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18/01/2021 às 22h12min - Atualizada em 18/01/2021 às 16h52min

IPCA: Inflação 2020 fecha em 4,52%, maior alta desde 2016

A meta central de inflação para 2021 segundo os analistas, é de 3,75%

Marceli Maria - Editado por Ana Paula Cardoso
Foto: Reprodução g1
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado dia 12 de janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação fechou 2020 com alta de 4,52%, a maior desde 2016 (6,29%). O resultado ficou acima do centro meta definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 4,0%, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (2,5%) ou para cima (5,5%). 

Os analistas do mercado financeiro estimavam uma inflação de 4,37% em 2020, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Em 2019, a inflação foi de 4,31%.

No ano passado, a alta de 14,09% nos preços de alimentos e bebidas pesou no bolso dos brasileiros. O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, explica que esse crescimento, foi provocado, entre outros fatores, pela demanda por esses produtos, a alta do dólar e dos preços das commodities no mercado internacional.

 
"Foi um movimento global de alta nos preços dos alimentos, num ano marcado pela pandemia de Covid-19", afirma Kislanov.

Os preços do óleo de soja (103,79%) e do arroz (76,01%) dispararam. Outros itens importantes na cesta das famílias também tiveram altas expressivas, como o leite longa vida (26,93%), as frutas (25,40%), as carnes (17,97%), a batata-inglesa (67,27%) e o tomate (52,76%).

Segundo Kislanov, a inflação também foi puxada pela habitação (5,25%), cuja alta foi influenciada pelo aumento da energia elétrica (9,14%). 
“Tivemos dez meses consecutivos de bandeira tarifária verde, e em dezembro a gente teve a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que tem custo adicional de R$ 6,24 a cada 100 kw/h consumidos. Essa mudança tarifária contribuiu bastante para esse resultado de alta de 9,34% no mês da energia elétrica”, destaca.
 
Os artigos de residência também pesaram mais, por conta do efeito dólar sobre os preços dos eletrodomésticos, equipamentos e artigos de TV, som e informática. Em conjunto, alimentação e bebidas, habitação e artigos de residência responderam por quase 84% da inflação de 2020.

 

Meta de inflação e perspectivas para 2021

Para 2021, o mercado finaneceiro subiu a previsão da inflação de 3,32% para 3,34%. Neste ano, a meta central é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%. Para o primeiro mês de 2021, Kislanov adiantou que a inflação pode ter impactos significativos de diversos reajustes de preços.
 
“Tivemos muitos reajustes represados em 2020 por causa da pandemia e que podem vir a impactar o índice de janeiro, caso venham a ser aplicados”, diz.
 
Todavia, ele ponderou que a energia elétrica pode ajudar a conter a alta de preços, já que passou da bandeira tarifária vermelha em dezembro para a amarela em janeiro. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 2% – mínima histórica. 
 
Os analistas do mercado passaram a projetar uma Selic em 3,25% no final de 2021 e em 4,75% em 2022. Com o resultado do IPCA acima do esperado em 2020, entretanto, parte do mercado já projeta uma subida mais rápida da taxa de juros.
 
"Estes dados que foram divulgados nos fazem acreditar que o Banco Central deve iniciar a alta da Selic em breve, entre o primeiro e o segundo trimestre  e a taxa deve fechar o ano em pelo menos 4%", avaliou o economista Bruno

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