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01/05/2020 às 14h28min - Atualizada em 01/05/2020 às 14h28min

26 anos sem Senna: relembre a trajetória de um dos maiores ícones do esporte

Piloto é lembrado por sua atuação nas pistas, rivalidade com Prost e patriotismo

Fernanda Souto - Editado por Paulo Octávio
Ayrton Senna ( Foto: Getty Images)

A morte de Ayrton Senna completa 26 anos nesta sexta-feira (01). Foi no dia 01 de maio de 1994 que um dos maiores ídolos do Brasil faleceu em Bolonha, na Itália. Tricampeão mundial de Fórmula 1, o piloto marcou a história. É inspiração para muitos, enaltecido no país e até internacionalmente. E nós do Lab dicas Jornalismo resolvemos relembrar sua trajetória. 

Senna nasceu em 21 de março de 1960, começou sua carreira como piloto em 1973 com Kart e começou a dirigir “carros de fórmula” em 1981. Obteve destaque nas competições que participou na época, o que impulsionou sua ascensão na mais popular modalidade de automobilismo no mundo, a Fórmula 1. Sua primeira aparição na categoria foi no Grande Prêmio do Brasil de 1984, que disputou pela equipe Toleman-Hart. Neste ano conseguiu vários pódios e foi alvo de olhares dos adversários no GP de Mônaco, e terminou a temporada empatado em pontos com Nigel Mansell ao totalizar 13 pontos.

Em 1985, disputou a competição pela Lotus e teve uma ótima temporada e popularidade, ao ponto de receber o título de melhor piloto segundo a revista Autosprint. Além disso, também foi considerado como o “rei das pole positions” por seu bom desempenho nos treinos. Permaneceu na equipe até 1987, tendo conquistado ao todo seis vitórias, 22 pódios e 16 poles. 

Um detalhe curioso aconteceu em 1986. Um dia depois da eliminação do Brasil para França na Copa do Mundo, Senna foi disputar o GP dos EUA e viu o cartaz de um fã que dizia: "no domingo, dê um olé no francês" -- referência a Alain Prost, um do maiores rivais de Ayrton. O piloto fez positivo e ao vencer o circuito pegou a bandeira de um torcedor e celebrou a conquista. E a partir daí essa repetiu a cena em momentos marcantes quando venceu seus três campeonatos mundiais e os GPs do Brasil em 1991 e 1993



Em entrevista para Globo, Senna explica o gesto com a bandeira. Canal: Formula One

No ano seguinte, em 1988, Senna ganhou seu primeiro título pela McLaren. Na última corrida do Grande Prêmio, no Japão, ele teve um problema na largada e começou a corrida na 16ª posição. Conseguiu a recuperação, concorreu ao lado da sua dupla Alain Prost e venceu com 13 segundos de vantagem para o francês. Em 1990, os dois disputaram novamente o título, e o brasileiro levou a melhor e consagrou-se bicampeão. No GP do Brasil de 1991, Senna teve sua primeira vitória em território nacional, depois de uma corrida árdua com problemas mecânicos e desgastes físicos e mentais. E apesar da inferioridade do seu carro em relação aos dos adversários, conquistou o tricampeonato mundial no Japão.

Senna e Prost foram rivais e protagonizaram grandes disputas dentro da pista. No GP do Japão de 1989, o brasileiro foi eliminado da corrida porque saiu na contramão quando seu carro tocou o do francês, e dessa forma. Ayrton ficou revoltado e disse que aquela era "uma vergonha para o esporte". Resultado impediu o bi do Senna e fez com que Proust fosse campeão. Mas, em 1990, o brasileiro fez uma revanche. Na GP do Japão de 1990, após 9,28 segundos após a largada, jogou o carro em cima de Prost , tirou o francês -- único que poderia tirar sua conquista -- da disputa e ficou com título com uma corrida de antecedência.

Em 1994, Senna finalmente assinou com a Williams, equipe tão cobiçada pelo brasileiro. No entanto, ele tinha outras propostas de duas grandes equipes, a Ferrari e a Benetton. Mas, o objetivo de Ayrton era ser tetra campeão naquele ano, e para ele, somente a Williams tinha o carro que poderia o proporcionar tal feito.  “Não posso me permitir ficar mais um ano sem ganhar o campeonato”, justificou o piloto para Galvão BuenoPorém, o resultado não foi como o esperado. Senna conseguiu a pole position nas três primeiras corridas, mas não foi o suficiente para marcar algum ponto no campeonato. Na terceira, no GP de San Marino, em Ímola, Senna fez a que seria sua última disputa na F1. Na curva Tamburello, perdeu o controle do carro devido a uma barra de direção quebrada e chocou-se brutalmente em uma parede de concreto. 

Foi um GP trágico, além de Ayrton. Em três dias,  houve uma série de fatalidades: a morte de Roland Ratzenberger , acidente de Rubens Barichello, e o choque entre J.J Letho e Pedro Lamy logo na largada; batida foi tão violeta que os pneus atingiram várias pessoas das arquibancadas.

A morte de Ayrton Senna chocou todo o país e o mundo. O governo brasileiro declarou luto por três dias e concedeu para ele honras de chefe de estado. O piloto até hoje é lembrado e considerado como um dos principais nomes no meio automobilístico, e recebeu pelos brasileiros o título de herói nacional. Cerca de um milhão de pessoas foram às ruas para o cortejo. O velório na Assembléia Legislativa de São Paulo durou mais de 22 horas e foi acompanhado por pilotos, populares e artistas E no cortejo fúnebre e enterro do piloto foi transmitido ao vivo por várias emissoras de TV.

Luis Roberto, repórter na época, declarou emocionado para o Motorsport.com: "O Senna tinha mudado o patamar dele. Ele tinha deixado de ser só um campeão para ser um gigante da história do esporte como liderança. E aí entro na Rádio Globo do Rio e me falam: 'Neste momento, o Maracanã [que recebia o clássico entre Vasco e Flamengo] inteiro grita Senna'. Do outro lado, eu quase desabei, porque eu só fui desabar mais para frente".


 Imagens do GP do Brasil de 93, a última vitória de Senna em seu país natal. Emoção foi tanta que o púbico invadiu a pista. Canal: Romero . Imagens: TV Globo
 


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