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17/04/2024 às 14h51min - Atualizada em 17/04/2024 às 14h06min

Uso excessivo de telas prejudica o desenvolvimento das crianças

As telas e a internet são parte das nossas vidas, mas a tecnologia está afetando as crianças

Dominik Pereira - labdicasjornalismo.com
Foto: Reprodução/Unsplash
A internet foi um grande acerto. Muitas coisas se tornaram possíveis a partir dela, como falar com quem está do outro lado do mundo. Facilitou o modo de trabalhar, reduzindo a quase zero a papelada. Mas, apesar de ter trazido muitos avanços e melhorias, trouxe também novas preocupações com as novas gerações. Crianças nascidas na era da tecnologia já crescem conectadas com o mundo virtual e com olhos vidrado nas telas.  Atualmente, é muito comum ver crianças com celulares, que muitas vezes nem cabem em suas pequenas mãozinhas, assistindo e jogando. A exposição excessiva de telas está gerando uma nova preocupação, pois, conforme especialistas, os estímulos constantes comprometem o desenvolvimento natural do cérebro das crianças. 

Segundo uma recomendação da 
Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças de até cinco anos não devem passar mais de 60 minutos por dia em atividades passivas diante de uma tela. Bebês com menos de 12 meses não devem passar nem um minuto na frente de dispositivos eletrônicos. A exposição precoce às telas deixa os pequenos sujeitos ao vício nelas. Recentemente, o tema foi abordado em uma telenovela da Rede Globo: o adolescente Theo, na trama, era viciado em jogos de realidade virtual. Ele vivia uma "vida" no mundo online, não saía do quarto e mal tomava banho. Além disso, mantinha um comportamento agressivo quando forçado a se afastar do computador.

A dependência de jogos eletrônicos foi classificada como doença em 2022 pela OMS. Até escolas já estão adotando medidas para restringir o uso do aparelho durante as aulas, uma vez que o mau uso pode atrapalhar as aulas e prejudicar o rendimento do aluno. O uso da tecnologia está tão enrraizado na nova geração que as crianças, hoje, não fazem mais aulas de informática. Já aprendem desde cedo a manusear aparelhos eletrônicos. 

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) elaborou o documento
#MENOS TELAS #MAIS SAÚDE. Nele, são compiladas orientações de acordo com as diferentes faixas etárias, estabelecendo os limites e a necessidade de mediação e supervisão qualificada de um adulto responsável durante o de uso de telas como recurso de entretenimento. O material aborda diversos pontos importantes sobre a tecnologia, como bullying e cyberbullying. "O atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem é frequente em bebês que ficam passivamente expostos às telas, por períodos prolongados", cita. Além de prejudicar o desenvolvimento, prejudica o sono da criança.

"O brilho das telas, devido à faixa de onda de luz azul presente na maioria das telas, contribui para o bloqueio da melatonina e para a prevalência cada vez maior das dificuldades de dormir e manter uma boa qualidade de sono à noite na fase de sono profundo, com aumento de pesadelos e terrores noturnos", continua. A falta de sono adequado prejudica o rendimento escolar, podendo ser associado a trantornos como déficit de atenção e hiperatividade. "Este poder de atração e disseminação de conteúdos nas telas, acontece muitas vezes por ser o ambiente dos jogos e das redes sociais online, o único onde as crianças e adolescentes e também muitos adultos atualmente, conseguem encontrar seus amigos de imediato, já que por diversos motivos alguns assim preferem e vão se isolando cada vez mais, perdendo a noção da realidade", dizem os autores do documento.

Não só as crianças caem na armadilha digital, muitos adultos também o fazem. Contudo, as crianças caem por falta de orientação desses adultos. Com os estímulos rápidos proporcionados pelas telas, muitos pais ficam reféns deles para "acalmarem" seus filhos. Um grande erro, pois a criança não tem maturidade para compreender tantos estímulos. "Pesquisas médicas e evidências científicas vão se acumulando e sendo atualizadas, não só sobre benefícios quanto à aceleração das informações e notícias em quase tempo real, mas também, sobre os prejuízos à saúde, quando ocorre o uso precoce, excessivo e prolongado das tecnologias durante a infância e os efeitos em longo prazo", diz a SBP. Conforme as pesquisas realizadas para esta reportagem, o uso de aparelhos eletrônicos pode até ser benéfico, desde que feito da maneira correta. Por isso, a supervisão de um responsável é imprescindível.

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