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08/08/2019 às 21h24min - Atualizada em 08/08/2019 às 21h24min

Meu acessório favorito

Juliana Barbosa - Editado por Leonardo Benedito
Me levanto pela manhã e coloco meu acessório preferido. Na verdade, sem ele não posso fazer muita coisa. Olho em volta e me dou conta como o meu quarto está bagunçado, mas não tenho tempo de colocá-lo em ordem. Me apronto para o trabalho com dificuldade, pois tenho que retirar meu precioso acessório para me maquiar. Sem problema. Já estou acostumada.

Tomo o meu café enquanto observo o vento balançar as árvores do quintal. O verde realmente é uma cor muito bonita. Me despeço da minha família e saio para o trabalho.

Enquanto caminho, observo as pessoas absortas em seus pensamentos, alheias aos dramas de seus semelhantes.

Normal, não há crime nisso.

Enquanto pego a condução, reparo pela janela os modelos arquitetônicos da cidade, as árvores, os jardins, e as pessoas. Mais uma vez agradeço ao meu acessório por me permitir contemplar tais maravilhas.

Chego no meu local de trabalho e começo a conversar com as pessoas observando a reação em seus semblantes à medida que exerço minha função. Reações diversas de acordo com o assunto abordado. Reparo que a expressão facial varia mediante as decisões tomadas no fim da conversa. Sem meu acessório, realizar tais observações não seria tão simples assim.

O meu dia segue e em cada instante reparo nos diversos detalhes presentes nos espaços em que círculo. Cada indivíduo preocupado em realizar seu trabalho. Mais uma vez posso observar pela expressão de seus rostos quão satisfeitos eles são a partir da forma como se comportam. Não é novidade que muitas pessoas não gostam do seu trabalho, enquanto que outros se dedicam com afinco as suas obrigações.

Encerro o expediente, cansada, mas disposta o suficiente para apreciar as cores proporcionadas pelo pôr-do-sol. A magnificência desse espetáculo é uma recompensa após um dia longo de trabalho.

De volta para casa, observo os semblantes cansados dos passageiros do ônibus, e em meu íntimo lhes desejo um bom descanso em suas casas.

Volto ao meu ponto de partido. Lar doce lar.

Enquanto relato a minha família os altos e baixos do meu dia, em minha mente recordo os momentos que me causaram emoção, como o vento balançando as árvores e a magia do pôr-do-sol. Vou para o quintal e miro a lua e as estrelas manifestando seu esplendor natural. Isso não seria possível sem meu acessório favorito.

E assim, finalizo mais um dia.

Agora em minha cama, agradeço pelas dádivas a mim concedidas. Guardo meu acessório e enquanto o sono não vem relembro tudo o que vi e o que senti. Me considero abençoada por poder apreciar as maravilhas presentes em nosso mundo.

A maior parte do meu presente diário, está em poder enxergar o mundo conforme ele é. Tudo isso só é possível por causa dos meus óculos, meu acessório favorito.

A visão é, com certeza, uma das maiores dádivas concedidas ao ser humano. Há o velho ditado que diz que só se dá valor a algo quando o perde. Apenas se lembre de enxergar.

 

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