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24/08/2019 às 17h58min - Atualizada em 24/08/2019 às 17h58min

A experiência de ser descartado

Juliana Barbosa - Editado por Socorro Moura
Liah está nervosa. Essas situações sempre a deixam ansiosa. Ela chega ao local combinado e se senta acuada no fundo da sala. Olha ao redor e observa as pessoas sentadas a sua frente. Enquanto as analisa, se pergunta quais vantagens elas têm sobre si mediante a situação em que se encontram. Enquanto espera, pensa que deveria ter se arrumado um pouco mais. Talvez devesse ter arrumado mais o cabelo ou pintado as unhas de outra cor, afinal de contas, a aparência conta muito.

Verifica a hora e vê que já passam das 15h. A pessoa com quem deveria conversar está atrasada, o que aumenta muito sua aflição. Se tivesse trago seu livro poderia estar finalizando sua leitura, apesar de que provavelmente não conseguiria ler por causa do nervosismo. Volta a analisar as pessoas a sua frente. No momento, são quatro o número de concorrentes. Quatro pessoas com potenciais e qualificações diferentes, porém, de suma importância visto as condições exigidas para o processo.

Liah sente sua ansiedade crescer. Há muita coisa em jogo. Talvez não seja boa o suficiente. O desafio a atrai e  a apavora ao mesmo tempo. Precisa muito desta oportunidade. A medida em que o tempo vai passando, ocorre em sua mente que seus concorrentes precisam desta oportunidade tanto quanto ela mesma. Sempre existirão desafios, não importa qual meta a ser estabelecida.

Por ordem de chegada o 1º candidato é chamado. Liah foi a 3º. Na sala de espera reina o silêncio. Todos estão concentrados. A tensão paira no ar. O 2º candidato é chamado. Liah sente um frio no estomago e começa a pensar no que irá dizer quando chegar sua vez. Fica apreensiva, pois o 2º está demorando a sair. Finalmente chega sua vez. Caminha com segurança, apesar de estar nervosa. Entra na sala e se senta de frente a mesa da mulher que está a lhe encarar. Sua expressão não é muito convidativa.

Começam as perguntas. O questionário respondido oralmente expressa a superficialidade das informações requeridas pela mulher a sua frente, que nem mesmo fez questão de se apresentar. Ao passo em que Liah responde as perguntas, percebe a falta de interesse demonstrada por sua entrevistadora. Tentou tornar a conversa um pouco mais amena quando questionada sobre seu antigo trabalho, mas não obteve muito sucesso.

Quando percebeu que estava chegando ao fim as perguntas, tentou decifrar a expressão de sua entrevistadora. Sem êxito. Sua face não demonstrava nenhuma emoção. Não sabia dizer se tinha ido bem ou mal. Liah não estava preparada para o que ia ouvir a seguir, quando percebeu que a mulher estava prestes a lhe falar: “Vamos repassar suas informações para a empresa e se eles acharem que vale a pena falar com você, entrarão em contato. Agora pode sair.”

Em um ato automático, Liah disse “Obrigado. Boa Tarde”, e saiu. Por mais impactada que estivesse no momento, pensou que não deveria se abater. Foi mais uma experiência e apesar das portas não estarem totalmente fechadas, sabe que deverá continuar buscando outras oportunidades. Afinal, na crise em que o Brasil se encontra, não é fácil encontrar um emprego.

Das experiências vivenciadas, é preciso tirar sempre as melhores lições. Liah não estava preparada para ouvir “Se acharem que você vale a pena”, mas agora sabe que tudo pode acontecer durante uma entrevista de emprego.

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