Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
13/08/2020 às 21h32min - Atualizada em 13/08/2020 às 21h14min

O quadrinista por trás de um dos maiores sucessos atuais da Netflix

Gabriel Bá e sua identidade visual única

Bárbara Adelle Dalamaria - Editado por Letícia Agata
Pôster da segunda temporada / Netflix
The Umbrella Academy, seriado roteirizado por Steve Blackman, que estreou em 2019 na Netflix, não sai do Top 10 da plataforma desde o dia em que lançou sua segunda temporada, em 31 de julho de 2020. A família de desajustados com superpoderes, adotados por um milionário excêntrico que tem uma aversão profunda a crianças e, apesar disso, planeja transformar seus “filhos” em heróis, vem colecionando cada vez mais fãs, por conta do enredo recheado de humor e ação, e pelos personagens caricatos.

O que nem todos os fãs da série sabem, é que ela foi baseada nas HQ’s de mesmo nome, escritas por Gerard Way e ilustradas pelo quadrinista brasileiro, Gabriel Bá. O Volume 1: A Suíte do Apocalipse, inspirou a primeira temporada do audiovisual. Já a segunda temporada foi inspirada no Volume 2: Dallas. Caso haja uma terceira temporada confirmada, provavelmente será inspirada no Volume 3: Hotel Oblivion.
 

 
Gabriel Bá e seu irmão gêmeo, Fábio Moon, foram os primeiros quadrinistas brasileiros a ganhar o Eisner Award, prêmio que, anualmente, elege os melhores trabalhos gráficos de artistas do mundo todo. The Umbrella Academy, inclusive, fez com que o nome de Gabriel se tornasse mais conhecido no exterior, pois venceu o prêmio em 2008, como “Melhor Minissérie”. Outros grandes nomes que já conquistaram o Eisner foram: Stan Lee, Jean “Moebius” Giraud, Alan Moore e Dave Gibbons.


 
Gabriel Bá e seu irmão, Fábio Moon, instauraram um novo estilo nos quadrinhos brasileiros, introduzindo diversas novas maneiras de lidar com o gênero, produzindo uma obra de qualidade, a ponto de obterem reconhecimento internacional. Como esclarece o professor de Design Gráfico e Artes Visuais, Daniel Confortin:
 
“O estilo proposto pelo desenhista em The Umbrella Academy revoluciona seu próprio histórico, seguindo características similares a HQ's, como Sin City (Frank Miller), Hellboy (Mike Mignola) e The Walking Dead (Tony Moore). Fazendo justiça às suas origens no underground dos zines nacionais, possui um traço expressivo, casual, com uma colorização fluída e intuitiva. A paleta de cores merece destaque, sendo simples e com tons "de época", que ajudam na imersão do leitor. Já as linhas de movimento e os quadros proporcionam uma leitura convencional, porém, efetiva”, explica.
 

 
Outro fator notável, é que a identidade visual que Gabriel Bá demonstra em seus desenhos é bem definida e foge das convenções tradicionais do universo de super-heróis. “Bá é o mais representativo artista brasileiro nesse nicho de mercado. Publicar graphic novels autorais internacionalmente, com liberdade e competência, é um feito para poucos. Quem dirá ter seu trabalho transformado em série de sucesso! E Gabriel Bá está, certamente, entre eles”, comenta Daniel.

A cultura underground, mencionada anteriormente, tem como principal característica a fuga dos modismos e dos padrões mais comerciais. Ou seja, o produto final não busca ser popular, mas busca apenas possuir a identidade do autor sem nenhuma pretensão financeira. Conhecida também como “cultura submundo”, pode abranger as mais diferentes expressões artísticas como músicas, desenhos, pinturas, filmes, dança e qualquer forma de manifestação cultural.
 

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »