Foto: UnsplashDentre os planos do atual Governo Federal, destaca-se o Concurso Público Nacional Unificado (CNPU), ideia original que reflete o desejo de aproximar as instituições públicas federais da população brasileira. Para preencher novas vagas nos órgãos federais em todo o país, as provas do CNPU serão aplicadas ao mesmo tempo. Assim, o Poder Público aperfeiçoa seus critérios de avaliação a partir das qualificações necessárias, para que todos tenham a mesma oportunidade de se preparar para uma carreira pública promissora. Essa é a expectativa de uma jovem do Rio Grande do Norte, cujo sonho é ser jornalista. Vamos conhecer melhor a história da nossa personagem: Maria Luiza Figueiredo.
LAB: Para início de conversa, como você ficou sabendo do Concurso Nacional Unificado?
MLF: Fiquei sabendo por meio de veículos de notícias e plataformas de concurso, que começaram a postar conteúdos no Instagram sobre um concurso unificado que estava sendo planejado. Até que publicaram o edital, do qual também fiquei sabendo por meio dessas postagens.
LAB: Você sempre desejou trabalhar como servidora pública?
MLF: Sim, sempre desejei.
LAB: Dentro do serviço público, tem interesse em qual área?
MLF: Quero trabalhar temporariamente na área da Administração. Enquanto isso, tentar entrar e concluir o mestrado para tentar um cargo na minha própria área, que é de Jornalismo.
LAB: Poderia compartilhar uma experiência específica que destacaria suas habilidades e conhecimentos relevantes para a posição que está buscando?
MLF: No dia a dia, lidamos com pessoas, com a necessidade de organizar e gerir nosso tempo, nossas demandas e prioridades. Acredito que toda essa vivência contribui para que tenhamos uma noção de como devemos administrar qualquer coisa pela qual nos responsabilizemos. Estou estudando essa área desde o início do ano, e acredito que todo o aprendizado que adquiri até agora serve de suporte para aprimorar habilidades que nós, como seres sociais, devemos desenvolver e aplicar de forma sistemática para o serviço público.
LAB: Qual a importância do Concurso Nacional Unificado para a sua carreira no serviço público, seja na administração ou no jornalismo?
MLF: Ele pode me garantir a vaga que desejo para iniciar minha carreira no serviço público. Além disso, proporciona-me experiência para futuros concursos.
LAB: Como você equilibra a busca por excelência acadêmica com a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos?
MLF: Tento buscar o equilíbrio conciliando meus horários de forma que eu possa integrar os estudos na minha área e para o concurso. Neste semestre, finalizo o curso de Jornalismo e já estou produzindo o TCC, mas conciliar os dois tem sido desafiador. Trata-se de um projeto experimental, o que me exige aplicar os aprendizados adquiridos durante o curso. Já em relação à área da Administração, nunca cheguei a atuar de forma profissional. No entanto, tenho tentado resolver exercícios práticos, principalmente voltados para a Estatística.
LAB: Alguma experiência anterior moldou sua paixão pelo Jornalismo?
MLF: Um estágio na Câmara Municipal de Parnamirim (RN) fez com que eu me identificasse ainda mais com a área. Eu tinha receio de aparecer em vídeos, mas comecei a fazer passagens em formato reels e percebi que gostava daquilo. Além disso, gostei de atuar na área de Assessoria de Comunicação em um órgão público, intensificando ainda mais meu desejo de trabalhar no serviço público. Sempre gostei de escrever e ficava feliz com o que lia. Sempre me diziam que eu escrevia bem. Sempre fui curiosa, e acho que isso melhora a relação do profissional com o jornalismo.
LAB: Como está sendo sua preparação para o Concurso Nacional Unificado? Você acredita que as situações de pressão podem interferir no seu desempenho durante as fases do concurso?
MLF: Tenho estudado praticamente todos os dias. É difícil, por conta de demandas que devemos conciliar e de tanto conteúdo que há para estudar. Mas aí penso que tudo isso serve de experiência e aprendizado: se eu não for aprovada no CNU, tudo o que estudei pode servir de suporte para os próximos concursos. Acredito que a pressão pode interferir no desempenho, especialmente nas horas iniciais da aplicação da prova. Mas, depois de um tempo concentrada em resolver as questões, isso diminui. O que mais afeta é quando o candidato demora muito na prova e já está nos minutos finais. É aí que vem aquele "nervoso".
LAB: Se você for aprovada no Concurso Nacional Unificado, como pretende se atualizar sobre os avanços no jornalismo e, assim, contribuir para o aprimoramento da área escolhida?
MLF: Pretendo fazer o mestrado e, assim, estar atualizada sobre o Jornalismo e suas inovações.
Concurso Nacional Unificado
Foto: Reprodução/Estratégia Concursos
Como será organizado o Concurso Público Nacional Unificado?
A prova será aplicada em 220 municípios brasileiros simultaneamente. Esse método é inspirado no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Assim, busca-se ampliar o acesso às vagas e seguir políticas de acessibilidade e inclusão. O Concurso Nacional Unificado será organizado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), com o apoio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e a Advocacia-Geral da União (AGU). Durante todo o processo, a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) serão os observadores externos.
Quais critérios levaram à escolha de 220 municípios para o CNU?
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram avaliados os seguintes pontos: a densidade populacional, o raio de influência microrregional de cidades médias e grandes e as facilidades de acesso. Se a cidade escolhida não tiver estrutura suficiente para realizar o concurso, as aprovas serão aplicadas no município mais próximo.
Como serão organizadas as vagas disponíveis para os candidatos?
Ao se inscrever no Concurso Nacional Unificado, o candidato escolheu um dos seguintes blocos temáticos:
Bloco 1: Infraestrutura, Exatas e Engenharias - 727 vagas.
Bloco 2: Tecnologia, Dados e Informação - 597 vagas.
Bloco 3: Ambiental, Agrário e Biológicas - 530 vagas.
Bloco 4: Trabalho e Saúde do Servidor - 971 vagas.
Bloco 5: Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos - 1.016 vagas.
Bloco 6: Setores Econômicos e Regulação - 359 vagas.
Bloco 7: Gestão Governamental e Administração Pública - 1.748 vagas.
Bloco 8: Nível Intermediário - 692 vagas.
Com esse novo modelo de concurso público, pode ser que o candidato não precise participar de muitas provas. Isso parece justo?
É importante explicar que aquele velho modelo concentrava as provas em poucos municípios, o que ressaltava as desigualdades que sempre houve na sociedade. Em contrapartida, o novo método fortalece a democracia e fornece mais oportunidades aos candidatos ao aplicar suas provas em mais de 200 cidades. Sob o respaldo da Constituição Federal, essa mudança permite ao Poder Executivo Federal selecionar os novos servidores públicos de uma maneira mais eficiente e igualitária.
Como serão organizadas as provas no dia em que forem aplicadas?
No dia das provas, será organizado assim:
Pela manhã:
- Nível superior: provas objetivas de conhecimentos gerais, com 20 questões, e uma prova discursiva de conhecimento específico do bloco.
- Nível médio: provas objetivas de conhecimentos gerais, com 20 questões, e uma redação.
À tarde:
- Nível superior: provas objetivas de conhecimentos específicos, com 50 questões.
- Nível médio, provas objetivas, com 40 questões.
Todos os cargos de um bloco temático terão o mesmo conteúdo nas provas?
Sim, o conteúdo das provas será comum a todos os cargos em um bloco. Mas cada cargo tem pesos diferentes para cada eixo temático. Os pesos são definidos pelos órgãos responsáveis para manter a complexidade de cada cargo conforme a lei. Os candidatos de nível superior farão a mesma prova de conhecimentos gerais em todos os blocos temáticos. As provas de conhecimentos específicos são personalizadas para cada tema.
Como os pesos serão aplicados nas provas de conhecimentos específicos?
Cada prova foi dividida em cinco eixos temáticos:
GESTÃO GOVERNAMENTAL E GOVERNANÇA PÚBLICA: ESTRATÉGIA, PESSOAS, PROJETOS E PROCESSOS
GESTÃO GOVERNAMENTAL E GOVERNANÇA PÚBLICA: RISCOS, INOVAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, LOGÍSTICA e PATRIMÔNIO
POLÍTICAS PÚBLICAS E NOÇÕES DE ESTATÍSTICA
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA, CONTABILIDADE PÚBLICA E COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
COMUNICAÇÃO, GESTÃO DOCUMENTAL, TRANSPARÊNCIA E PROTEÇÃO DE DADOS
Os órgãos responsáveis pelos cargos fizeram uma divisão de pesos em cada eixo para garantir que a importância dos conteúdos nas provas reflita as exigências de cada cargo. Em outras palavras, os candidatos terão notas diferentes para cada cargo, de acordo com o próprio desempenho em cada um dos eixos temáticos.
Quais são os critérios de desclassificação?
Serão eliminados os candidatos que conseguirem menos de 40% da pontuação nas provas objetivas de Conhecimentos gerais (P1) e de Conhecimentos Específicos (P2), ou tirarem nota zero na prova de redação.
Haverá cadastro reserva no Concurso Nacional Unificado?
Sim. O cadastro reserva será para os candidatos que não forem imediatamente aprovados na primeira opção de cargo, selecionada no processo de inscrição, mesmo que sejam assumams outros cargos. Assim, as vagas abertas podem ser ocupadas pelos candidatos classificados em sua primeira opção de cargo.
Cabe ao MGI fazer convocações a cada seis meses ou quando houver necessidade, a partir da quantidade de vagas abertas ou fechadas. O Concurso Nacional Unificado terá validade de 12 meses.
A partir do dia 25 de abril, quem se inscreveu e pagou a taxa ou pediu isenção dentro do prazo, saberá onde será aplicada a prova do Concurso Nacional Unificado, agendada para domingo, 5 de maio. Para mais informações, é possível acessar o site: https://www.gov.br/gestao/pt-br/concursonacional.
