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09/02/2021 às 21h12min - Atualizada em 09/02/2021 às 21h06min

Caminhoneiros: Possibilidade de uma nova greve persiste

Entenda os rumores de uma nova paralisação

Gabriela Pereira - Editado por Ana Paula Cardoso
REPRODUÇÃO: ROVENA ROSA/ AGENCIA BRASIL
Em 2018, caminhoneiros de todos os lugares do país se uniram e entraram em greve contra os aumentos no preço do combustível. A paralisação afetou drasticamente a população, esvaziando até algumas prateleiras dos mercados.

Três anos após a mobilização, existe uma possibilidade que isso volte a acontecer pelo mesmo motivo. Os líderes do movimento estipularam uma data: 1º de fevereiro. A paralisação não ocorreu, mas os caminhoneiros seguem insatisfeitos.

 
Como tudo começou
 
Após a Petrobrás anunciar o aumento de 4,4% no valor do Diesel, os trabalhadores ficaram indignados e começaram a se organizar. O caminhoneiro José, 56, afirma que “desse jeito não dá para trabalhar, tudo que a gente quer é trabalhar, mas com esses aumentos não dá”.

Sobre o assunto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que "estamos estudando medidas. Agora não tenho como dar uma resposta de como diminuir o impacto, na verdade foram R$ 0,09 [de aumento] no preço do diesel [na refinaria]. Para cada centavo no preço do diesel, que por ventura nós queremos diminuir, no caso o PIS/Cofins, equivale a buscarmos em algum outro local R$ 800 milhões. Então não é uma conta fácil de ser feita".

Ele ainda fez um apelo para que os caminhoneiros não aderissem à paralisação: “vamos todos perder”, ressaltou. A última greve durou cerca de 10 dias e causou muitos prejuízos a economia.


 
Reivindicações
 
Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (ABRAVA) respondeu a fala de Bolsonaro: “Queremos saber como isso vai ser feito, de onde vai tirar esse dinheiro, qual a mentalidade do Ministério da Economia. Queremos um estudo, algo concreto”, ressaltou.

De acordo com o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), as pautas discutidas são:

 
  • Implementação do piso mínimo para o frete, estabelecido na lei 13.703/2018. O tema está sendo debatido na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5956, no Supremo Tribunal Federal (STF), desde sua aprovação. A ação foi movida pela Associação do Transporte Rodoviário de Cargas do Brasil (ATR Brasil), que congrega empresas de transporte. Outras duas ADIs também estão em análise pelo Supremo, movidas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);
  • Revogação do artigo 10 da resolução 5879 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que suspende obrigações relacionadas ao Código de Identificação de Operação de Transporte (CIOT) para parte dos profissionais;
  • Críticas ao BR do Mar, programa do governo federal, já aprovado na Câmara, que busca incentivar a navegação de cabotagem no país;
  • Mudança na Política de Preço de Paridade de Importação (PPI), estabelecida pela Petróbras em 2016. Pela política, os preços dos combustíveis são revisados uma vez por mês, tendo como parâmetro os valores praticados no mercado internacional;
  • Contra a contratação direta dos profissionais, "para evitar abuso do poder econômico";
  • Direito de aposentadoria especial para caminhoneiros, que foi alterado na Reforma da Previdência;
  • Pela aprovação do Marco Regulatório do Transporte, o PLC 75/2018, que está em análise no Senado;
  • Contra a falta de aplicação das regras de jornada de trabalho, incluindo horários de repouso;
  • Discussão das resoluções 701/2017 e 499/2015, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que estabelecem requisitos de segurança para o transporte de produtos siderúrgicos e de cargas de sólidos a granel;
  • Fiscalização "mais atuante" da ANTT.
 
“Nós temos que pagar muitas coisas, hoje em dia não dá para trabalhar sem ajudante e é tudo por nossa conta, o combustível, o funcionário e o seguro dos carros. Nós pagamos tudo isso e o preço da saída não aumenta, o frete é muito baixo e não dá pra pagar nada, parece que estamos pagando para trabalhar”, destacou José.








REFERÊNCIAS 
M. HELOISA. AMEAÇA DE GREVE DOS CAMINHONEIROS. EL PAÍS BRASIL. 01 DE FEVEREIRO DE 2021. DISPONIVEL EM:

F. GIULIA. CAMINHONEIROS FARÃO NOVA GREVE?. GAZETA DO POVO. 4 DE FEVEREIRO DE 2021. DISPONIVEL EM :



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