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12/03/2023 às 20h14min - Atualizada em 12/03/2023 às 20h09min

Número de mulheres em cargos de liderança ainda é desafio para empresas brasileiras

Apesar de uma mudança na valorização da diversidade no mercado de trabalho, a igualdade de gênero entre homens e mulheres ainda é um ponto a ser melhorado no Brasil.

Por Gilmar Araujo - Editada por Uilson Campos
Reprodução/Blog Lugar de Gente

No mês das mulheres, discussões sobre igualdade de gênero e empoderamento feminino ganham força, especialmente, nas redes sociais. No entanto, pautas como essas precisam ganhar cada vez mais espaço no debate público. Os homens ainda representam majoritariamente a grande camada no mercado de trabalho, especialmente, em cargos de liderança.

De acordo com o estudo publicado pela Famivita, empresa especializada em saúde feminina, sobre igualdade de gênero, 55% das mulheres entrevistadas apontaram que não existe igualdade de gênero no Brasil. Especialmente na faixa etária entre 45 e 49 anos, 67% das entrevistadas explicaram não haver paridade entre homens e mulheres. Já entre 40 e 44 anos, 65% ressaltam essa discrepância. Os dados coletados por estado têm destaque para Roraima, Paraíba e Piauí. Regiões com a maior desigualdade de gênero no Brasil.

Para Denise de Pasqual, economista, diretora de Relações Institucionais e sócia-fundadora da Tendências Consultoria, o mercado tem conseguido evoluir no que diz respeito à presença de mulheres em cargos de liderança, mas é preciso evoluir ainda mais. “Hoje muitas organizações se apoiam no discurso de que não existem mulheres com as qualificações necessárias para assumir posições. É preciso acabar com essa narrativa. Pela minha experiência como líder, se eu tenho um currículo de um homem e de uma mulher com a mesma capacidade técnica, o que me impede de contratá-la ou promovê-la? A diversidade nas empresas é muito importante, e as mulheres têm elevada capacidade de entrega, foco e comprometimento”, destaca.

Dentro da temática da equidade salarial, Pasqual tem algumas ressalvas. “Na minha opinião, esse ponto precisa ser melhorado urgentemente, pois para um mesmo cargo, ainda existem mulheres ganhando menos do que homens. Acredito que esse cenário pode mudar a partir do aumento do número de mulheres em postos de liderança, mas é preciso acelerar esse processo, pois temos um caminho longo a percorrer”, acrescenta.

No último dia 8 de março, comemorado o Dia Internacional da Mulher, o presidente Lula assinou um projeto de lei para promover a equidade salarial entre gênero para a mesma função, além de outras medidas que visam políticas públicas voltadas às mulheres. 

Uma pesquisa da Catho, em 2019, apontou uma desvantagem considerável no mercado de trabalho entre homens e mulheres. Um dos pontos principais diz respeito à gravidez, visto que o número de mulheres que abandonam o emprego por conta dos filhos chega a 30%. O mercado de trabalho, especialmente, no Brasil, o paradigma de gênero ainda é um dos grandes desafios das empresas. 

No início do século passado, em muitos países, as mulheres precisavam da tutela legal dos pais ou até cônjuges para ter contas em bancos, adquirir posses ou até mesmo viajar. Além disso, não podiam estudar e trabalhar fora. A luta pelos direitos das mulheres ao longo do tempo fez com que esses direitos básicos fossem conquistados. No entanto, em pleno século XXI, ainda há muito o que se conquistar no que se trata de direitos para mulheres.

 

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