar de forma sensível a construção de um relacionamento e o conceito de destino, mesmo assumindo que não é um filme sobre amor. Ele deixa claro que ambos são frutos das nossas escolhas, desde o momento que decidimos sair de casa no dia que conhecemos aquela pessoa até as pequenas escolhas diárias que fazemos para ficarmos juntos. 

Amor à primeira vista durante sua uma hora e meia, que você nem sente passar, nos proporciona um agradável equilíbrio de romance, risadas, drama, reflexões e até lágrimas. Para quem gosta do gênero ou somente aprecia uma boa experiência cinematográfica, o filme é parada obrigatória.
 

REFERÊNCIAS

Amor à Primeira Vista: novo filme da Netflix é inspirado em história real. Disponível em: . Acesso em: 24 set. 2023.

‌BRITO, Juliana. Amor à primeira vista: Tudo que você precisa saber sobre o novo romance da Netflix – Jornada Geek. Disponível em: .

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