Há mais de cem dias, desde que o Brasil registrou seu primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus (covid-19), e ainda não temos uma previsão para o fim da pandemia. Durante o período de isolamento social, principal forma para conter o avanço da doença, ocorreu um movimento muito forte na moda que é a busca por conforto.
Em entrevista ao Dicas de Jornalismo, a criadora do portal “Das modas” e colaboradora do site Agrund, Lelê Santhana, destacou que as tendências de moda do futuro são imprevisíveis. De acordo com ela, o mercado reflete o comportamento humano, pois cada pessoa tem seu valor e sua percepção do momento.
Artistas como a cantora Ivete Sangalo, a atriz Manu Gavassi e Anitta, adotaram roupas mais confortáveis e fizeram do pijama parte dos looks do dia a dia. O moletom também virou protagonista durante a quarentena de muitas influencers como Thássia Naves e Flávia Pavanelli. Além disso, o sutiã foi esquecido no guarda-roupas de muitas brasileiras.
No entanto, para Lelê, nunca vai existir um único comportamento ou uma única tendência. “Acho que por um lado, o público vai consumir mais consciente e o outro lado vêm com uma necessidade do glamour, do belo. Depois de um momento tão triste, algumas pessoas vão querer ver a imagem da moda glamourosa, transbordando o belo como se a moda fosse um sonho” afirmou a criadora digital.
Atualmente, o conforto está em evidência e tudo que é exagerado e desconfortável perdeu um pouco de espaço. Já a estética que era tão importante na rotina, para muitas pessoas ficou em segundo plano. A tendência é se sentir bem, seja com roupa ou sem.
Em conversa com a nossa reportagem, a proprietária da marca de lingeries De Mari, Gabriela De Mari, um dos propósitos da loja é o conforto, e por isso as vendas subiram durante o período do isolamento. Mesmo com o aumento de mulheres que aderiram ao “no bra club”, o uso de roupas sem sutiã.
“A pandemia trouxe a valorização do conforto em todas as áreas, na roupa íntima principalmente. Acredito que quando voltarmos, talvez exista um choque para quem usava bojo e peças apertadas”, afirma a empresária.
Segundo a empresária, mudanças vão continuar acontecendo, e o perfil de seus clientes, já mostra uma preferência pelas peças mais confortáveis.
Apesar de sabemos que o perfil do consumidor mudou, assim como o seu ambiente de trabalho e de lazer, que agora são em sua casa e que por isso roupas novas não são mais necessárias para essas ocasiões, as futuras tendências e o fim da pandemia são mistérios.