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18/04/2019 às 16h50min - Atualizada em 18/04/2019 às 16h50min

A crise política no Brasil atual

Contornando as divergências pré-eleitorais

Jéssica de Vasconcelos - Editado por Naryelle Keyse
Dejalma Cremonese, Doutor em Ciência Política.
https://blog.maxieduca.com.br/entenda-a-crise-politica-no-brasil/
A crise política no Brasil é um processo desencadeado há anos conforme os processos históricos a serem destacados no decorrer da matéria. Entretanto, no Brasil atual, foi fortemente marcada pelo processo de impeachment de Dilma Rousseff, procedida pelos protestos contrários ao governo, escândalos de corrupção, vazamento de áudios (investigação) da Operação Lava Jato, a crise econômica, entre outros marcos daquele período que gerou ainda mais insatisfação popular no que diz respeito à política.

A década de 84 foi marcada pelo movimento "Diretas Já" que milhões de brasileiros foram às ruas e se mobilizaram para um Brasil com eleições diretas para presidente. Porém, a Câmara dos Deputados não aprovou o eleitorado elegendo Tancredo Neves que não chegou a ocupar o cargo após morrer vítima de uma infecção hospitalar.

Em 1988, no governo de José Sarney, vice de Tancredo Neves, a Assembleia Constituinte promulgou na Constituição a Carta Constitucional (lei fundamental e suprema do Brasil) concebida no processo de redemocratização com o fim da ditadura militar (1985).

Um dos marcos vem após eleição de Fernando Collor (1989), eleito, mas desconhecido no resto do país, teve sua campanha marcada pelo discurso de combate à corrupção e após dois anos de governo uma CPI levou ao afastamento de Collor que renunciou seu cargo antes do impeachment ser aprovado que contou com o movimento "Caras Pintadas" que eram milhares de estudantes pedindo o impedimento do ex-presidente.

Em 1989 e 1998, Luiz Inácio Lula da Silva ficou em segundo lugar nos pleitos eleitorais e no ano de 2002 foi eleito com mais de 61% dos votos. O Governo Lula (2003-2011) ampliou e unificou programas como ‘’Fome Zero’’ (programa de educação alimentar), ‘’Bolsa Família’’, entre outros. Entretanto, no final do primeiro mandato surgiram denúncias de corrupção (mensalão) no Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e Partido Progressista (PP), cuja investigação constatou desvio de dinheiro público para campanhas eleitorais do PT e deputados, porém, fato que não deixou de eleger Lula para o segundo mandato nas eleições de 2006.

Em 2011, o governo Lula foi sucedido por Dilma Rousseff, primeira presidente mulher do Brasil, afastada pelo processo de impeachment em 31 de agosto de 2016 e, segundo análise do nosso entrevistado Dejalma Cremonense, 50, Doutor em Ciência Política, palestrante e professor do Departamento de Ciências Sociais da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) a ex-presidente do Brasil fez um governo razoável, que na sua segunda reeleição (2014) não tinha mais o apoio do Congresso Nacional.

“A ex-presidente Dilma Rousseff não cometeu nenhum crime político jurídico sendo condenada por pedalada fiscal que é um tipo de manobra contábil feita pelo Poder Executivo para cumprir as metas fiscais”, explica.

Quando questionado sobre como resolver a crise política no Brasil, Dejalma diz que é preciso fortalecer as instituições dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), dos partidos políticos, de uma mídia livre, autônoma, independente de participação e que as instituições possam, assim, agir de maneira autônoma para consolidar os furos democráticos.

“Nós elegemos uma pessoa mais de direita e essa política ainda não está estabilizada, com censura, ditadura, discurso ideológico de esquerda e direita, sem projeto nenhum para o Brasil como é o caso há 100 dias do governo de Jair Bolsonaro, então, temos que visualizar um projeto de mudança a curto, médio e longo prazo e fazer também uma oposição responsável para que o país possa seguir de uma forma diferente”, complementa.

O Brasil possui um sistema de governo presidencialista de coalizão, resumidamente significa que o presidente não governa sozinho porque ele precisa fazer uma coalizão com os partidos de apoio, principalmente, para ter apoio do Congresso Nacional.

Cremonese reflete que o Presidente da República tem que ter esse apoio que deve ser da maioria para aprovação dos projetos no Congresso, logo, o governo precisa ter base, negociar, ou seja, fazer política.

“O Presidente Jair Bolsonaro foi eleito com 57.797.456 milhões de votos prometendo que não faria essas negociações, infelizmente, no Brasil a velha política é de negociação; muitas vezes, dando cargos para ter esse apoio no Congresso, mas o 38º Presidente da República Federativa do Brasil, não quer fazer a velha política, prometendo uma nova política e não sei até quando ele vai conseguir se não tiver o apoio do Congresso”, analisa.

Hoje, as divergências políticas nas relações sociais é um caminho de intolerância que segundo a Agência Brasil a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos dos Ministérios dos Direitos Humanos recebeu em outubro de 2018 denúncias (38) envolvendo divergências políticas associadas às eleições presidenciais.

Para Dejalma, as divergências estão ainda na questão ideológica pré-campanha entre esquerda e direita e o presidente Bolsonaro que mantém um discurso pré-eleitoral ainda não percebeu que não deve governar apenas para quem votou nele e sim para todo o Brasil.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

https://www.esmaelmorais.com.br/2018/12/o-coracao-valente-de-dilma-segundo-as-redes-sociais/ https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/09/23/fernando-collor-no-poder-e-politica.htm https://istoe.com.br/ibope-bolsonaro-lidera-entre-mulheres-negros-e-em-quatro-regioes/ https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2016/01/sarney-fratura-o-ombro-ao-cair-em-sua-residencia-no-maranhao.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Senador_Tancredo_Neves_2.jpg https://www.esmaelmorais.com.br/2019/04/lula-podera-ser-julgado-pelo-stj-nesta-quinta-feira/
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