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09/08/2020 às 23h46min - Atualizada em 09/08/2020 às 23h38min

A disseminação das Fake News e suas consequências

Com o aumento da propagação de notícias falsas e a quantidade de vítimas, senado aprova PL das fake news e segue para votação na câmara dos deputados

Por Ynara Mattos - Editado por Camilla Soares
João Fernando Lopes (Advogado) Túlio Kehdi (Diretor de RH da Raccoon Digital Marketing) Bia Herrero (YouTuber e digital influencer)
Najara Araújo/Câmara dos deputados
Atualmente, percebe-se que o número de Fake News que estão sendo compartilhadas na internet e nas redes sociais por muitas pessoas tem aumentado bastante. Uma mentira contada várias e várias vezes acaba sendo considerada uma verdade, podendo prejudicar pessoas, destruir reputações e até semear confusões em meio a uma sociedade mal informada, dando início a um discurso de ódio.

Fake News não são apenas a disseminação e propagação de falsas notícias, é mais do que isso: É CRIME! "Desinformação" também pode se enquadrar nessa realidade. O projeto de lei (PL) que trata das chamadas fake news é uma iniciativa para a criação de uma norma legal específica para tratar desse fenômeno que tem ocorrido no mundo inteiro, principalmente nesta época de desenvolvimento das redes sociais. A ideia é estabelecer marco regulatório para a atuação de meios de comunicação e redes sociais.

Segundo João Fernando Lopes, Advogado no estado de São Paulo esse projeto de lei trata-se de um caminho a ser seguido até transformar-se em lei. "Foi apresentado e aprovado no Senado, depois seguiu para a câmara dos deputados, onde passará pelo exame das comissões temáticas e, após isso, irá à deliberação no plenário. Se aprovado, será encaminhado ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que poderá sancionar ou vetar, total ou parcialmente, o projeto".

Doutor João deixa bem claro que o problema não está apenas na divulgação das fake news, vai além, é mais que isso. "Temos visto, na verdade, a criação de verdadeiras redes de disseminação e desinformação, que eventualmente agem como verdadeiras milícias digitais, com a finalidade de criar fatos e destruir reputações".

Marketing digital

Segundo Túlio Kehdi, Sócio fundador da Raccoon, o marketing digital pode sim ajudar no combate a propagação das fake news. "A Forma mais fácil de se conseguir ter um impacto do ponto de vista do marketing digital com relação à contenção dessas notícias, é a revisão constante dos canais (sites) em que são veiculados as propagandas dos clientes para a negativação daqueles que se dedicam basicamente à produção de Fake News".

Túlio afirma ainda que o Impacto de notícias falsas no marketing digital tende a ser muito reduzido quando se fala de sites espalhados pela internet, porém bem mais difícil de se mensurar quando falamos de redes sociais. Isso porque, diferentemente de sites, as redes sociais possuem conteúdos de todos os tipos e muito deles são difíceis de serem classificados com fake news. Nesse sentido, adotar uma postura mais radical com relação ao Facebook, por exemplo, é bem mais complexo por ser um dos canais de maior investimento digital atualmente.

Vítima de Fake News, Bia Herrero, YouTuber e influencer digital de 17 anos, com mais de 1 milhão de seguidores em seu Instagram, foi vítima de Fake News e acusada de racismo nos últimos meses ao gravar um pequeno vídeo. "Um tik tok que gravei foi tirado de contexto e interpretado como racismo. Essa informação foi multiplicada como se eu realmente tivesse me pronunciado assim". explica a youtuber.

Bia relata que foi muito desgastante a acusarem de algo que ela não é, e mesmo que se explique e peça desculpas, a "desinformação" tomou uma proporção tão grande que algumas pessoas má intencionadas se aproveitaram para tentar a cancela-lá. A YouTuber revela que chegou a pensar em desistir porque não sabia o que fazer diante de comentários tão maldosos. "Aí você percebe que são sempre as mesmas pessoas que disseminam o ódio e acham que, por estar atrás de uma tela, vão ficar impunes. Me ameaçaram até de morte. Mas o apoio de quem realmente gosta de mim fez toda a diferença, e eu enfrentei de cabeça erguida".

A influencer relata ainda que se decepcionou muito, por acabar descobrindo que algumas iniciativas partiram de pessoas próximas. não sofreu apenas por causa dos haters nas redes sociais, mas também por saber que foi traída. Bia Herrero atualmente está trabalhando em uma peça que aborda assuntos como o combate não só às fakes news, mas também ao bullying e ciberbullying, e tem o projeto de escrever um livro sobre o assunto.

"Acho que tenho a responsabilidade de passar isso para os meus seguidores, que a gente consegue superar as barreiras e seguir em frente. Fiz isso desde que entrei na internet e quero continuar disseminando o bem, o quanto é importante construir uma boa autoestima. Não quero parar por aqui. Agora, como disse, pretendo falar mais sobre segurança e sobre as ameaças que a rede pode trazer". - encerra Bia.

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