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10/09/2020 às 11h54min - Atualizada em 10/09/2020 às 11h47min

Processo de adoção no Brasil

A busca por crianças dentro de um padrão estabelecido pela sociedade

Gabriela Pereira - Editado por Caroline Gonçalves
De acordo com dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) cerca de 5 mil crianças estão disponíveis para acolhimento. Além disso, esses dados apontam que existem aproximadamente 47 mil pretendentes a adoção cadastrados no Brasil.

Nesse caso, como existe grande procura é de se esperar que essas crianças consigam encontrar uma família. No entanto, infelizmente a realidade não é essa. Esses dados detalham preferências dos pretendentes em relação às crianças disponíveis, fazendo com que muitas delas não sejam percebidas.

SELETIVIDADE

Em entrevista para Agência Brasil, o supervisor de adoção da vara da infância e juventude do Distrito Federal, Walter Gomes afirma que

 
“Os jovens disponíveis no Sistema de Adoção são, na grande maioria, pré-adolescentes ou adolescentes que fazem parte de grupos de irmãos, de dois a sete membros. As famílias, além de quererem uma faixa etária bem restrita, querem uma criança saudável e sem irmãos. Esse perfil cercado de exigências é muito difícil de ser acolhido num curto espaço de tempo. O resultado final são famílias há muitos anos na fila de espera e indignadas com a justiça infanto juvenil, dizendo que é por causa da burocracia ou má vontade. Quando, na verdade, o perfil escolhido pelas famílias traz o ônus da longa espera”.

Uma simulação divulgada no jornal Estadão revela as preferências e dificuldades encontradas na hora da adoção, a simulação mostra que apenas 1% dos pais aceita crianças maiores de 10 anos e apenas 3 % das crianças com deficiência cognitiva conseguem encontrar um lar.

SOCIEDADE

A simulação divulga ainda que apenas 56% das crianças negras são adotadas enquanto quando se trata de crianças brancas essa taxa chega a 92%. É indubitável que a população brasileira é racista na sua estrutura e esse racismo pode ser avaliado em diversos e profundos níveis como a escolha de uma criança.

Além disso, assim que essas crianças atingem a maioridade tem que sair desses abrigos, em São Paulo existem apenas quatro locais que acolhem jovens de 18 a 21 anos e que estão em situação de vulnerabilidade.

Sem orientação de como viver a vida adulta, esses jovens além de ter que lidar com o psicológico abalado e a solidão, tem que lidar com a falta de oportunidades e o desamparo estatal.

Para conseguir uma vaga em republicas, locais que acolhem esses jovens é necessário estar trabalhando. No entanto, as oportunidades de trabalho para jovens são extremamente escassas. Além disso, para que consigam estudar é necessário que tenham um emprego para que consigam se manter.

Sendo assim, esses jovens acabam por ficar em situação de rua, e um dos principais fatores para que isso ocorra é o preconceito.




REFERENCIAS 

BRANDÃO.M < COMO É O PROCESSO DE ADOÇÃO NO PAIS> AGENCIA BRASIL. 24 DE FEVEREIRO DE 2020. DISPONIVEL EM <
https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2020-02/agencia-brasil-explica-como-e-o-processo-de-adocao-no-brasil>
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