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23/09/2023 às 23h26min - Atualizada em 23/09/2023 às 21h41min

A visibilidade da comunidade LGBTQIAPN+ através das telas

Filmes e séries promovem visibilidade e pluralidade em suas representações

Ana lya Costa - Revisado por Carolina Nunes
Diversidade. (Foto: Shutterstock)

O público dia após dia busca diversidade e representatividade nas produções que consomem diariamente. Com os recentes sucessos e adaptações da indústria audiovisual, um segmento já presente nesse meio se destaca e chama a atenção de todos: as produções voltadas para a comunidade LGBTQIAPN+.

Quando se fala dos primeiros passos que foram dados dentro da indústria, o filme intitulado Diferente dos outros de 1919 é considerado o primeiro filme voltado para o público LGBTQIAPN+. Sucessos mundiais como a série Heartstopper e o filme Vermelho,Branco e Sangue Azul reforçam ainda mais o protagonismo de pessoas LGBTQIAPN+ dentro da indústria audiovisual.


 

Herbert Medeiros, educador da rede pública e colaborador do Grupo Matizes, destaca como essas produções refletem na sociedade. “É extremamente relevante dar visibilidade, reconhecimento e valorização às temáticas, vivências e experiências das pessoas LGBTs. Representá-las em personagens, enredos e narrativas abre a possibilidade de mostrar essas vivências e experiências das formas mais diversas, pois são várias formas de se viver a experiência de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, assexuais, pansexuais e queers”, explica.

Entretanto, mesmo que a população LGBTQIAPN+ esteja em destaque por conta dos frequentes sucessos dos streamings, no passado suas representações não se assemelhavam tanto com a realidade.“Há algumas décadas, alguns personagens LGBTs que vinham nas telenovelas eram representados de forma muito caricata, com um perfil homogêneo. E fruto de discussão, debate e cobrança da comunidade LGBT no cinema, na tv e no teatro tem se diversificado a construção desses personagens, variando a presença da comunidade LGBT com as suas múltiplas atuações", acrescenta Herbert Medeiros.

Diante dos fenômenos internacionais de sucesso também podemos evidenciar produções brasileiras que também refletem a temática e a representatividade da população LGBT. “Hoje nós temos uma série de filmes que tem a participação da comunidade LGBT como protagonista, como personagens principais. Temos como exemplo Madame Satã, com o Lázaro Ramos, que retrata a vida de um grande personagem da vida real que foi a Madame Satã que vivia no Rio de Janeiro. Um filme que é um ícone, já que é uma referência nessa temática", conclui Herbert Medeiros.


 

Trailer de ‘Madame Satã’. (Reprodução: Imagem Filmes - Youtube)

 

A representatividade presente nas telas também acaba impactando na vida das pessoas que fazem parte da comunidade. Hector Belém envolvido com movimentos sociais e com a juventude explica sua perspectiva sobre o assunto. “As produções cinematográficas, na minha perspectiva, seja filme, série ou documentário promovem uma reflexão sobre o ponto de vista daquele indivíduo em relação a determinado comportamento, hábito ou característica da sociedade. Então algumas produções cinematográficas que se tornam clássicas ao longo do tempo, essas produções que marcam uma era e que permanecem na memória podem e promovem uma transformação”, destaca. 

Hector Belém ainda ressalta o poder de transformação que a arte possui. “Na minha perspectiva, a arte tem essa obrigação, ou pelo menos responsabilidade de que você não saia a mesma pessoa, mesmo que você mude um pouquinho, você não sai a mesma pessoa depois de assistir um filme e essas produções LGBTs sempre me surpreendem”, conclui. 

A representatividade nas telas proporciona ao público o sentimento de pertencimento em relação à história,tornando-a mais completa por contemplar de forma mais ampla a diversidade contida na sociedade.

 

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